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Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 - O começo do fim

Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 - O começo do fim

NOTA: 8,5 / 10

Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1
EUA / Inglaterra , 2010 - 146 min.
Drama / Fantasia / Suspense

Direção:
David Yates

Roteiro:
Steve Kloves

Elenco:
Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter, Bill Nighy, Richard Griffiths

Eu lembro da primeira vez que encontrei um livro de Harry Potter disponível em uma livraria. Ninguém, na época, fazia ideia do que se tratava, mas o colorido da capa, as letras em verde brilhante e o destaque dado pelas livrarias ao produto chamou a atenção. Não comprei o livro (na verdade, só fui comprar um livro da série no sexto volume, os outros todos consegui emprestados), mas uma professora da sétima série emprestou-me logo após a compra. Bom, foi o suficiente para me fazer delirar pelo mundo fantástico de J.K. Rowling. Quando a saga acabou em livros, iniciou a nova jornada nos cinemas. Os últimos 3 livros e consequentemente os últimos 4 livros, abandonam o clima de fantasia juvenil do começo da série e mergulham no lado obscuro do mundo bruxo e do abandono da infância rumo à vida adulta. Ver Harry Potter nos cinemas, torna-se uma fantasia sadomasoquista que precisamos completar para enfim, podermos deixar os personagens em paz, longe de toda a aflição que eles passaram ao longo de tantos anos. Por isso, talvez a parte inicial de As Relíquias da Morte seja um dos melhores filmes da série até hoje, senão, o melhor.

Nessa primeira parte do último livro, Harry parte para encontrara as horcruxes e tentar destruir Voldemort, mas para isso terá que manter seus amigos o mais perto possível e fugir constantemente, já que não existe lugar seguro para se esconder.

David Yates volta à direção em seu 3º filme ao lado do bruxinho. O diretor conquistou a autora da série e boa parte dos fãs, ao utilizar os movimentos frenéticos de câmera na mão e fotografia inspirada que desde A Ordem da Fênix, surpreende pela qualidade dos profissionais contratados. Se há um porém é que até agora seus filmes permaneciam mutilados, em relação aos livros que eram baseados. A divisão em duas partes de As Relíquias da Morte deu tempo ao diretor e a chance do estúdio faturar ainda mais. Yates se sai bem ao imprimir o ritmo frenético inicial do livro e mantém as "aparições" de personagens até então nunca vistos na série (sim, refiro-me exatamente a Gui Weasley) de forma natural. Enquanto no livro a fuga do trio de protagonistas é extremamente monótona, o diretor consegue extrair uma das melhores sequências da série ao mostrar cenários do mundo trouxa, ao som de um rádio anunciando os bruxos desaparecidos nos últimos dias. Incrivelmente desolador.

Meu momento preferido do filme é sem dúvida o momento onde é relatado o conto das relíquias da morte, uma animação computadorizada que mescla elementos do 2D e estilização quase quadrinesca assustadora. Ponto alto do filme sem dúvida.

Apesar da competência de Yates e do meu favoritismo como o melhor diretor da série (a abertura do filme com Scrimgeour é sensacional), os últimos dez minutos do filme sofrem do mesmo problema de O Enigma do Príncipe: É anticlimático. Apesar de entender que se trata de uma "trilogia", nada justifica encerrar o filme de forma brusca sem buscar algo que faça o espectador realmente tiritar de excitação na cadeira. Por favor, Senhor dos Anéis ensinou isso muito bem. Sem contar o momento final de uma personagem que torna sua morte extremamente melodramática e apenas uma desculpa para encher a história de cadáveres amigos (SPOILER ALERT!!!!!***********me senti mais tocado pela morte de Edwiges do que pelo já citado Dobby *************). E se algo depõe contra o diretor é justamente essa descaso.

Em relação ao trio de protagonistas, que dominam boa parte do filme e precisam levar o filme nos ombros, temos Rupert Grint sobressaindo-se como um Rony amargurado e ciumento; um Radcliffe maduro e determinado, e a sempre agradável Emma Watson como elemento racional e frágil do grupo, tomando as dianteiras frente a apatia dos rapazes. Rufus Scrimgeour recebe tratamento de luxo pelo incrível Bill Nighy, mas temos que destacar Jason Isaacs, que rouba a cena quando aparece, como Lucius Malfoy. No geral, sempre me surpreendo com Imelda Staunton, no assustador papel de Dolores Umbridge.

Se há alguém que deve-se culpar desde o princípio, seu nome é Steve Kloves. Roterista da série há seis filmes, é ele que os fãs pedem para crucificar quando algo fica fora dos filmes. E talvez seja dele boa parte das ideias que incomodam quando adaptadas. Sejam cenas adicionais inesperadas ou resoluções precipitadas (cito novamente o que comentei antes, em relação aos dez minutos finais), são diálogos muitas vezes vazios e sem sentido para a história que tiram a força de Relíquias da Morte Parte 1.

O filme funciona em seu começo e tem altos e baixos durante toda a projeção. Os primeiros minutos refletem a tensão que paira sobre o mundo inteiro, enquanto o trio da adeus a suas vidas comuns. Hermione separando-se de seus pais é o momento mais pesado do filme. Os conflitos entre o grupo elevam também o drama entre os três amigos quando o medalhão projeta o maior medo de Rony de forma desavergonhada, quase sensual. O sangue e a violência trazem a série para um nível de pressão que imaginamos explodir apenas em Julho de 2011 com a chegada do último filme e enfim resolução de toda a mágica criada por HarryPotter e Os Inúmeros Diretores que conseguiram uma façanha: criar a maior e mais lucrativa série do cinema em todos os tempos, e claro, satisfazer milhões de fãs com grande estilo.

Pausa Forçada

Olá leitores,

só passando pra avisar que a partir do dia 22/11 as postagens voltam à programação normal. Isso porque no momento, estou finalizando meu TCC e por isso, estou impossibilitado de manter as postagens.

Em breve, o mesmo estará publicado aqui!

Abraços