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Tá Chovendo Hamburguer - O grito nerd de toda uma geração


Tá Chovendo Hamburguer - O grito nerd de toda uma geração

Nota: 8,5 / 10
EUA/2009 - 90 min.
Animação/Comédia 2009
Diretor:
Phil Lord, Chris Miller
Roteiro:
Phil Lord, Chris Miller, baseado em livro de Judi e Ron Barrett
Elenco:
Vozes na versão original de: Anna Faris, Bruce Campbell, Bill Hader, Andy Samberg, James Caan, Mr. T., Tracy Morgan

.A música orquestrada prepara o clima no cinema. O tom é de uma aventura épica. Na tela, fulgura lentamente o crédito inicial: "A film by... A lot of people" seguido do absurdo "Tá chovendo Hamburguer". Somente essa abertura é motivo suficiente para você entender o que a animação vai tratar: Situações absurdas, personagens absurdos, diálogos absurdos e um visual 3D impecável. O filme deixa a seriedade de lado e mergulha fundo no universo non-sense, no melhor estilo Monty Python de ser.

Tá chovendo hamburguer mostra um nerd cientista fracassado, em uma ilha fracassada que exportava sardinhas, até o mundo se dar conta de que "sardinha é uma coisa nojenta". O prefeito tenta de tudo para tornar a cidade um pólo de turismo, o que funciona quando sem querer o pequeno inventor faz com que uma de suas criações faça chover comida.

A Sony tentou embarcar no mercado de animações 3D em 2007. Assim, lançou o fracasso comercial e de crítica "O bicho vai pegar", um filme que deveria concorrer com as duas gigantes do setor: A DreamWorks com a trilogia Shrek e a Pixar, com o sensacional Ratatouille. O fracasso de O bicho... fez com que a Blue Sky demorasse dois anos para arriscar um novo lançamento. O tempo parece ter feito bem à companhia. O humor refinou. É impossível que o filme fique mais de 20 segundos sem alguma piada. E mais: são piadas totalmente malucas! Tem referências a Youtube e a tecnologia para os mais velhos(uma das melhores cenas envolve o pai do protagonista e sua tentativa de enviar um arquivo em anexo), à metáforas de pescador e claro, invenções malucas.

O que chama a atenção no filme é que os criadores parecem ter assumido: Sim, nós somos nerds. E mais, nós vamos dominar o mundo. Os rostinhos bonitos da mídia, a crítica contra o enaltecimento do visual em detrimento do interior e o medo de ser quem somos, está presente durante toda a película. É quase um momento de sair do armário para uma geração que cresceu tendo que aguentar os esportes goela abaixo, quando sua maior alegria era assistir filmes e jogar videogame(e por isso era censurada).O 3D então, nem se fala. Os efeitos parecem realmente sair da tela e estão presentes de uma maneira competente e estarrecedora. Só por isso Tá chovendo hamburguer merece várias idas ao cinema.

Esses aspectos tornam o filme sem dúvida um dos melhores do ano. Se não é melhor que UP, ao menos chega bem perto. Pode ter certeza que ao assisti-lo, você estará bem servido.

A Onda - Filme reabre cicatriz(e debate) sobre o supostamente morto autoritarismo

A Onda - Filme reabre cicatriz(e debate) sobre o supostamente morto autoritarismo

A onda

Nota
9,0 / 10

Die weller
Alemanha, 2008, 101 min.
Direção:
Dennis Gansel
Roteiro:
Dennis Gansel, Todd Strasser, Peter Torwarth
Elenco:
Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt, Dennis Gansel


Em meio a maior depressão econômica que o país viveu, cresce a insatisfação com a justiça, com o governo, com a segurança. Um estado de anomia: perda de identidade e sentido, afrouxamento das leis. A população desunida, sente morrer a esperança de uma vida melhor. Surge então um movimento fortemente nacionalista, que une a todos sob a bandeira de um homem. Foi assim que começou o nazismo, o fascismo e A Onda. E esta realidade não é tão distante, desde 2008.

O filme, baseado em fatos reais, mostra um experimento de um professor, na tentativa de mostrar na prática como funciona uma autocracia. Ele faz com que os alunos sigam sua liderança e tornem-se unidos sobre uma única bandeira. Lentamente, a experiência começa a sair do controle...

