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Predadores - Uma volta digna aos anos 80, no melhor estilo Schwarzenneger de matar alienígenas

Predadores - Uma volta digna aos anos 80, no melhor estilo Schwarzenneger de matar alienígenas

NOTA: 8,9 / 10

Predators
EUA , 2010 - 107 minutos
Ação

Direção:
Nimród Antal

Roteiro:
Alex Litvak, Michael Finch, Jim Thomas, John Thomas

Elenco:
Adrien Brody, Alice Braga, Topher Grace, Oleg Taktarov, Walton Goggins, Louis Ozawa Changchien, Laurence Fishburne, Danny Trejo, Mahershalalhashbaz Ali

Adrien Brody coberto de lama e frente a frente com seu opressor. Pode muito bem ser uma cena de O Pianista, filme pelo qual o ator levou o Oscar onde interpretava um pianista judeu que em certo ponto do domínio nazista, magro, esquálido e sujo, sobrevivia esquálido em meio à ruínas. A diferença é que agora, o mesmo Brody parece um tronco de músculos e tem um ar assassino assustador. Predadores, filme que continua a saga iniciada em 1987 e resenhada neste blog pouco tempo atrás, é o terceiro da série original, mas está mais para uma continuação digna do primeiro do que propriamente o fechamento de uma trilogia. A verdade é que depois de Predador, a série passou por diferentes visões que acabaram por gerar filmes de qualidade duvidosa. Sai o herói de exército porradão para entrar um policial de meia-idade fora de forma. Em Predadores o que se vê é uma visão mais cruel desse universo, onde só o pior pode sobreviver.

A história mostra um grupo de condenados e mercenários que é jogado em meio ao planeta natal do caçador mais terrível do universo. É claro que eles serão a caça.

A direção de Nimród Antal é nova para muitos, já que seu trabalho mais significativo até o momento foi o suspense Temos Vagas, que saiu direto em dvd no Brasil. Pelo jeito o bom desempenho do filme nas bilheterias e as críticas ao suspense conquistaram Robert Rodriguez (Planeta Terror), que abriu mão da direção de Predadores em favor do novo pupilo. Não poderia ser uma decisão mais acertada. Nimród consegue dar um peso de suspense para a narrativa e ainda balancear o gore e a ação de forma competente. O equilíbrio entre produção e direção é claro aqui. Quando horas pesa a mão de Rodriguez, em seguida vemos o psicológico do diretor inverter a balança.

O elenco foi mais do que bem escolhido. Brody foi muito contestado para ser uma estrela de ação, mas diabos, o cara está perfeito no papel! Olhar sádico, temperamento calculado e preciso, velocidade e força fazem dele o próprio inferno para o predador. Consegue ser mais incrível do que o personagem original de Arnold que quase não conseguiu abater o monstro da primeira vez. Ajudado por Alice Braga que tem muito mais talento e fama do que Rodrigo Santoro, mostra que pode se tornar uma nova face para heróis de filmes do gênero. Já Laurence Fishburne encarna o melhor ezquizofrênico dos últimos anos no cinema em um papel assustador e Topher Grace mostra mais uma vez, seu lado menino mau de ser. O resto do elenco é só carne para mutilação.

Falar do elenco e não falar das novas criaturas é um pecado. Os novos predadores são tão visualmente incríveis em seus detalhes quanto a primeira criatura que surgiu. Com arremedos tribais, eles são mais cruéis e tem tamanhos e crânios diferenciados que prometem dar bom sustos em desavisados. Os equipamentos novos assim como os companheiros de caça que eles utilizam dão pano pra manga para continuações.

O roteiro pra variar, torna o filme bastante visual. Sem muitas conversas, a primeira hora serve para montar o cenário. Já sabemos boa parte do que é apresentado, mas muitos espectadores podem estar conhecendo o universo pela primeira vez. A partir do momento em que Fishburne entra na história, ela parece sofrer uma virada que culmina em um clímax digno dos filmes de ação dos anos 80. Deus, eles inclusive se utilizam de metáforas sobre os humanos serem os predadores, repetindo a crítica social de Predador e seu, Quem diabos é você. Mas, aqui, o que você vai mesmo apreciar é o sangue, a luta, e aquela machadinha que fez com que Adrian Brody fosse mais casca grossa que o próprio Schwarzenegger.

