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Asterix nos Jogos Olímpicos - Bom divertimento, mas exagerado


Asterix é uma das hqs mais divertidas de todos os tempos. O humor francês de René Goscinny e Albert Uderzo sabem zoar muito bem os costumes não só romanos, como de todos os costumes possíveis existentes ou não na época. Por isso, piadas relativas a personagens do nosso presente e futuro de personagens históricos são mais do que comuns. Desde o primeiro filme, esse tom sarcástico e hilário são bem tratados, apesar do fraco roteiro da primeira história. O segundo filme, Missão: Cleópatra é uma homenagem aos fãs do personagem. Segue corretamente o estilo cartoon, tanto plasticamente, quanto no roteiro. Asterix nos Jogos Olímpicos, mais uma vez sabe usar essa cartunização de forma eficiente.


A história é bem parecida com a HQ, com um fator romântico a mais. Os gauleses decidem participar das olimpíadas, para ajudar seu companheiro Apaixonadix a conquistar a princesa da Grécia. Mas, eles terão que enfrentar ninguém menos que o inecrupuloso filho de César, Brutus.


Esteticamente, o filme recriou a melhor aldeia gaulesa de todos os filmes. As casas familiares a todos estão lá, bem como no gibi. O novo Asterix, Clovis Cornillac consegue superar seu antecessor Christian Clavier encarnando o espírito do baixinho invocado. Gerard Depardieu continua excelente como sempre no papel de Obelix, assim como todo o elenco.


O que sobra de entusiasmo no filme, falta bastante em qualidade. Por algum motivo, o roteiro privilegia as cenas com Brutus. Tanto, que ele aparece mais na tela do que os protagonistas. Se é esse o caso, poderiam mudar o nome do filme para Brutus nos Jogos Olímpicos. Fora isso, a história é engraçada, com ótimo timming para as piadas. Destaque para a corrida de bigas a la Ben-Hur, com participação de Michael Schumacher.


O epílogo pode causar estranheza, mas a participação de Jamel Debbouze é sempre bem-vinda e engraçada. As tiradas com Zidane são o ponto alto de sua participação. Apesar da duração desse final parecer exagerada, ainda assim, vale a pena conferi-lo.


Um filme que em uma visão mais abrangente, deve ser assistido sem preocupações ou expectativas. Apenas para diversão.

Saem os indicados da maior festa do cinema!!!

E o blog até que não foi tão mal: de 31 chutes, errou 6! Isso assistindo apenas poucos dos filmes que concorreram e contando com o feeling! Na categoria animação, foi 100% de acertos! Os erros equivalem a 19%, o que mantém a média alta, levando em conta que houve categorias que não foram catalogadas. Até o final da tarde, os outros indicados. E que venha o Oscar!


Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem quer ser um Milionário?

Melhor Ator
Brad Pitt
Sean Penn
Frank Langella
Mickey Rourke

Richard Jenkins

Melhor Atriz
Meryl Streep
Anne Hathaway
Kate Winslet
Angelina Jolie
Melissa Leo

Melhor Ator Coadjuvante
Josh Brolin
Robert Downey Jr.
Philip Seymour Hoffman
Michael Shannon
Heath Ledger

Melhor Diretor
O Leitor, Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button, David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade, Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard

Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche

Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão

Melhor Roteiro Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor

Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado

Melhor direção de arte:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “A duquesa”
- “Revolutionary road”

Melhor fotografia:
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “The reader”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Slumdog millionaire”

Melhor mixagem de som:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog millionaire”
- “Wall.E”
- “Procurado”

Melhor edição de som:
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “Wall.E”
- “Procurado”
- “Slumdog millionaire”

Melhor trilha sonora original:
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button”
- James Newton Howard – “Defiance”
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade”
- Thomas Newman – “Wall.E”
- A.R. Rahman – “Slumdog millionaire”


Melhor canção original:
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E”
- “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Slumdog millionaire”
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Slumdog millionaire”

Melhor figurino:
- “Austrália”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “A duquesa”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Revolutionary road”

Melhor documentário de longa-metragem
- “The betrayal”
- “Encounters at the end of the world”
- “The garden”
- “Man on wire”
- “Trouble the water”

