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Sex and the City 2

Sex and the City 2

Esse post é só para relatar que não será publicado sequer uma linha sobre este filme.

Blog parceiro: Cinemax

Blog parceiro: Cinemax

A partir de hoje, o blog inicia uma parceria com outro blog que fala sobre cinema: o Cinemax.

Conheci o Max durante a Intercom Sul e o cara segue uma linha de crítica de cinema parecida com a minha, mas com suas peculiaridades própria(e se vocês me acham chato, vão ver que ele pega pesado também...).
Temos ideias para as novas sessões no futuro. Só esperar.

Acessem lá então!

www.blogcinemax.blogspot.com

Um epitáfio para Lost

Um epitáfio para Lost

Seis anos. Seis anos onde aprendemos a amar cada aspecto da vida desses personagens que, por um acaso do destino, foram parar em uma ilha no meio do nada e aprender com os próprios erros. E no final, nos damos conta que não estávamos nem aí para que diabo é a ilha.

No fundo, nós só queríamos que todos eles tivessem paz.

3 em 1: Robin Hood, A Proposta e Um Homem Sério

3 em 1: Robin Hood, A Proposta e Um Homem Sério

Robin Hood


Nota: 6,5 / 10


Dir.: Ridley Scott. Elenco: Russell Crowe, Cate Blanchet, William Hurt. Antes do Oscar por Gladiador, Ridley Scott foi um diretor perfeccionista que criou alguns dos maiores clássicos do cinema na década de 80 e início dos anos 90. Consumindo cifras absurdas para dar ao filme a sua real visão, conquistou público e crítica com Alien - O oitavo passageiro, e apesar do fracasso comercial de Blade Runner, este tornou-se o maior clássico da ficção científica menos de 10 anos depois. Na década de 90, apesar de trabalhar em filmes menores, criou o memorável Thelma e Louise, que entre outras coisas, revelou o jovem ator Brad Pitt. Em Gladiador, reviveu os grandes épicos do passado, dando origem a tantos novos filmes do gênero. Tentou novamente em Cruzadas, mas, novamente um filme não muito bem aceito pelo público. Suas produções voltaram a trabalhar temas atuais, mas sem sucesso e com apatia da crítica. Robin Hood é a tentativa de novamente embarcar na sua fase de épicos, mas provavelmente, deve encerrar ela. $200 milhões de dólares para criar um filme que não empolga, se perde em discursos mirabolantes e falhas de roteiro tão graves quanto a teimosia do Rei João. Russell Crowe está no piloto automático e não se vê nenhuma atuação realmente importante (vale Mark Strong, ótimo vilão). Tem boas cenas de batalha é verdade, e créditos belíssimos. Mas, desliza em um argumento mal utilizado, que ao menos, encerra o filme honrando a lenda do príncipe dos ladrões.

A proposta (The Proposal)

Nota 7,5 / 10

Dir.: Anne Fletcher. Elenco: Sandra Bullock, Ryan Reynolds. Comédia com a musa das comédias românticas dos anos 90 não parecia algo muito agradável. Mas, era o ano de Sandra Bullock. Com um bom roteiro que ao menos tenta fugir do óbvio, A Proposta se firma nas boas atuações dos protagonistas que tem forte apelo para a comédia. A história mostra uma editora-chefe, odiada por todos, que está prestes a ser deportada para o Canadá. Ela então propõe a seu assistente que ambos se casem para que ela possa ficar no país. Mas antes, terá que passar um fim-de-semana com a família dele no Alaska. Destaque para a cena onde Bullock aparece nua pela primeira vez em sua carreira. Quase 50, mas ainda inteirona...

Um Homem Sério (A Serious Man)

Nota: 8,8 / 10

Dir.: Joel e Ethan Coen. Elenco: Michael Sthulbarg, Richard Kind. O novo dos irmãos Coen é a história da vida besta de um homem sério. Em uma maré de azar, Larry vê sua vida desmoronar ao seu redor enquanto ele apenas aceita tudo, revoltado mas inativo. É revoltante a forma como os Coen mostram esse homem de classe média ter sua vida completamente destruída e em sua apatia, não tenta sequer se impor. A traição da mulher, o irmão escorado, os filhos desinteressados, o emprego medíocre, nada parece fazer com que Larry tente mudar a sua vida. Mesmo quando o universo o força, ele apenas espera que tudo passe. E aí, ele recebe o troco. Bela fotografia e ótimas atuações, em um filme que foi ignorado nos cinemas brasileiros mas merece uma segunda visita. Não é simples e nem didático, e acaba de maneira muito brusca, podendo desconcertar os Larrys que existem por aí...

