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Como festejei o fim do mundo


Mais um fruto da mostra Un Cértain Regard do Festival de Cannes, o romeno como Festejei o Fim do Mundo é uma agradável surpresa do cinema longe dos grandes circuitos. Com uma história simples e humana, sem grandes pretensões, o filme conquista a simpatia do público com atores carismáticos e seu contexto político-histórico.

Na Romênia de 1989, quase na queda da União Soviética, o governo socialista apresenta o pior índice de aprovação popular possível. A insatisfação do povo resulta numa pressão ainda maior da polícia, para conter revoltas e desaparecer rebeldes. Quando Eva e seu namorado quebram o busto do ditador na escola, ela é mandada para um reformatório. Lá, conhece o jovem Andreï, vizinho seu que teve problemas com o governo. Enquanto isso, seu irmão menor Lalalilu, com raiva do ditador planeja vingar-se dele.

Utilizando-se de metáforas e explorando o lado realista e imaginário dos personagens, o diretor Catalin Mitulescu compara os dois mundos dos irmãos: a tentativa de Eva de mudar de vida e ajudar a familia e o pequeno Lalalilu, que em seus devaneios imaginativos, pensa achar uma saída para a fome e os problemas que passa no mundo.

Desse modo, a protagonista leva um merecido prêmio de melhor atriz, não por uma performance excêntrica e cheia de firulas, mas por uma atitude quase silenciosa e passional em relação à vida. Sua personagem lembra a velha Ana Terra, de Veríssimo, que suporta as dores e vai sempre em frente, sabendo recolher seus ímpetos nos momentos certos. Suas ideologias não superam o amor por sua família, demonstrado fortemente na cena da travessia do Danúbio. 

Diferente é o pequeno Lalalilu, que vai sempre atrás de seus objetivos, como qualquer criança sonhadora. É ele que convence a jovem Eva a seguir em frente, mesmo sem perceber isso. Duas diferenças marcantes e que se completam, nessa história que é apenas uma fração de um todo.

Irmãos Grimm - Mais devaneios de Terry Gilliam


Assim como todo bom conto da Mamãe Ganso, este também calca seu início em um dos jargões mais conhecidos em narrativas: Era uma vez...

Protagonizado pelo falecido Heath Ledger e seu companheiro Matt Damon, o filme é uma viagem fantástica pelo mundo dos contos de fada e sua moral escondida. Na história, ambos vivem os irmãos do título, trambiqueiros de primeira que vendem a solução para assombrações, vampiros e outras criaturas das trevas. Por onde passam sua fama os precede. Mas, o domínio francês da razão, cada vez mais forte, parece oferecer o único risco à carreira dos Grimm. Até que ambos são recrutados para descobrir onde as garotas de certo vilarejo estão indo parar.

O diretor Terry Gilliam, é velho conhecido das histórias bizarras. O tom expressionista que dá a seus filmes é fundamental para não jogar os Irmãos Grimm, na lama e no lugar comum que um filme desses pode parecer. Diferente de similares seus, como Van Helsing, o filme traz outras questões bem mais interessantes e que rendem boa análise.

Podemos ver desde o começo a luta entre razão e imaginação. A revolução francesa e a expansão de Napoleão Bonaparte pela Europa, seguiam firmemente o caráter racional de seu líder. Tudo aquilo que representasse a imaginação, ou algo contra a razão era considerado subversão e traição. Em uma Alemanha que não tinha essa diferença, a superstição ainda falava mais alto.

A primeira cena com os dois irmãos deixa claro sua oposição. Enquanto o personagem de Damon renega os feijões mágicos, Jake acredita que eles têm algum poder. Essa diferença será o eixo central das discussões que a história nos leva. A própria fotografia do filme colabora com essa sensação. As cenas que mostram o lado racional humano, tendem a parecer mais pálidas e claras do que o normal. As cenas que perpassam o sobrenatural e a imaginação, enchem-se de tons escuros, sobrepostos pelo vermelho.

            Um personagem essencial nesta trama é o italiano Cavaldi. Ele começa a história como um cético irredutível. Enquanto o tom do roteiro vai mudando, Cavaldi acompanha essa sua transformação. Diferente do exército francês que, cego pela sua loucura, incendeia tudo que estiver a sua frente, assim como já fizera antes com este tipo de literatura subversiva. Aquilo o que é contra a razão não deve ser poupado, mas queimado.

            Dito isto, fica mais fácil entender as razões por trás dos mitos criados pelos irmãos Grimm, em seu mais famoso livro, os contos da mamãe ganso. Rico do imaginário popular, o conto delineava sempre uma lição de moral em seu final atípico e pitoresco.

            De acordo com a história, essas pequenas historietas tinham o objetivo de passar não uma lição de moral, mas de medo nos pequenos. A distinção entre a infância e o adulto só começou a ser percebida a partir do final do século XIX. Por isso, as histórias originais, nada tinham de inocentes.