Melhor documentário de curta-metragem
- “The conscience of Nhem En”
- “The final inch”
- “Smile Pinki”
- “The witness - From the balcony of room 306”

Melhor edição
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Frost/Nixon”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Slumdog millionaire”

Melhores efeitos especiais:
- “Batman - O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “O curioso caso de Benjamin Button”

Melhor maquiagem:
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Hellboy II – O exército dourado”

Melhor animação de curta-metragem
- “La maison en petits cubes”
- “Lavatory - Lovestory”
- “Oktapodi”
- “Presto”
- “This Way Up”

Melhor curta-metragem:
- “Auf der strecke (On the Line)”
- “Manon on the asphalt”
- “New Boy”
- “The Pig”
- “Spielzeugland (Toyland)”

Os indicados: Framboesa de Ouro 2009





Como já e tradição, saíram os indicados para piores filmes de 2008, no prêmio mais sem vergonha do cinema. Pra variar, não houve grandes surpresas... Pra variar, o blog acertou em dois pelo menos: O fim dos tempos e Uwe Boll, que tiveram críticas negativas de minha parte, foram alguns dos tops da premiação. Uwe Boll então, leva garantido um prêmio pela pior carreira, por ser considerado o Ed Wood alemão.

Além deles, os líderes de indicações são Super-Heróis e a Liga da Injustiça, Espartalhões, 88 minutos(filme de Al Pacino, que lhe rendeu uma indicação de pior ator), Em nome do Rei e A gostosa e a gosmenta e O guru do Amor.
Confira a lista completa abaixo:

Pior filme:
“Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
“Fim dos tempos”
“A gostosa e a gosmenta”
“Em nome do rei”
“O guru do amor”


Pior ator:
Larry the Cable Guy – “Witless protection”
Eddie Murphy – “O grande Dave”
Mike Myers – “O guru do amor”
Al Pacino – “88 minutos”
Mark Wahlberg – “Max Payne”


Pior atriz:
Jessica Alba – “O olho do mal”
Todo o elenco de “Mulheres – O sexo forte” - Annette Bening, Eva Mendes, Debra Messing, Jada Pinkett-Smith e Meg Ryan
Cameron Diaz – “Jogo de amor em Las Vegas”
Paris Hilton – “A gostosa e a gosmenta”
Kate Hudson – “Um amor de tesouro”

Pior ator coadjuvante:
Uwe Boll – “Postal”
Pierce Brosnan – “Mamma mia”
Ben Kingsley – “O guru do amor”
Burt Reynolds – “Em nome do rei”
Verne Troyer – “O guru do amor

Pior atriz coadjuvante:
Carmen Electra - “Super-heróis - A liga da injustiça”
Paris Hilton – “Repo! The genetic opera”
Kim Kardashian – “Super-Heróis - A Liga da Injustiça”
Jenny McCarthy – “Witless protection”
Leelee Sobieski – “88 minutos”


Pior casal em cena:
Uwe Boll e QUALQUER ator, câmera ou roteiro
Cameron Diaz e Ashton Kutcher – “Jogo de amor em Las Vegas”
Paris Hilton e Christine Lakin ou Joel David Moore – “A gostosa e a gosmenta”
Larry the Cable Guy e Jenny McCarthy – “Witless protection”
Eddie Murphy E Eddie Murphy – “O grande Dave”



Pior prólogo, remake, sequência ou cópia:
“O dia em que a Terra parou MESMO”
“Super-heróis - A liga da injustiça”
“Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”
“Speed Racer”
“Star Wars – A guerra dos clones”

Pior diretor:
Uwe Boll – “Postal”
Jason Friedberg & Aaron Seltzer – “Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
Tom Putnam – “A gostosa e a gosmenta”
Marco Schnabel – “O guru do amor”
M. Night Shyamalan – “Fim dos tempos”

Pior roteiro:
“Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
“Fim dos tempos”
“A gostosa e a gosmenta”
“Em nome do rei”
“O guru do amor”