E é por isso, que você DEVE assistir Predadores, sem nem pensar duas vezes.

A Saga Crepúsculo: Eclipse - Irritante, pedante e entediante

A Saga Crepúsculo: Eclipse - Irritante, pedante e entediante

NOTA: 4,5 / 10

The Twilight Saga: Eclipse
EUA , 2010 - 124 min.
Aventura / Fantasia / Romance

Direção:
David Slade

Roteiro:
Melissa Rosenberg

Elenco:
Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Billy Burke, Ashley Greene, Dakota Fanning


Tenho sentimentos controversos em relação à Saga Crepúsculo. De um lado, minha parte cinéfila fica enjoada e entediada só em considerar a hipótese de ter que aguentar mais um capítulo com conversa fiada, romance mesquinho e pouca ação. Minha parte de crítico sadomasoquista, por outro lado, adora a expectativa de encarar uma sessão dos filmes, só para poder acabar com o sonho de menininhas por aí. E por isso que posso soar tão violento nessa crítica. O final da sessão é uma mistura de frustração com sono e, por mais que chamem os melhores diretores da década, não será suficiente para tornar Crepúsculo um marco para toda uma geração.

Eclipse mostra novamente a indecisão de Bella quanto a seu amor por Edward ou sua amizade por Jacob. Mas, dessa vez, com um exército de vampiros para atrapalhar.

A direção de David Slade é competente e torna Eclipse o melhor filme da série até agora. Mesmo que isso não signifique nada. A fotografia perde os contornos calorentos de Lua Nova e torna-se fria, quase prateada, diferente até do tom azulado do primeiro filme. São belas tomadas e até consegue enganar nos primeiros minutos, antes que batamos de cara com a realidade da história. A direção também é firme nas poucas cenas de ação de Eclipse que ao menos são convincentes e poderiam ser mais exploradas. David Slade já trabalhou com vampiros em 30 dias de noite, mas lá, teve um desempenho mais marcante, com a ajuda do roteiro sombrio.

O elenco, bom, continua uma boa safra de bananas. Kristen Stewart é uma atriz metódica. Metódicamente chata, sem sal e desgraçadamente entediante. Seu rosto mantém a mesma expressão congelada dos cartazes pelas intermináveis 2h de filme. Taylor Lautner era ao menos um pouco melhor em Lua Nova, mas aqui parece mais um pirralho mesquinho com tendências emo, que parece ser tão burro quanto uma porta para cair toda santa vez no joguinho de megera da protagonista. Já Robert Pattinson tem sua primeira identificação com o espectador que não é fã, no terceiro capítulo da série quando olha pra Jacob e diz: "Esse cara não tem uma camisa?". Graças a Deus, não somos os únicos agredidos. No mais, faz bem o papel de corno manso e homossexual reprimido.

O roteiro é sim capenga. Não adiante dizer que não...em uma situação real ninguém suportaria a indecisão de uma garota mimada que faz joguinhos com seu futuro marido e o melhor amigo. Todos os diálogos dos últimos dois filmes se repetem incessantemente. A longa duração do filme não ajuda. Bela fica correndo de um lado para o outro da tela, só para poder se abraçar o máximo possível de Jacob, enquanto Edward fica se reprimindo em outro canto da sala. Pior do que isso é ver o garoto-lobisomem sem camisa durante uma tempestade de -17ºC. Já é pedir de mais para minha caixola. Outro grande descoberta é que vampiros são inflamáveis. Altamente inflamáveis já que Edward precisa somente jogar um isqueiro em cima do corpo de Victoria para que ela vire uma pira olímpica.

Juro que tentei gostar do filme. O começo me deu esperanças, mas os clichês e a enrolação me deixaram entediado demais. Ainda não entendo o que essa saga tem de tão influente. Talvez por mexer com a menina dentro de cada mulher... Mesmo assim, Bela é a pior cafajeste do cinema nos últimos anos. Desde Jude Law em Closer não existiu um personagem tão sem escrúpulos e dignidade.