Fúria de Titãs - Remake digitaliza clássico do stop-motion... e só.

Fúria de Titãs - Remake digitaliza clássico do stop-motion... e só.

Nota: 5 / 10

Clash Of Titans
EUA, Aventura.
118 min.

Direção:
Louis Leterrier

Roteiro:
Travis Beacham, Phil Hay, Matt Manfredi, Beverley Cross

Elenco:
Sam Worthington, Ralph Fiennes, Liam Nesson

Até o final do ano passado, Sam Worthington não era uma cara recorrente em Hollywood. Apesar da presença em Terminator 4, ele veio a ser reconhecido como o Jake Sully de Avatar. Logo, outros projetos com seu nome começaram a tornar-se foco dos grandes veículos de comunicação. O primeiro foi Fúria de Titãs, refilmagem do clássico de efeitos stop-motion de 1981. A direção seria do irregular diretor francês, Louis Leterrier(Carga Explosiva 1 e 2, O Incrível Hulk), que sabe como conduzir uma boa ação, mas não sabe dirigir um bom filme. Os trailers empolgaram o público que ao sinal de primeiras críticas negativas, não reagiu bem à imprensa especializada. Apesar do sucesso de bilheterias, o filme provou que de boas intenções não se faz cinema.

A história acompanha o semideus Perseu, em vingança contra o Olimpo, principalmente o deus do mundo inferior Hades. Ele tem dez dias para descobrir como destruir a arma secreta dos deuses, o Kraken, antes que a princesa Andrômeda de Argos, seja sacrificada.

A grande polêmica do filme foi sua apressada conversão em 3D e como ela havia deformado as cenas. A verdade é que isso é quase impossível de se distinguir. A diferença para outros filmes no formato quase não existe. Mesmo assim, ele não foi preparado para esse tipo de cinema e o que acontece é que as cenas são tão cortadas ou tão rápidas que o efeito 3D falha em muitos momentos. Em compensação, na batalha com o Kraken, é possível sentir o bafo do monstrengo na sua cara...

O grande defeito da direção é justamente perder o ritmo entre uma cena de ação e outra. Muita conversa, diálogos cheios de efeito e grandiosos, arremedados por draminhas pessoais que não colam, desviam o filme do seu potencial de ação. E mesmo quando as cenas de luta acontecem, os efeitos parecem terem sido feitos na pressa e mal acabados.

O elenco é reforçado de estrelas: só pra apontar os mais famosos, estão lá Liam Nesson(o Aslam de Crônicas de Nárnia) e Ralph Fiennes(Voldemort, de Harry Potter), impecáveis como os irmãos Zeus e Hades. Outras pontas ficam em aberto, como Poseidon, que tem apenas uma fala no filme, e mesmo assim, uma das mais importantes. Worthington mostra que é o herói do ano e o rosto dos blockbusters, mas sem muito brilho. Por fim, as mulheres do filme que pouco fazem, mas são lindas.

O problema de Fúria de Titãs é ser politicamente correto em uma época em que God Of War, o sangrento jogo para Playstation, tem uma visão muito mais sádica e blasfema da mitologia grega. Perseu e Kratos buscam por vingança. Mas Kratos não tem limites. Seu crime é imperdoável(ele foi iludido por Ares e matou sua mulher e filha), sua vingança não tem fim. Nesse contexto, a sanguinária aventura joga tripas, sangue e vai atrás dos deuses até que não sobre pedra sobre pedra no Olimpo. Já Perseu, tem sua família assassinada por Hades, mas não nos faz sequer sentir raiva do deus. O que parece é que há uma associação entre o Deus cristão e Zeus e com isso em mente, a produção decidiu poupar também o Olimpo. Falta ousadia a Fúria de Titãs. Falta a busca de uma produção mais adulta. Mas, acima de tudo, falta um roteiro que tenha a capacidade de honrar um clássico da década de 80, que continua superior ao remake digitalizado.

Sem Destino - O coração da América


Sem Destino - O coração da América

Nota: 10 / 10

Easy Rider
EUA , 1969 - 95 min.
Aventura

Direção:

Dennis Hopper

Roteiro:

Peter Fonda, Dennis Hopper, Terry Southern

Elenco:

Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson


A abertura, quase silenciosa, mostra dois sujeitos bastante estranhos comprando cocaína no México e revendendo no EUA. Eles escondem a bolada no tanque de uma Harley-Davidson e pegam a estrada. Quando começam a desaparecer no horizonte a câmera corta. Lado a lado, eles pegam a auto-estrada ao som de "Born to Be Wild". É impossível ser mais enlouquecedor do que essa cena. Desde 69, é impossível distinguir essa música da sensação de liberdade de andar em uma moto rumo ao nada. Hino de grupos de motoqueiros e tão poderoso como ela é Sem Destino, primeiro filme de Dennis Hopper como diretor. Mais do que apenas criar essa mitologia, o filme desafia os próprios conceitos da sociedade americana e, discordando da maioria, permanece tão atual quanto há 41 anos atrás.