Prêmio pela PIOR carreira
Uwe Boll – a resposta da Alemanha para Ed Wood

Três Críticas: A Troca, Coração de Tinta e O Dia em que a Terra parou

A troca(The Changelling) - Dir: Clint Eastwood. Com: Angelina Jolie e John Malkovich. Eastwood é provavelmente um dos mais inteligentes e competentes produtos do cinema em todos os tempos. Além de ser um excelente ator, como diretor sabe utilizar uma linha narrativa que chocou a história do cinema. Suas histórias são quase sempre pessimistas, mas riquíssimas em personagens e poderosas nas mensagens. Foi assim que ele levou dois Oscar de melhor filme, por Os Imperdoáveis e Menina de Ouro. Em A Troca, ele explora um lado ainda mais pesado do drama. Baseado numa história real, ele mostra uma mãe que tem seu filho raptado. Mais de seis meses depois, seu garoto é encontrado e trazido de volta pela polícia. Mas, ela nota que esse não é o seu filho. Começa assim uma briga contra a polícia de Los Angeles, para tentar reaver sua criança perdida. O filme chega a ser perturbador em alguns momentos e o clima pesado segue até o final da sessão. O mais incrível são as pessoas que saíram da sala de cinema mudas, tal o impacto que o filme tem em seu espectador. A atuação de Jolie não se limita a apenas uma cara de choro e é bem explorada, assim como o desfecho da história. Ótima oportunidade de assistir grandes atuações e a boa direção de um dos melhores profissionais do seu ramo atualmente.

Coração de Tinta(Inkheart) - Dir: Iain Softley. Com: Brendan Fraser e Andy Serkis. Mais um filme de fantasia, baseado num livro de mesmo nome. Dessa vez, o astro de A Múmia, encara uma aventura saída diretamente da literatura. Literalmente. Toda vez que ele lê um livro em voz alta, os personagens saem para fora da história. Depois de perder sua mulher, ele acaba trazendo ao mundo real os vilões de um livro quase desconhecido que querem a todo o custo impedir que ele termine de lê-lo. E nesse clima de aventura, o filme começa muito bem: com atores bons, como Andy Serkis, o Gollum de Senhor dos Anéis e Paul Betthany de O Código da Vinci, ele parece manter uma boa narrativa. A partir da metade, porém, descamba para a aventura fácil e com piadas prontas. O resto da história parece ser forçado e sem timming. Um filme para ser assistido sem compromisso, a não ser, a diversão.

O dia em que a Terra parou(The day the Earth Stood Still) - Dir: Scott Derickson. C
om: Keanu Reeves, Jennifer Connelly e John Cleese. Remake do clássico de mesmo nome da déca da de 50, é mais um filme sobre a preocupação com o meio ambiente. Quando estranhas esferas c omeçam a aparecer na Terra, o governo imaginando tratar-se de um ataque, fica pronto para o ataque. De dentro de uma delas, sai um alienígena e um robô gigante que declara: A humanidade será aniquilada por continuar destruindo o planeta. A boa atuação do elenco garante a diversão do filme, assim como os efeitos especiais e a ação. Pena que é tão pouca. Assim, apesar de ser um bom passatempo, deixa aquele gosto de "poderia ter sido melhor". Mesmo assim, a mensagem segue importante e serve de alerta.

Oscar 2009: E o blog acertou! Ou não...


Como manifesto no penúltimo post, o filme brasileiro de Bruno Barreto, Última Parada 174, ficou de fora da disputa do melhor filme do ano. Assim como Olga, o filme mostrou que o critério para escolha do representante brasileiro precisa urgentemente ser revisto, ou continuaremos perdendo oportunidades...

Em contraponto, uma surpresa: O filme Gomorra, um dos favoritos ao prêmio de Melhor Filme estrangeiro, e concorrente do Globo de Ouro também ficou de fora dos nove finalistas. Já Waltz With Bashir segue como favorito ao prêmio e encabeça os indicados. Dia 22 sai a listagem completa, e aí teremos uma melhor chance de analisar o nosso bolão!

Críticas mais curtas e mais diretas! - Sete Vidas, O Menino do Pijama Listrado e Desejo e Reparação


Desde o começo do ano, já foram 8 filmes no cinema. Esse é um dos motivos da minha lerdeza em críticas no momento, por isso as próximas vão ser mais rápidas e sucintas!