No trailer de Harry Potter e As Relíquias da Morte uma frase mostra a sutil diferença entre as duas sagas: "Um marco para uma geração". Definitivamente, o único marco que Crepúsculo irá deixar nos cinemas é a felicidade por deixar de existir.

Plano B - O filme que fez o tempo parar

PLANO B -O filme que fez o tempo parar

NOTA: 0,1 / 10

The Back-up Plan
EUA , 2010 - 106 min.
Comédia / Romance

Direção:
Alan Poul

Roteiro:
Kate Angelo

Elenco:
Jennifer Lopez, Alex O'Loughlin, Eric Christian Olsen, Anthony Anderson, Linda Lavin, Michaela Watkins, Noureen DeWulf

Eu imagino que nenhum diretor, que estuda por quase 3 anos, espera ter sua carreira focada para uma comédia romântica com Jennifer Lopez. É quase triste tentar entender como os filmes dela ainda movimentam público, visto que ela nunca teve um trabalho de qualidade no gênero. É claro, são pessoas que buscam histórias curiosas, fáceis, cheias de melodrama barato e piadas bobas e de mal gosto. Mas ainda assim, cair num poço de vergonha alheia como Plano B, parece ser algo que não faz sentido. Ano passado, postei aqui a crítica de uma das maiores perdas de tempo que já assisti no cinema em minha vida. Uma lição de Amor, recebeu nota 0,5. Alien Vs. Predador, recebeu 0,3, mas tendo em conta que é mais pela decepção do filme do que realmente pela qualidade (eu assistiria 5 vezes AVP, antes de assistir Plano B novamente). Pois bem, a marca foi superada. Obrigado Jennifer Lopez, seu filme tem o poder de esticar o tempo, transformando 1h40 de filme em absurdas 5 horas de tortura. Muito Obrigado.

Mulher que está ficando para titia desiste de tentar encontrar o amor de sua vida, faz inseminação artificial e conhece o amor de sua vida.

Não sei nem mesmo como começar essa crítica. A minha primeira risada nesse "filme de comédia" chegou lá pela 3ª hora...quer dizer, depois de uns 40 minutos de filme. Mesmo nas piores comédias que assisti tive momentos mais engraçados antes dos 10 minutos. Alan Paul até tenta construir um clima de novidade com algumas escapadas da fórmula pronta, mas até a abertura soa recalchutada. Fora isso, piadas de mal gosto afloram a todo momento: piadas com esperma, cocô, mulheres grávidas porcas, cocô. É sério, só de falar disso é constrangedor. Assistir em um filme consegue ser ainda mais vergonhoso. Eu quero acreditar que seja uma vingança do diretor ao estúdio que o empurrou para essa roubada.

Jennifer Lopez é um desastre a parte. Artificial e completamente sem graça, ela passa 104 minutos fazendo caretas para a câmera. Não adianta dona Lopez, desista. Se você espera ao menos ver a atriz seminua ou coisa do tipo, esqueça. O máximo que você vai conseguir é uma tomada das pernas dela de fora. E só. Em compensação, o protagonista sem camisa não falta. Fora isso, o único destaque do elenco é Cesar Milan, O Encantador de Cães, que faz uma ponta de 2 minutos. O melhor ator em cena.

Aliás, isso é interessante. O filme tenta construir umas 3 análises do comportamento da personagem Zoe. Em uma, é sua relação com a avó. Tudo gira em torno de Zoe ficar sozinha sem ninguém, por isso a gravidez. Na outra, a metáfora da moeda de um centavo virada, que parece ser o ponto norteador do filme. Ledo engano, também há uma metáfora sobre a aplicação das regras do Encantador de Cães na história. Ou seja, uma confusão de pensamentos, regados a más interpretações, piadas sem graça e nojentas, diálogos estúpidos e tudo o mais que uma comédia romântica de baixa qualidade possa oferecer.

Citando uma crítica de Plano B: "O filme é tão ruim que chamá-lo de 'filme de fórmula' é ofender os 'filmes de fórmula' que estão no mercado".