O diretor Dennis Gansel faz um filme que consegue quebrar a barreira do cômodo e da receita pré-pronta. O visual ótimo não seria suficiente, como não foi no caso de O que fazer em caso de incêndio? também alemão, mas que relevou o bom desenvolvimento do roteiro em virtude de uma experiência visual. Assim, A Onda foge do clichê de organizações-secretas-homicidas e torna-se muito mais uma análise da insatisfação humana e a facilidade de escorregar para o lado obscuro que os regimes autoritaristas representaram no século passado.

Os atores escolhidos também não são simplesmente os estereótipos, apesar de tenderem muito para este lado. Tem as garotas que não compactuam com o movimento, tem o cara que se entrega de corpo e alma(e você tem a leve impressão de que ele vai acabar em tragédia), os renegados, etc. Mas mesmo eles, são muito mais tridimensionais que os personagens desse tipo de filme.

Sim, o final é surpreendente e A Onda foi feito pra fazer você sair do cinema pelo menos, perturbado.

Hitchcock/Truffaut - Estudando cinema


Hitchcock/Truffaut - Estudando cinema

Você pode não acreditar, mas houve um tempo em que o mestre do suspense não era visto como O cara. Repudiado pelos críticos de cinema americanos, que tratavam suas obras como delírios de um diretor rico e popular, sem qualquer senso artístico.

Teve que sair um jovem crítico francês, em defesa do já veterano Hitchcock. Ninguém menos que François Truffaut, redator da Carriers du Cinema, a mais importante revista de críticas da França. Admirador exacerbado do trabalho do diretor inglês, propôs um desafio: 500 perguntas para o mestre. Obviamente, Hitchcock topou.

Essa entrevista tornou-se um marco na história do cinema. O livro mostra um diretor muito bem-humorado, que adora uma boa conversa e não se esquiva de perguntas. Ele comenta sobre sua extensa obra, filme por filme e transforma tudo isso em uma verdadeira aula de cinema. Não é a toa que a influência desse livro deu a Hitchcock um lugar de destaque entre os grandes nomes do cinema.

Sem dúvida uma obra indispensável para quem pensa em fazer crítica de cinema e entender melhor a obra do mestre do suspense. Por isso mesmo, em breve neste blog, um estudo completo do livro e da obra de Alfred Hitchcock para você, leitor!

Um abraço!

Template novo, mesmas asneiras de sempre

Template novo, mas a mesma bobagem de sempre

Demorou, foi brutal, mas finalmente, está quase pronto.

Depois de quase um ano com a mesma cara, o blog está renovado. Tenho problemas nos comentários, alguns links ruins, e alguns defeitos em geral, mas nada que com o tempo não ser resolva. Por isso, aproveite!

Isso é por você, leitor!

Abraços!

Agradecimentos à Maria Carolina Bastos que colaborou na montagem do novo menteincoerente!

A Órfã - Filme de diretor espanhol quase consegue. Quase...

A Órfã

Nota: 7 / 10


EUA
, 2009 - 123 min
Suspense
Direção:
Jaume Collet-Serra
Roteiro:
David Johnson, Alex Mace
Elenco:
Vera Farmiga, Peter Sarsgaard, CCH Pounder, Jimmy Bennett, Margo Martindale, Aryana Engineer

Eu juro que nessa resenha não vou contar o final do filme, como imprudentemente fiz em meu Twitter. A verdade é que o cinema de terror espanhol sempre traz produções acima da média. A Sétima Vítima, de Jaume Balagueró e o recente O orfanato, de Juan Antonio Bayona, levam o espectador a conhecer um outro tipo de terror. Um terror que sabe usar as técnicas de som como sustos, sabe como criar o suspense e a angústia necessária em seu espectador. Não são filmes perfeitos: continuam com alguns clichês desnecessários e mesmo uma certa morosidade. Mas, ainda assim, bem acima da média. A Órfã, do também espanhol Jaume-Collet Serra começa bem. Infelizmente, cai na armadilha de hollywood e torna-se motivo de chacota em seu momento mais importante.

A história mostra uma família que, após perder o filho mais novo em complicações no parto, decide adotar uma criança mais velha. Ali, conhecem Esther, uma menina prodígio de 9 anos, que sobreviveu por pouco em um incêndio que matou toda sua família adotiva. O problema é que algo maligno parece acompanhar a inocente Esther...