Já são três na primeira leva:

Sete Vidas(Seven Pounds) - Dir: Gabrielle Muccino. Com: Will Smith. Homem esconde um segredo e pretende alterar drasticamente a vida de sete pessoas. O novo drama de Will Smith, com o diretor de À Procura da Felicidade busca abalar corações e fazer o público chorar desesperadamente. E lógico, colocar Smith na berlinda do oscar. Só que, diferente do filme anterior, Sete Vidas é preseunçoso demais. O filme tem uma boa história, uma bonita lição, mas explora muito pouco os personagens. A ênfase é clara no relacionamento curador do protagonista com a jovem trabalhadora que precisa de um coração.
Mesmo assim, as atuações são boas, mesmo que Smith canse com aquela cara de choro durante quase duas horas de produção. O tema da doação de órgãos é atual e tratado de forma competente e corajosa. Um bom filme, vale a pena ser assistido pra chorar um pouco.

O menino do Pijama Listrado(The boy in the striped pijama)- Dir: Mark Herman. Baseado no best-seller homônimo, mostra a história de um garoto, filho de um alta patente do exército nazista, que vai morar perto de um campo de concentração. Sem amigos para brincar, conhece um garoto que mora no campo e torna-se amigo. O filme começa bem, com uma visão humanizada das pessoas comuns que viveram durante o regime. Por alguns momentos, você quase não identifica os monstros sem coração que dizimaram milhões de judeus. Esse início parece trazer um novo olhar para um tema tão batido, mas antes da meia hora de filme, os clichês desse gênero começam a aparecer: O pai, antes preocupado com a família, se torna frio e sem coração, a mãe desaprova o marido, a filha mais velha que pouco aparece ama a causa nazista e o menor fica amigo de judeus. Apesar de ser meio batido, o filme ainda tem um bom desenvolvimento e caminha para um final trágico. Note as boas atuações, principalmente dos mirins. Ótima opção de guerra, que foge do convencional.

Desejo e Reparação(Atonement) - Dir: Joe Wright. Com: Keira Knightley, James McAvoy. Desejo e Reparação é um filme que merece mais do que algumas linha superficiais para uma resenha. Mas, é melhor escrever pouca coisa do que prometer e não escrever nada. A história é adaptação do romance de mesmo nome e nada tem a ver com o outro filme do diretor Joe Wright, Orgulho e Preconceito. No filme, uma garota comete um erro quando criança e a sua culpa atravessa décadas, quando separa o amor de sua irmã, enviando-o para a guerra. Nesse ritmo, vemos os desenlaces de seu erro e tudo o que ele causou aos protagonistas. Uma narrativa belíssima, com momentos de pura emoção e uma cena em plano-sequência genial, e que entra para a história do cinema como uma das mais belas. James McAvoy e Keira dão a alma em seus papéis e dificultam todo o controle sobre os olhos já marejados do espectador. Desejo e Reparação é um filme imperdível, não só para quem gosta de cinema, mas para quem gosta de uma boa história.

Façam suas apostas!!! Vem aí, o OSCAR 2009!






Ontem aconteceu a premiação para os melhores filmes e séries para a TV do ano: O Globo de Ouro é o termômetro para a maior festa do cinema, então você pode ter certeza que boa parte dos filmes que estiveram por ali vão estar competindo nas principais categorias do Oscar.

Já que é no próximo dia 22 a divulgação da lista de indicados, cabe a mim, redator deste blog, uma análise dos vencedores do prêmio e, lógico, iniciar o bolão de quem eu acho que vai concorrer, e mais tarde, levantar o careca mais cobiçado do cinema.
Pois bem, se o Globo de Ouro deste ano provou alguma coisa, é que os diretores alternativos estão em alta para a temporada. David Fincher, Cristopher Nolan, Danny Boyle, Gus Van Sant e Darren Aronofsky estão com grande prestígio no mercado norte-americano.
Não que os diretores façam apenas filmes conceituais, ou independentes. Todos dirigem ou já dirigiram blockbusters, mas tem um toque diferenciado em suas produções que deixam seus filmes atraentes e diferentes do comum: Fincher criou um dos melhores suspenses da década de 90(Se7en) e um dos melhores dessa década(Zodíaco), além de extrair de Brad Pitt seu personagem mais marcante em Clube da Luta. O diretor que veio dos videoclipes dá agilidade aos seus filmes e sabe usar e abusar de cortes e montagens. Dessa vez, concorre com o superestimado O Curioso Caso de Benjamin Button, um drama que cheira a Oscar desde suas primeiras imagens. Também pudera: baseado em um livro de F. Scott Fizgerald, conta a história de um homem com uma doença peculiar. Ele nasce velho e vai ficando cada vez mais novo. Elenco de peso, ótimos efeitos. Todos esperavam que fosse o campeão de prêmios, assim como foi de indicações. Saiu do Globo sem nada.