            A chapeuzinho vermelho desviava-se do caminho, como no conto que conhecemos. Agora, o que poucos sabem é do strip que ela fazia para o lobo antes de ser devorada pelo salafrário. E não tinha lenhador algum para salva-la. O sexo era o aperitivo a mais que as histórias tinham, para atrair a atenção dos ouvintes e marcar ainda mais a importância de nunca andar pela floresta sozinho. A bela adormecida era violentada pelo príncipe e a Cinderela assassinava sua madrasta. A façanha dos Grimm foi transformar essas histórias em contos que adaptavam-se à época e traziam boas lições de moral.

            Em seu jogo de imagens, Terry Gilliam consegue subverter os elementos clássicos, de forma mística e até bizarra. O lenhador é na verdade o próprio lobo. Na contemporaneidade que vivemos, não é algo bastante perturbador. O incólume e sábio lenhador, incorruptível, é na verdade seu maior inimigo, justamente por deixar-se levar por uma cega paixão que rouba-lhe completamente o caráter e a vida. Ao servir a bruxa algo fica bem claro: nenhum herói é incorrupto. Todos estão sujeitos à falhas. Principalmente de caráter.

            A bruxa reforça no imaginário popular, a questão da beleza relativa. O verdadeiro mal, apresenta-se no filme uma ilusão bela e deliciosa, quando a realidade mostra uma casca vazia e sem vida. Sem expressão, a beleza inerte continua a atrair desavisados e tolos que se deixam levar pelo exterior, e não valorizam aquilo que realmente importa em uma companhia. A senhora feia que oferece maçãs é uma bruxa disfarçada, só porque é feia.

            Quando os dois irmãos mostram suas funções de cinderela, não estaria o diretor simbolizando o homem moderno? A caçadora que é a real heroína é que tem todo o trabalho de salvar seus homens.

            E nessa última parte, talvez o ponto mais interessante de toda a película. A mocinha não escolhe um príncipe. Mas, afinal, só porque ele salvou-a, isso garante amor e felicidades eternos? Claro que não. E porque deveria? Ela agradece a ambos, porque gosta deles. Mas, só por isso deveria se atrelar o resto da vida aos Grimm? Essa última espetada do diretor é a agulhada final de Gilliam ao reino mágico criado pelo imaginário popular.

            A felicidade nunca é eterna. É sempre relativa.

 

Asas do Desejo - Clássico que inspirou Cidade dos Anjos


Titanic estabeleceu recorde de público, insuperável até hoje. Mas, um filme conseguiu ter melhor desempenho que ele nos EUA, pouco tempo depois. Cidade dos Anjos, com Meg Ryan e Nicholas Cage, foi a febre do verão de 98. A história mostrava um anjo que se apaixonava por uma humana e desistia da imortalidade para passar o resto de uma vida mortal com ela. Com um final triste, o filme arrebatou corações e lançou o hit único da banda Goo Goo Dolls, Iris, que até hoje é uma das trilhas de filmes mais tocadas nas rádios. Brad Siberling, na verdade não tirou a história do nada. Cidade dos Anjos é um semi-remake de outro filme, do polêmico e diferente Wim Wenders. Muito mais filosófico, mas mesmo assim com igual ou até mais interessante romance, Asas do Desejo rendeu em 87 a palma de ouro de Cannes, para o diretor.

A história mostra os anjos como seres naturalmente invisíveis a todos, mas que acompanham cada pessoa, aconselhando e observando-as, durante todos os dias. Dividindo as experiências mais comuns do dia-a-dia, passam assim a eternidade, em seu mundo desprovido de cor e sentido. É quando um deles apaixona-se por uma trapezista de circo e decide tornar-se humano.

Utilizando uma película em preto-e-branco, Wenders conta uma história sensível e potencialmente filosófica. O eterno é enfadonho e desprovido de significado quando longe das pequenas coisas que nos tornam humanos. Dentro de um conversível os dois anjos recitam um para o outro, pequenas trivialidades que para eles parecem algo além da compreensão. Uma interpretação curiosa de cada um para aquilo que para nós parece simples. Acompanhando diversas pessoas ao redor da cidade, é quando buscam em suas memórias que o mundo parece adquirir cor. Quando a visão torna-se humana, deixa o preto-e-branco e fica colorida. 

Além de tantos sentimentos e pensamentos desenvolvidos pelos personagens, é a paixão platônica do protagonista que chama a atenção. Ao desistir da imortalidade, é bombardeado por inúmeras sensações. O sangue coagulado em sua cabeça é uma diversão! Essa descoberta mostra o quanto a insensibilidade que cada vez mais desenvolvemos é perigosa.