Dois amigos, Wyatt e Billy, saem em duas motos para conhecer a América que tanto amam. Vão descobrir que ela é muito diferente do que eles imaginam.

Premiado no Festival de Cannes, indicado ao Oscar de melhor roteiro, Sem Destino tem qualidade surpreendente para a época e para seu orçamento. A fotografia do deserto é belíssima, principalmente quando capta o pôr-do-sol. A direção consegue manter um ritmo de rock, alternando as cenas com cortes intercalados, algo diferente mesmo em filmes atuais. Outro momento interessante é a captura da viagem alucinógena dos personagens feito com uma lente grande angular, que parece dar um tom ainda mais enlouquecido à cena. Dennis Hopper sabe utilizar bem seu espaço em tela, preenchendo com os protagonistas e coadjuvantes, de maneira que o ambiente pareça ser menor do que eles.

As atuações também auxiliam nessa ideia. Com diálogos bem contruídos, vemos um Peter Fonda de início empolgado e aos poucos, sem dizer muitas palavras, vendo seu país jogado em uma redoma de medo e preconceito. Dennis Hopper cria o papel, ao qual repetirá em Apocalipse Now, do hippie desbocado. Temos mesmo a aparição de um jovem ator da época que, após o filme, tornou-se um dos mais importantes da sua geração. Jack Nicholson é aqui um personagem que, provavelmente, é um dos mais normais de sua carreira.

O grande trunfo de Easy Rider é manter um discuro que ninguém poderia imaginar que seria tão relevante quase 40 anos depois. A América prega sua liberdade de ser aquilo que você quiser, mas erroneamente julga aqueles que se livram dessas convenções sociais devido aos inúmeros preconceitos pré-estabelecidos culturamente em sua sociedade. A própria existência de um indivíduo livre parece lembrar a essas pessoas o quanto elas são presas e por isso mesmo, é mais fácil odiá-lo do que ser como ele. Esse medo da mudança só tende a gerar a violência que é parte chocante e imprevisível do filme.

Sem Destino é mais do que apenas um filme: é uma profecia sobre o fim do sonho de uma geração.

Tudo pode dar certo - Pessimisticamente otimista

Tudo pode dar certo - Pessimisticamente otimista

Nota: 9,5 /10

Whatever Works
EUA , 2009 - 93 min.
Comédia / Romance

Direção:
Woody Allen

Roteiro:
Woody Allen

Elenco:
Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Ed Begley, Conleth Hill, Michael McKean, Henry Cavill, Jessica Hecht, John Gallagher, Carolyn McCormick, Christopher Evan Welch



Woody Allen é um dos poucos diretores que continua sendo absolutamente autoral. Suas produções não estabelecem paradigmas estéticos, nem revolucionam a narrativa cinemática. Seus personagens e diálogos, no entanto, são profundamente marcantes e originais. É na simplicidade, em histórias interessantes e curiosas que ele mostra porque é um mestre da 7ª arte. Sempre com bom humor, seus personagens normalmente pessimistas discorrem sobre a futilidade da vida, do mundo e do amor. Quem poderia interpretar alguém tão chato quanto o escritor do filme? Somente o próprio. Por isso, em seus primeiros 20 anos, Woody Allen representou ele mesmo em boa parte de seus filmes. Dessa vez, só mesmo outo pessimista para assumir a carga do nova iorquino ranzinza: ninguém melhor que Larry David, co-criador de Seinfeld: a personificação do homem de meia idade irritantemente provocador.

Tudo pode dar certo é uma história otimista: Boris Yellnikoff é um velho rabugento, indicado ao Nobel de física, que deixa uma garota dormir em sua casa por uma noite. Ela continua morando com Boris por algum tempo, até revelar que está apaixonada por ele.

O filme começa com Boris dissertando sobre o mal que a religião representa sobre a sociedade moderna. É um assunto que voltará mais vezes em debate ao filme, mas já demonstra o tom que o personagem irá assumir como, principalmente quando menospreza todas as outras pessoas com quem convive. A direção é sempre minimalista. Se Woody Allen poupa em efeitos de transição ou ferramentas visuais, aplica todo o caráter cartunesco na direção de seus atores. É um desfile de personalidades tão marcantes quanto a anterior.

