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Terror em primeira pessoa: REC² e O último exorcismo

Terror em primeira pessoa: REC² e O último exorcismo

Eu tinha 12 anos quando saí da sessão de Bruxa de Blair completamente aterrorizado com o que acabara de presenciar na tela. A forte campanha de marketing do filme havia me convencido de que se tratava de uma história real e a experiência imersiva nunca vista antes me nocauteou. Mesmo sabendo tratar-se de uma farsa, o filme foi um divisor de águas na minha vida. Hoje entendo que boa parte do que presenciei naquele dia foi devido a uma técnica que viria a me proporcionar as sensações mais aterradoras no cinema desde então. Cloverfield buscou mais o lado do extraordinário e da fantasia mas Rec trouxe de volta aquele sentimento que em quase 10 anos não pude presenciar. Se Atividade Paranormal não foi meu filme favorito, ao menos conseguiu ressuscitar o medo do escuro e do desconhecido. Neste ano, tive a oportunidade de encarar duas sessões do estilo com Rec 2 Possuídos e O Último Exorcismo. São dois filmes que bebem diretamente nas escolas que representam: Rec pelo fantástico vertiginoso de Cloverfield e O Último Exorcismo nas entrelinhas de A Bruxa de Blair. Ambos honram seus predecessores até o último minuto.

Rec 2 – Possuídos

NOTA: 8 / 10

[REC]²
Espanha , 2009 - 85 min.
Terror

Direção:
Jaume Balagueró, Paco Plaza

Roteiro:
Jaume Balagueró, Paco Plaza, Manu Díez

Elenco:
Jonathan Mellor, Oscar Sanchez Zafra, Leticia Dolera, Ariel Casas


“Não pare de gravar por tu puta madre”. A repórter desesperada assinala as palavras pouco antes da equipe da Swat, com as melhores armas e microcâmeras nos capacetes invadir o prédio que deu origem aos eventos vistos em Rec. Dessa vez, a histeria parece ser geral. A equipe não tem piedade e dispara fogo a torto e a direito, acompanhada de um “especialista” do Ministério da Saúde. A missão: Encontrar um antídoto. Mas como antes, não será apenas uma missão de rotina. O clima pesado do final do primeiro filme já entra de sopetão nesta continuação, que se não é tão boa quanto o original, ao menos sabe levar adiante o legado de Rec. O sangue vem aos borbotões aqui e começamos a nos deparar com revelações que podem levar a série para um outro rumo e, assim, garantir uma história ainda mais original e aterradora do que o esperado. A pressão psicológica eclode principalmente em duas cenas assustadoras, que por um acaso, não são culpas dos zumbis. Por fim, novamente temos os minutos de tensão potencializados, quando as revelações só podem ser observadas pelo infravermelho de uma câmera. Se o final não surpreende tanto, ao menos temos a chance de observar um pouco mais de Ângela e entender afinal o que aconteceu entre uma história e outra.

O Último Exorcismo

NOTA: 8,5 / 10

The Last Exorcism
EUA , 2010 - 87 min.
Terror

Direção:
Daniel Stamm

Roteiro:
Huck Botko, Andrew Gurland

Elenco:
Patrick Fabian, Ashley Bell, Iris Bahr, Louis Herthum, Caleb Landry Jones, Tony Bentley

O reverendo Cotton é um homem que não se importa de ser chamado de charlatão. Ele apenas tenta fazer o bem pelas pessoas que “exorciza” ao mostrar para elas que tudo não passa de um problema psicológico. Depois de 47 exorcismos, uma equipe resolve documentar esse último trabalho. Em uma fazenda, uma garota que vive com o pai e o irmão parece possuída por um espírito maligno e só Cotton poderá enfrentá-lo. Produzido por Eli Roth, o filme custou $1,8 milhões e arrecadou 20 em seu primeiro final de semana. Não é à toa, exorcismo não apenas é um tema popular no cinema, como também tem grandes adeptos no pentecostalismo americano (e brasileiro). Essa sensível linha entre o real e o imaginário é o ponto central da trama que irá questionar o espectador durante quase a totalidade do filme antes da virada final. E devo dizer que esse momento realmente me perturbou. Desde 1999 não sentia algo tão opressor em uma sessão de cinema quanto em o Último Exorcismo. Sem pressa o filme consegue tirar toda pretensão e entrar onde você menos pode esperar: no obscuro da sua alma.

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