Cristopher Nolan iniciou sua carreira com um filme que foi divisor de águas: Amnésia. Conquistou a crítica e o público, antes de fazer a bobagem chamada Insônia. Voltou com a repaginação do homem-morcego em Batman Begins, fez um dos melhores dramas dos últimos anos com o Grande Truque e alcançou sua maior façanha em Cavaleiro das Trevas. O filme que tenta brigar por uma indicação de melhor filme, vai com certeza levar a maioria dos prêmios técnicos. A indicação póstuma de Heath Ledger foi bem vista e agraciou o falecido ator com o globo de ouro merecido. Mas, provavelmente, o filme não vai ter tanta sorte assim no Oscar. Pode até levar as indicações que pleitea, no entanto, a data de seu lançamento(julho, época de férias e longe do oscar) e o fato do filme ser o mais pipocão da disputa, fazem com que suas chances sejam pequenas. Mesmo assim, pode ser a Ovelha Negra que vai virar o jogo...

Gus Van Sant já concorreu a melhor filme, há exatos 10 anos atrás, por Gênio Indomável. Na época, não foi páreo para o Titanic de James Cameron, mas levou o prêmio de Melhor roteiro original e melhor coadjuvante para Robin Williams. Depois, foram experimentações de todos os tipos. Foi do ridículo ao topo em poucos anos. Ganhou o framboesa de ouro de pior diretor no remake do clássico Psicose em 98 e a palma de ouro em Cannes, pelo singelo e perturbador, Elefante. Polêmico, o filme retratava as últimas horas do massacre de Columbine. Longe de grandes sucessos por alguns anos, volta com mais um filme polêmico e que vai degladiar Sean Penn em um prêmio de melhor ator, com MILK. Na nova obra, o diretor conta a história do primeiro político gay dos EUA, Harvey Milk e sua luta pelos direitos dos homossexuais. No globo de ouro o filme concorreu apenas em duas categorias, mas o Oscar promete ser mais generoso com Van Sant. É esperar pra ver.

Darren Aronofsky, ao meu ver, foi o diretor mais injustiçado: mesmo não assistindo a The Wrestler, filme que levou o Leão de Ouro em Veneza, acredito que poderia ter mais indicações. Ao menos, mostrou que Mickey Rourke, não só está em plena forma em talento, como também está pronto para disputar o Oscar. Ganhou praticamente todos os prêmios de melhor ator que concorreu e entra como grande favorito na categoria. O filme ainda levou o globo de ouro de melhor canção original. The Wrestler parece ser o reconhecimento do talento de Aronofsky, diretor que tem dificuldade para bancar seus filmes, mas produz grandes obras, muitas vezes perturbadoras, que vão bem na crítica e mal no público. A nova produção parece conciliar mais esses dois públicos e pode ser uma surpresa na premiação, mas é difícil afirmar com certeza.

Por último, o grande campeão do Globo de Ouro, Danny Boyle e seu Slumdog Millionaire. Boyle é um dos meus diretores favoritos e meu respeito por ele cresce com sua obra. De uma estética rara e singela, ele sabe criar um filme de entretenimento ou um poderoso elemento de crítica social, sem perder o bom humor ou a beleza do trabalho. Trainspotting é um marco do cinema inglês e independente, mas Por uma vida menos ordinária, é uma experiência estética única, com um elenco forte e competente. Assim como A praia, subestimado pela crítica e público; Extermínio, um clássico que revigorou o cinema gore zumbi e por último Sunshine, uma ficção científica poderosa e psicológica, diferente dos demais filmes-catástrofes. E, com seu projeto menos ambicioso, surpreendeu abocanhando os 4 prêmios mais importantes e saindo como favorito ao Oscar. Mas, a academia é tradicional e pode ser que o filme não consiga o sucesso que conseguiu no Globo. Por isso a cautela, que em hipótese alguma é excessiva quando se trata de Hollywood.