O elenco é respeitável. Quando podemos pensar que David irá obscurecer seus companheiros, vemos atuações brilhantes, principalmente da linda Evan Rachel Wood. Ela é ao mesmo tempo inocente e diabolicamente sensual. Tanto que é ela que reinicia o protagonista sexualmente. Já os pais da moça, são os estereótipos divertidos de religiosos norte-americanos(e devo dizer, não muito diferentes da geração brasileira de pentecostais). É claro que Larry David é a grande pedida do filme e não poupa um minuto sequer os personagens que ama.

Na sua definição de vida, não interessa a conjunção de gostos ou sua completa alienação. O amor é apenas aquilo que funcionar. Não importa se de um lado existe um existencialista supremo e do outro um racionalista fundamental, ou se mesmo duas pessoas que poderiam coexistir no mesmo espaço e tempo. O que importa para ele é que em todas essas conjunturas a pessoa seja feliz. Tudo pode dar certo!

A Hora do Pesadelo - 1,2 Freddy vai te pegar, 3,4 quem mandou fazer um filme tão chato

A Hora do Pesadelo - 1,2 Freddy vai te pegar, 3,4 quem mandou fazer um filme tão chato

Nota: 4 / 10

A Nightmare on Elm Street
EUA , 2010 - 98 min.
Terror

Direção:
Samuel Bayer

Roteiro:
Wesley Strick, Eric Heisserer

Elenco:
Jackie Earle Haley, Kyle Gallner, Rooney Mara, Katie Cassidy, Thomas Dekker, Kellan Lutz, Clancy Brown, Connie Britton



Wes Craven provavelmente é o Stephen King dos cinemas. Seus filmes criaram mitologias do terror como poucos diretores foram capazes até hoje. É dele o brutal Quadrilha de Sádicos e a trilogia Pânico, que rapidamente se tornou um clássico do terror nos anos 90. Mas o seu ápice é o início dos anos 80, quando ele lança aquele que tirou o sono de toda uma geração, Freddy Kruger. O maníaco queimado que ataca nos sonhos teve inúmeras continuações nas próximas décadas e até enfrentou seu rival nas bilheterias, Jason Vorhees, mas nada que conseguisse aterrorizar tanto quanto seus primeiros filmes. O pior de Kruger era atacar quando as crianças mais tem medo: A hora de dormir. Claro, esse não é um filme para esse público. Mas quem nunca ficou acordado até mais tarde e assistiu escondido dos pais essa pérola do terro que é A Hora do Pesadelo??? Depois, bate o arrependimento quando passamos a noite em claro. Vale a pena cada segundo de medo quando acordamos intactos no outro dia.

Como todo bom remake, o novo A Hora do Pesadelo parte da mesma premissa para tomar seu próprio rumo. Um bando de adolescentes, interpretados por jovens de 25 anos, sonham com um estranho homem queimado que tenta assassiná-los. A solução é simples: não dormir.

A tentativa do diretor Samuel Bayer é tornar Kruger plausível, mas pra quê? A graça desse personagem é justamente sua irrealidade. A forma como os sonhos são manipulados sadicamente e utilizados contra o bando descerebrados de adolescente é a graça desse filme. De certa forma, o diretor até brinca com isso. Mistura a realidade e os sonhos, consegue criar clima para os sustos... mas falta instigar o medo. Você sai da sala ileso, e em poucos minutos esquece o filme.

Parte porque boa parte da 1h40 de filme, Freddy aparece talvez em pouco mais de 40 minutos, o que é pouco, visto que o filme é muito mais dele do que dos outros personagens. O lado bom é que pelo menos o gore não foi poupado aqui. É sangue que não para de jorrar e as mortes são bem chocantes visualmente. Outro ponto positivo é que Jackie Earl Harley é um substituto a altura de Robert Englund, apesar de não ser tão assustador quanto o Kruger original. O tom de voz de Jackie e sua tendência a papéis pesados ajudam a criar o estereótipo do matador de sonhos, mas falta um pouco mais do humor sem vergonha de Robert.

No fim, A Hora do Pesadelo tem seus momentos, mas perde no quadro maior. É, por vezes, entediante e didático demais. Vale como curiosidade e só.