Sem grandes efeitos, mas com ótimas tomadas, o diretor transforma a simples mudança de coloração no filme, em um movimento apoteótico que presenteia os pacientes. Sim, porque apesar de tudo, o filme pode ser um pouco cansativo para quem não estiver preparado. O resultado final é avassalador. A dança do protagonista com sua consorte no trapézio, enquanto seu colega anjo assiste, já dá idéia do que o "To be continued" significa daí pra frente. Os anjos continuarão se surpreendendo e aprendendo a cada dia com a humanidade...

Tropic Thunder - Engraçado de rachar o bico


Uma produção que tem Ben Stiller, Robert Downey Jr. e Jack Black como trio protagonista não podia ter outro resultado: um dos filmes mais engraçados do ano. Isso pode parecer exagero, mas a verdade é que o ano tem trazido uma safra excelente de filmes. Enquanto o ano passado foi calcado em decepções com as conclusões de trilogias e outras continuações vergonhosas, esse ano hollywood parece ter se redmido. Trovão Tropical é outra prova disso.

Na história, três superastros do cinema são reunidos para filmar o maior, melhor e mais caro filme de guerra de todos os tempos. No entanto, seus egos desestruturam o estreante diretor que acaba atrasando as filmagens. Com o orçamento estourado ele decide largar os atores na selva e filmar a história como se estivesse acontecendo de verdade. É quando um incidente os põe em conflito com um grupo real de narcotraficantes.

Downey Jr. interpreta o ator ganhador de 5 oscars que imerge totalmente em seus papéis(nesse caso, submete-se a uma controversa operação de pigmentação da pele), Stiller é o ator de ação em decadência e Black é o ator de comédia chula que é viciado em drogas. 

Dirigido, escrito e produzido por Ben Stiller, o filme não é perfeito, mas é surpreendentemente engraçado. Com boa fotografia, o filme satiriza inteligentemente toda a indústria de cinema, acabando com piadas de peido(melhor cena de Black), cenas de ação meticulosas(melhor cena de Downey) e frases de efeito despropositadas(na melhor cena de Stiller). 

O maior mérito, sem dúvida é de Robert. Seu trabalho é excepcional durante todo o filme. Jack Black fica bastante apagado, mas rouba a cena quando chega a hora. Já Ben Stiller... bem, pode se dizer que ele já fez bastante como diretor e roteirista do filme...

O conjunto todo de Trovão Tropical ainda inclui no pacote um ator bem famoso, como chefe da empresa que financia o filme. Tom Cruise está genial no filme, e dá trabalho para reconhecê-lo. Assim, uma ótima comédia que merece mais de uma ida ao cinema!

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Na Natureza Selvagem - E a vontade absurda de pegar uma mochila e sair pelo mundo...


Sean Penn é um ator dedicado e um dos mais proeminentes cineastas do momento. Além de presidir o Festival de Cannes, o ator mostra o quanto ama o cinema na cuidadosa direção de seus filmes. O ápice disso tudo, é a adaptação de uma história real, o film Na Natureza Selvagem. 

Baseado no livro de mesmo nome, do autor Jon Krakauer, conta sobre a vida de Chris McCandless, um jovem de classe média, que após formar-se na faculdade, decide largar o conforto de sua vida e partir como um andarilho. Entre inúmeros encontros, decide rumar para o Alaska. Nesse tempo, trabalha em empregos temporários, dorme em acampamentos hippies e divide experiências com todos que cruzam seu caminho.

O diretor sabe por experiência própria, a importância da construção de um personagem. Em uma narrativa não-linear, desenvolvida em capítulos, ele mostra lentamente e durante toda a projeção, os motivos que levaram Chris a tornar-se Alexander Supertramp. Penn sabe como conduzir o filme, e Emile Hirsch sabe como aguentar a responsabilidade de protagonista nos ombros. E essa dedicação é refletida no corpo do ator, que em certo ponto do filme, aparece praticamente pele e osso. A transformação do personagem de um racional saudável em um primitivo deteriorado assusta. 

Destaque também, e de longe fundamentais, para os coadjuvantes do filme. Entre o casal hippie que lhe dá carona, um empregador com problemas no FBI(em uma interpretação bem diferente de Vince Vaughn) e o maior destaque, Hal Holbrook, como um veterano de guerra solitário. Ele conduz uma das cenas mais emocionantes do filme, que valeu uma indicação ao Oscar.

A fotografia do filme é belíssima. Cenas únicas, de uma qualidade cinematográfica absurda. Trabalho de Eric Gautier, que também trabalhou em Diários de Motocicleta. Eric sabe como equilibrar Emil em um cenário tão ameçador, sabe como mostrá-lo pequeno e sabe fazer tomadas que tiram o fôlego do espectador.

A título de curiosidade, a trilha sonora é composta por Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam, em um trabalho que lembra muito o folk de Bob Dylan. Excelentes composições para as idéias que o filme passa. A felicidade independe das relações humanas? Pode a razão existir longe da humanidade?