Não comentarei dos outros dois filmes(The Reader e Frost/Nixon) por, realmente, ser um total ignorante sobre ambos. Mesmo assim, são candidatos poderosos que não devem ser ignorados.

Agora, os chutes!

Categorias:

Melhor filme:
O Curioso Caso de Benjamin Button
Milk
Slumdog Millionaire
Frost/Nixon
Apenas um sonho
Batman(???)

Filme que eu queria que concorresse, mas provavelmente não vai: The Wrestler

Melhor Diretor

Danny Boyle
David Fincher
Cristopher Nolan
Sam Mendes
Gus Van Sant

Melhor ator:

Mickey Rourke - The Wrestler
Sean Penn - Milk
Brad Pitt - Curious Case of Benjamin Button
Frank Langella - Frost/Nixon
Leo di Caprio - Apenas um Sonho

Melhor Atriz

Kate Winslet - Apenas um Sonho(Surpreendente, a jovem arrebatou a de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante! Favoritíssima)
Angelina Jolie - A Troca(a única que pode dar uma rasteira em Kate)
Anne Hathaway - O Casamento de Rachel
Merryl Streep - Dúvida
Cate Blanchett - O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Ator coadjuvante

Heath Ledger - Batman
Robert Downey Jr. - Trovão Tropical
Phillip Seymour Hoffman - Dúvida
Ralph Fiennes - A duquesa
Kevin Bacon - Frost/Nixon

Melhor animação:

O grande vencedor do globo foi aquele que eu já havia previsto neste post, e que vai ganhar o Oscar também. Wall-E está quilômetros à frente de seus concorrentes. Vai ser difícil superar.

Wall-E
Bolt
Kung Fu Panda

Melho canção:

The Wrestler
Wall-E
Bolt ou High School Musical

E não adianta criar esperanças: O BRASIL VAI FICAR CHUPANDO O DEDO de novo. Última Parada provavelmente não vai concorrer(que eu morda minha língua), muito menos GANHAR(isso pode ter certeza). Tem Waltz for Bashir e Gomorra que vão limpar etnicamente o oscar.

Esses são os chutes minha gente!
Agora é esperar e conferir se acertei alguma coisa nessa lista. Perto do Oscar, a lista dos vencedores. Até mais!




Reforço para o blog

Pois é pessoal, como dá pra notar aqui pelo lado, o blog agora tem certificado de qualidade ACCIRS, a ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE CINEMA DO RS!
E por isso mesmo, o bom trabalho feito até o momento, tende a ficar ainda melhor. Alguns textos postados aqui vão aparecer por lá e vice-versa. Confira aqui: www.accirs.com.br !

Até mais!

Bolt: Supercão - A Disney com cara de Pixar


Em 1937, o primeiro longa-metragem de animação do mundo, Branca de Neve e os Sete Anões, mostrou uma nova dimensão de entretenimento possível. Com esmero de inúmeros artistas, o roteiro tinha a difícil tarefa de não apenas impressionar visualmente, como entreter o público infantil e adulto de forma convincente. Ali, firmou-se o estilo Disney de animação. Narrativas simples para toda a família, com lições de moral e excelente qualidade gráfica. Esse legado manteve-se forte durante quase meio século. Foi há pouco mais de uma década que algo parece ter saído do controle.