Homem-de-ferro 2 - Menos conversa, mais pirotecnia

Homem-de-ferro 2 - Menos conversa, mais pirotecnia

Nota: 9,0 / 10

Iron Man 2
EUA , 2010 - 124 min.
Ação

Direção:
Jon Favreau

Roteiro:
Justin Theroux

Elenco:
Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Mickey Rourke, Samuel L. Jackson, Clark Gregg, John Slattery, Garry Shandling, Paul Bettany, Leslie Bibb


Era sem dúvida meu filme mais esperado do ano. Desde aquela cena pós-créditos fenomenal do primeiro Homem-de-ferro, a curiosidade sobre o futuro do Universo Marvel estava nas mãos da continuação de sua franquia carro-chefe. O Incrível Hulk passou longe do gosto dos fãs, talvez devido às complicações causadas pelo filme de Ang Lee. Vai partir deste segundo filme o sucesso ou não das próximas histórias(Thor e Capitão América estreiam no ano que vem e Vingadores em 2012). Os trailers deixaram claro o que esperar do novo filme. Desde os primeiros segundos de projeção, começa uma busca frenética pelas referências marvelianas, enquanto acompanhamos as desventuras de Tony Stark. Mas, sua grandiosidade reflete de maneira negativa no novo roteiro, que serve apenas de desfile para cenas de ação pirotécnicas, armaduras novas e o ego dos atores.

Em Homem-de-ferro 2, vemos que a revelação de que Tony Stark era o herói tiveram repercussões em todo o mundo. Assim, é hora de encarar o governo, rivais armamentistas e vinganças pessoais, com a ajuda da Shield e do Máquina de Combate.

Jon Favreau apareceu para o mundo após o primeiro filme e tinha que tornar a experiência dessa continuação tão surpreendente e incrível como a primeira. Para isso, construiu um início tão eufórico e explosivo quanto pôde. A cena da briga entre Whiplash e Stark em Mônaco é sem dúvida, a melhor parte de todo o filme. A nova armadura, o desafio, tudo é superior. Seja em Slow Motion ou mesmo acompanhando o herói pelos céus, Favreau superou suas próprias realizações. O que parece faltar à direção é um pouco de pulso com os atores. São nomes estelares: Robert Downey Jr. é o ator mais pop do momento, Sam Rockwell é especialista em papéis excêntricos, junte ainda Samuel L. Jackson, Mickey Rourke e Don Cheadle, atores conhecidos por sua força em atuar.

Nesse ponto, Downey ainda é o melhor em campo. Mas fica difícil acompanhar seu talento, com tão pouco espaço em cena. Nessa tentativa de equilibrar o tempo de cada um, Favreau deixa os espectadores confusos com tantas personalidades fortes que atuam de maneira excessivamente caricata. O destaque é para Cheadle e Rourke que são os mais controlados e convencem em seus papéis. O grande problema nesse quesito é Samuel L. Jackson. Depois de sua breve aparição em Homem-de-ferro, aqui ele ganha um papel maior como Nick Fury. Só que simplesmente não é Nick Fury que vemos, mas Samuel L. Jackson. O ator parece sofrer do mesmo problema de The Spirit, quando atuou de forma descontrolada deixando a desejar e mesmo prejudicando o filme. Parece que os diretores tem medo de contrariá-lo. Seus papéis são sempre cheio de gírias e sotaque. O personagem no qual ele é baseado tem muito mais seriedade apesar do humor negro que aplica. Nesse ponto é uma grande perda para a série, quando não temos alguém que é fundamental para a credibilidade do universo em que está inserido.

Falha também o roteiro quando Stark sofre um processo edipiano em relação ao pai aos 40 anos. Desnecessário bem como um romance esperado, mas também fora de tom.

A cena de ação ao final falha quando, diferente de seu predecessor, mostra muito pouco. Vemos apenas flashes pelo céu. Não existe o confronto psicológico imposto por Jeff Bridges. É notável a pressa com que o filme parece ter sido feito, com efeitos meio capengas em algumas cenas e sem o acabamento do primeiro filme nos créditos. São apenas voos e voos culminando em um embate. Nesse ponto, vale destacar Scarllet Johanson, linda e convincente como Viúva Negra. Sua cena de batalha é sem dúvida, melhor que a própria luta final.

Homem-de-ferro 2 não precisa de uma análise profunda. É um ótimo filme de ação descabida, se você não quer se ater aos detalhes. O positivo é que ele mantém em um alto nível o que foi realizado no primeiro filme e peca em pequenos aspectos. Vale a ida no cinema, ainda mais pela cena pós-créditos, mas nem por isso deve ter atenção: Vingadores não pode sofrer dos mesmos males. Os fãs merecem um pouco mais.