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Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 - Que sera sera, whatever will be will be

Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 - Que sera sera, whatever will be will be

NOTA: 8 / 10

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
Reino Unido/EUA , 2011 - 130 min.
Aventura / Fantasia

Direção:
David Yates

Roteiro:
Steve Kloves

Elenco:
Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Ralph Fiennes, Michael Gambon, Alan Rickman,

Foram anos de espera. Acompanho a série desde o longíquo 2001 quando uma professora me emprestou A Pedra Filosofal e me deixou fascinado. Cresci acompanhando as aventuras do jovem Harry Potter, seus amigos Rony e Hermione, as aulas de Hogwarts, o quadribol, as reviravoltas, mortes e surpresas de cada volume. Ao mesmo tempo, o cinema sempre conseguia deixar de fora uma ou outra parte que deixava meu lado fanático um pouco decepcionado. David Yates foi o diretor que achou o tom certo da série e desde A Ordem da Fênix, conseguiu melhorar o universo dos livros nas telonas. Foi mais ou menos na época do quinto filme que As Relíquias da Morte foi lançado e, enfim, encerrou a saga do bruxo. Para minha surpresa, o livro foi de longe um dos mais fracos de J.K. Rowling. E apesar da eficiência de Yates na primeira parte, o segundo longa acabou por sofrer justamente por seu apego à obra original.

No último filme da série, Harry deve encontrar as horcruxes restantes para finalmente derrotar Lord Voldemort.

A tensão dos minutos iniciais do filme prenuncia a carnificina que acontecerá em poucos instantes. Cada momento em que o trio (Harry, Hermione, Rony) aparece, nos lembra que essa é a última vez que veremos cada um desses personagens. A conversa com Grampo (o duende interpretado pelo anão Warwick Davis) dura um bom tempo e lembra (como não dizer) a negociação do Coronel Hans Landa em Bastardos Inglórios. Yates pesa a mão de tal forma que mesmo o humor da cena acaba abafado pela tensão na sala de cinema. Dali para Gringotes o filme flui muito bem, com ótimos efeitos, bela fotografia (destaque para Harry no lago) e a fuga mais exuberante dos últimos tempos no cinema. Pena que basta chegar a Hogwarts para tudo isso se exaurir em um turbilhão de acontecimentos que mais lembram uma descida de montanha-russa sem emoção.

Toda a sutileza do primeiro ato vai pro espaço, bem como na cena em Harry e seus amigos tomam Hogwarts. E a partir daí, sobram cenas de Hogwarts sendo destruída e a massivamente divulgada guerra entre bruxos. O grande problema dessa guerra, é que só é mostrada pelo lado de personagens terciários que pouco aparecem nos filmes. Dos personagens conhecidos, pouco vemos. Seja de Lupin, os Weasley e mesmo Neville que tem uma participação bem maior nesse último momento, todos reunidos devem somar no máximo 2 minutos do filme. Sobram, no entanto, cenas aéreas impressionantes e piromania descontrolada.

Fora esse fator, o que falta nessa segunda parte é emoção. Vemos os cadáveres conhecidos e empilhados por algum tempo e é isso. Tanto que mesmo no epílogo, a cena que deveria ser a mais emotiva das 8 partes, temos um momento bastante insosso e um final bem sem graça.

Nem tudo são falhas. As batalhas são magistrais, a trilha sonora está afiada, as atuações estão convincentes e emocionadas. Até os diálogos tem relevância. O filme sofre é com o material original mesmo, que não oferece uma maior profundidade ou sequer aproveita ganchos e boas ideias plantadas durante toda a série. Emociona? É claro que sim. Crescemos acompanhando esses personagens. Querendo ou não isso iria acontecer.

Mas não foi a experiência tão marcante para o fim de uma geração que voltou a se apaixonar pela magia.