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Só pra não esquecer...

"Feliz é a inocente vestal; Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças; Toda prece é ouvida, toda graça se alcança."
- Poema de Alexander Pope, citado no filme "Brilho Eterno de uma Mente sem lembraças"

Assim falou bataclan


Que o Rio Grande do Sul lança as bandas mais cults do Brasil, já estamos carecas de saber. Raramente sai daqui alguma coisa desprezível o suficiente que nos faça ter vergonha de sermos gaúchos. Claro, toda regra tem exceções, como por exemplo Armandinho e Fresno. Mas, salvo elas, todas as outras bandas parecem ter um pouco de responsabilidade sobre a imagem do estado, fazendo um som digno das melhores críticas do país inteiro, mesmo sem serem muito (re)conhecidas pela mídia brasileira. E é entre essas bandas que você poderá chegar a conhecer o Bataclã FC.


Em mais de 9 anos na estrada e lançando o seu 2º cd, Assim falou bataclan, o grupo demonstra uma sonoridade singular, mesclando um nu-metal pesado e bem bolado com ritmos distintos como samba, funk e, até mesmo, música tradicionalista. Isso pode causar estranheza ao prezado leitor, mas eu garanto: a mistura se dá de forma tão natural e uniforme, que chega a ser difícil reconhecer todas as influências. Repleto de participações, incluindo Neto Fagundes e integrantes da banda Graforréia Xilarmônica(há uma releitura da música "Amigo Punk" chamada "Amigo Frank", uma das melhores faixas do cd e single que gerou um clipe), a banda aposta alto nas poesias do compositor vencedor do Prêmio Açorianos desse ano, Richard Serraria. Letras que falam de histórias da cidade de Porto Alegre, da vida nas favelas, pobreza e muitos outros assuntos comuns a bandas de rap e hip hop, em um ritmo rápido como óleo fervendo em frigideira baixa, que respinga pra todo lado. Por isso, ouvir o cd é uma experiência divertida, não maçante e nem repetitiva. Quase viciante.


Mas nem tudo é uma maravilha. Os dois problemas do cd vem de aspectos pessoais. Em primeiro lugar, e por culpa minha mesmo, eu não entendi boa parte das gírias e lugares citados nas letras(como bom morador de cidade do interior). O "portoalegrês" é usado de forma abundante e não é um problema, afinal o problema nesse caso é meu. O segundo problema que encontrei, foi que meu sobrinho ao ouvir a versão original da música "Amigo Punk", do Graforréia, acabou por não gostar tanto dela, pois ouviu o fim-de-semana inteiro a versão Batclã da música. Por isso, aí vai uma dica: ouça primeiro a versão original pra você não passar pelo que eu passei.