 

O último grande lançamento da Disney, pré-Pixar, foi O Rei Leão. A vinda de Toy Story, primeiro longa-metragem totalmente computadorizado e com uma história madura, parece ter desestabilizado o chão firme mantido pelo império durante todo esse tempo. A partir daí, seus próximos filmes em 2D pareciam não apresentar a qualidade e o chamariz necessário acima da média. Com um contrato de pelo menos dez anos, a Pixar capitalizou forte, ajudando a empresa a continuar com seu império por um bom tempo. Enquanto surgiam sucessos instantâneos como Vida de InsetoToy Story 2 e Monstros S.A., a Disney naufragava com produções como Dinossauros e Nem que a Vaca Tussa, o último longa em 2D da empresa. Mas, essa união fabulosa parecia aproximar-se de um fim.

 

O efeito Pixar

A empresa que nasceu nos anos 80 demorou até ter sua importância reconhecida. Toy Story pegou o mundo de surpresa com efeitos incríveis que garantiram, além de um Oscar especial, a abertura de novas possibilidades em um mercado que demonstrava os primeiros sinais de cansaço. Em seu segundo projeto,Vida de Inseto, a Pixar vence o Oscar de melhor curta de animação, em um minifilme exibido antes das cópias no cinema. A popularização da computação gráfica, a originalidade dos roteiros, a quebra de monopólio com o surgimento de outras empresas, como a Dreamworks, e o sucesso estrondoso que esses filmes fizeram em todo o mundo, surtiram efeito também na Academia: era criado o prêmio de melhor filme de animação. Apesar da força da Pixar e de suas animações, quem levou o Oscar em seu primeiro ano foi sua principal rival e seu ogro incomum, Shrek. O filme inaugurou outro ponto de virada na animação. Apresentava piadas infantis e adultas, mesmo que subliminares. Esse amadurecimento ficou ainda mais claro nas produções posteriores. E o Oscar veio com Procurando Nemo, em 2004. O 2D ainda é forte nas disputas, e isso foi provado com A Viagem de Chihiro, de 2003, que bateu seus concorrentes ocidentais, com uma história forte e inteligente.

 

O Oscar voltou às mãos da Pixar com Os Incríveis, primeiro sucesso do diretor Brad Bird, conhecido nos circuitos undergrounds com uma das melhores animações dos anos 90, Gigante de Ferro. O diretor sabe explorar seus personagens de uma forma profunda e psicológica, diferente das abordagens superficiais e clichês que o mundo estava acostumado. A Pixar começa a enveredar por um outro caminho, completamente inusitado. Seus filmes param de buscar apenas a diversão e entretenimento sem propósito, para começar a tornar-se mais do que simplesmente mais uma animação. Ratattouile é um passo ousado, que quebra com a prática de clichês, ao evitar situações e resoluções óbvias. Essa atitude agrada a crítica, mas perde boa parte do público infantil, que prefere produções mais simples e cômicas. Também, consagra Brad Bird em seu terceiro filme. Wall-E é a expressão quase definitiva desse novo rumo da Pixar. O filme praticamente não apresenta diálogos durante quase mais de meia hora do filme. Algo surpreendente para qualquer animação. A cena da dança espacial que o protagonista realiza com Eve entra para a história da animação pela sua beleza rara e singela. Esse tipo de liberdade veio logo após o passo mais importante da indústria do cinema em décadas: a fusão Disney/Pixar.

 

A união

Com a proximidade do fim do contrato entre Disney e Pixar, a mina de ouro que a empresa de Mickey Mouse tinha achado parecia encerrar-se. Após meses de negociação, finalmente um acordo: a Pixar deixaria de ser apenas uma empresa contratada para tornar-se uma sócia de peso. Além de manter o direito total sobre suas produções, o chefe da empresa ainda assumiria o setor de animações da Disney, que cambaleava com o fracoA Família Robinson. O diretor de Toy Story, John Lasseter, ainda tentou trazer de volta as animações 2D com sua primeira produção, mas a falta de aceitação e problemas com o diretor do filme acabaram voltando ao 3D.

 

Tudo isso pra falar de Bolt

Desde o logo da empresa, que lembra as primeiras produções Disney, o filme busca se diferenciar de suas recentes produções e mesmo do estilo Pixar. Uma produção assumidamente feita para o público infanto-juvenil, assim como grandes sucessos dos últimos anos, como Kung Fu Panda e Madagascar, que se importam mais com a diversão e a simplicidade. A qualidade técnica da produção é ótima. A cena de abertura tem quase 15 minutos de ação initerrupta, efeitos de slow motion bem posicionados e muita pirotecnia. Ninguém duvida da capacidade técnica do estúdio. Mas a qualidade do filme ultrapassa apenas o visual e capricha em um roteiro que não apela nem exagera. É divertido, engraçado, com um timming ideal. A lição de moral está claramente presente no final da película e não irrita.