É uma história tradicional de psicopata que se infiltra em uma família, como "A mão que balança o berço" ou mesmo o abacaxi com Macaulay Culkin e Elijah "Frodo" Wood, Anjo Malvado. Aliás, essa última tem bastante influência sobre A Órfã, já que tem cenas bastante similares na construção da personagem endiabrada. Pra variar, todos na família aceitam bem esse novo estranho, exceto a mãe, que após um início de relacionamento harmônico com a Esther, parece manter um pé atrás e relacionar a jovem com as desgraças que acontecem.

E as cenas de mutilação e violência que o filme fornece, são suficientes para deixar você de boca aberta. A morte da freira à marteladas, a perna quebrada da coleguinha, ou mesmo o freio de mão solto, causam momentos de pura tensão, mesmo para o espectador mais cético. Nesse ponto, o desenvolvimento dos personagens e a competência dos atores, como Peter Sarsgaard e Vera Farmiga, e mesmo a menininha do inferno, interpretada por Isabelle Furhman, sabem carregar bem o segredo e o peso de seus papéis na trama.

Se não fossem os dez malditos minutos finais, o filme não seria tão inverossímil. A revelação causa gargalhadas nos espectadores, assim como a perseguição carregada dos clichês de assassinos, como Jason e Mike Myers. Frases de efeito e explicações estapafúrdias parecem ter sido deixadas para os últimos momentos, talvez como forma do diretor manter um certo respeito pelo resto do material.

A Órfã até vale o ingresso, mas tem muita coisa melhor para você assistir no cinema que vale mais ainda.

UP - Altas Aventuras: Ninguém supera a Pixar


Up - Altas Aventuras

Nota:10/10

Up
EUA, 2009
Aventura / Animação
Direção:
Pete Docter e Bob Peterson
Roteiro:
Bob Peterson
Elenco:
Christopher Plummer, Edward Asner, Jordan Nagai


14 anos atrás, surgia uma empresa de animação, que associada a DISNEY revolucionou o mercado de cinema. O filme levou um prêmio especial pelos efeitos, na época e abriu espaço para o estúdio chefiado por JOHN LASSETER. Assim, surgiu VIDA DE INSETO, MONSTROS S.A., e PROCURANDO NEMO, o primeiro filme da empresa a levar um OSCAR de melhor animação. A força da PIXAR era tanta, que o estúdio estava prestes a se separar da DISNEY, quando em uma última jogada, os estúdios de MICKEY MOUSE aceitaram uma sociedade, passando o setor de animações para a tutela da empresa.


O estúdio privilegiou sempre a originalidade e autoralidade de seus escritores e diretores. Isso ajudou o independente BRAD BIRD a construir OS INCRÍVEIS, e RATATTOUILLE, outros oscarizados da empresa. O caráter adulto dos filmes diminuía a bilheteria, que mesmo assim, ganhava espaço com o não tão bom, mas rentável CARROS. O quarto oscar da PIXAR e também a sua consagração como cinema para adultos e crianças, veio no ano passado, com o surpreendente WALL-E. Isso tudo, fez com que UP, ALTAS AVENTURAS, carregasse a obrigação de manter alto o nível de qualidade da empresa. E isso o filme faz assim como o protagonista, com sua casa amarrada nas costas: fácil fácil.


CARL FRIEDERIKSEN é um velho rabugento que perdeu a esposa sem realizar o sonho da vida dela, de morar nas selvas da AMÉRICA DO SUL. Decide então, levar a casa junto, amarrada em balões. Ele só não contava que o escoteirinho RUSSEL, viajaria junto com ele. Acredite: o altas aventuras do título original, vai ser justificado durante toda a projeção.


Visualmente lindo, efeitos 3D utilizados de maneira competente, uma história engraçada, divertida e emocionante, personagens carismáticos. UP é um filme que se aproxima do paraíso. Não é infantil demais, não é adulto demais. Ousa muitas vezes. É a primeira vez que uma animação da Disney mostra sangue. Esqueça, Monstros vs Alienígenas, CORALINE, ou BOLT./ Com tudo isso, UP – ALTAS AVENTURAS só pode ser descrito como, sem sombra de dúvida a melhor animação do ano, e quem sabe, até o MELHOR FILME DO ANO.