 

O primeiro filme dos estúdios Disney sob a tutela de John Lasseter recuperou um pouco do prestígio que durante tanto tempo o estúdio parecia ter perdido. É cedo para constatar todas as mudanças, mas o futuro parece bem mais promissor agora.

Código 46 – Admirável mundo novo onde amar é proibido


Uma das mais conhecidas obras de Aldous Huxley mostra a humanidade em um futuro desprovido de pensamento próprio e sentimentos. A máquina humana funciona quando tem seus desejos primitivos saciados e seus sentimentos, sedados por drogas ingeridas todos os dias. O pré-condicionamento desde a infância torna o processo de castas facilmente aceito por todos. O que Código 46 mostra, é um mundo que se encaminha para essa realidade, com a penas uma característica além da obra original: a globalização.


A história mostra um investigador que é deslocado para Xangai, na busca de um contrabandista de passes: um certificado que garante ao possuidor a entrada nas grandes cidades. Quem não tem, permanece em zonas áridas, sem qualquer tipo de atendimento ou auxílio. Ao se apaixonar pela criminosa, ele inicia um perigoso jogo onde irá violar um dos mais temidos códigos de conduta impostos pela genética.


O diretor Michael Winterbottom, privilegia a história dos protagonistas ao mundo à sua volta. Câmeras que simulam o olhar e podem ser interpretadas como a memória do investigador, tomadas na cidade deserta, em comparação com o deserto que os cerca longe dos grandes centros. Tudo, em busca de um sentimento de isolamento e incompreensão de uma sociedade que deixa de lado toda a humanidade possível. Não existem relacionamentos que não venham de interesses ou sejam geneticamente incompatíveis.


A trilha sonora parece verter do filme. Flui naturalmente, intercalando o eletrônico e o transcendental, elevando ainda mais o sentimento de perda e solidão que permeiam toda a película. Tim Robbins é firme em seu papel, mas é Samantha Morton quem rouba a cena. Sua atuação é de corpo e alma, como o amor de sua personagem ao de Robbins. Suas dúvidas e questões são aquelas que nós desenvolvemos na história. Sua tristeza e seu amor mostram ser sua derrota final.


Talvez um dos elementos mais interessantes do filme, seja a inclusão de um fator que não era conhecido na época de Huxley: o advindo da globalização, que apesar da distância das cidades, parece subdividir o mundo em apenas grandes cidades, que já não sofrem do antigo problema de superlotação, devido ao grande avanço no controle de natalidade. Vemos em Xangai mais ocidentais do que propriamente orientais. Os chineses são encontrados apenas em bares tradicionais, não mais no seu convívio natural. A língua é provavelmente, o detalhe mais interessante do filme. O inglês usa expressões dos mais variados idiomas. Francês, espanhol, português, alemão...tudo resultado mais uma vez, da massiva globalização colocada em prática nos países de todo mundo.


Novamente, é o elemento inesperado que é exaltado na história. A sociedade fria e vazia não mostra valor quando o lado de fora é permitido a liberdade plena do ser humano. Um personagem em certo ponto diz: Clima, ambiente, Deus, causalidade, família... nenhum de nós está preso ao seu gene. Parece ser a chave que libertaria o protagonista. Mas, a sua tentativa covarde de voltar a vida mostra sua essência: ele é condicionado a viver sobre as regras da sociedade. O que em Código 46 é genético, em nossa realidade, mais uma vez, chamamos de medo. E assim, não vivemos.


Apesar da condenação final da personagem de Samantha, o que fica não é sua perda, mas um sentimento que o investigador jamais vai desfrutar: a falta de um amor verdadeiro e fora dos padrões, que mesmo não existindo mais, fica pra sempre em sua memória. Doendo, mas vivo.


"When the truth is... I miss you"