Pode o homem viver somente pela natureza, sem depender de seus semelhantes? Os questionamentos levantados ao redor do personagem principal, pretendem responder isso de alguma forma, mas são essa perguntas que perduram ao final da película. Em seus últimos momentos, Chris realmente encontrou uma resposta?

Como diria Trinity, em Matrix: É a pergunta que nos motiva.

Horton e o mundo dos Quem - Diversão para você, seu pai, sua mãe, sua irmãzinha...


O mercado de animação 3D é rico em produções que variam muito o grau de perspicácia necessário para seu espectador. Filmes como Shrek, Os Incríveis e Rattattoiule tem um apelo muito mais adulto, do que propriamente infantil. Apesar das piadas normais e o humor físico para as crianças, são nas tiradas subentendidas e de duplo sentido, que esses filmes fazem sucesso. Longe dos modelos consagrados pela Disney, o humor corrosivo e inteligente é característica fundamental de empresas como Pixar e DreamWorks. Horton surpreende por não se preocupar com essas características, mas ser um filme puro, assim como seu personagem principal. E mesmo assim, ser inteligente.

Baseado no conto de Dr. Seuss(criador do Grinch, daí a história dos Quem), a história mostra um elefante extremamente inocente e bondoso, que descobre uma cidade em um grão de areia. Para ajudá-los, decide transportar a flor onde o grão está, até um girassol, em um monte, protegido do ataque de outras criaturas e da ação do clima. 

Pontuado pela frase "uma vida é uma vida, não importa seu tamanho", Horton parte numa busca cheia de armadilhas e inimigos que não acreditam na sanidade do elefante. As situações surgem espontaneamente, sem forçar a barra do espectador. Tanto no mundo dos Quem, onde o prefeito tenta convencer que existe uma força maior cuidando deles, como no mundo de Horton, tentando provar que existem mundos menores do que o seu.

A parte técnica do filme é maravilhosa. A narrativa linear é pontuada por outros tipos de animação, fora o 3D, homenageando mesmo os mangás. Os movimentos dos personagens fluem naturalmente e não há defeitos a serem ressaltados. 

A maior polêmica do filme está no fato de defensores do aborto, acreditarem que o filme passa uma mensagem contra a prática,  visto a frase chave do filme. Mesmo assim, como a história foi baseada na obra de Seuss, é difícil provar alguma coisa, tendo em vista que o aborto nem chegava a ser uma prática em sua época. 

Sem piadas de flatulência, mas com um bom humor físico, o filme agrada e é divertido. Destaque para as cenas com Vlad, o malvado e Vlad, o coelhinho que faz biscoitos. Outro ponto positivo e que incentiva quem gosta do áudio original, são as dublagens de Jim Carrey, como o elefante do título e Steve Carrell(O virgem de 40 anos) como o prefeito de Quem-Lândia. Uma ótima pedida para o dia da criança.

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Monty Python - And now, for something completely different...



Texto utilizado no Drops cultural do dia 6 de outubro de 2008(ignore a linguagem de rádio):


39 anos atrás, no dia 5 de outubro, a TV britânica era chacoalhada por um novo programa de humor totalmente sem sentido. Surgia naquele dia, o MONTY PYTHON’S FLYING CIRCUS.

Em seu programa de estréia, o CIRCO VOADOR de MONTY PYTHON apresentou seis malucos em pequenos quadros de humor, chamado SKETCHS. Seus nomes eram TERRY GILIAM, JOHN CLEESE, MICHAEL PALIN, ERIC IDLE, TERRY JONES e GRAHAM CHAPMAN. Em seus programas, protagonizavam um humor absurdo e inteligente, denominado por eles de NON-SENSE. Pouco tempo após sua estréia, o programa era um dos maiores líderes de audiência da rede BBC, em todos os tempos.

O programa consistiu em QUARENTA E CINCO episódios, divididos em quatro temporadas. Muitas de suas sketchs, foram consideradas como as mais engraçadas de todos os tempos. Entre elas, a DEAD PARROT SKETCH, onde um cliente tenta devolver um papagaio morto, A CANÇÃO do LENHADOR e A PIADA MAIS ENGRAÇADA DO MUNDO. Entre um quadro e outro, o diretor TERRY GILLIAM criava animações bizarras e hilárias, com um traço inspirado em grandes cartunistas, como ROBERT CRUMB. A equipe continuou unida até a TERCEIRA TEMPORADA, quando JOHN CLEESE abandonou o grupo. 

O ator decidiu que não queria começar a se repetir e por isso, deixou  o CIRCO VOADOR antes da QUARTA TEMPORADA. Os outros integrantes ainda interpretaram SEIS episódios, antes de encerrar o programa no ano de MIL NOVECENTOS E SETENTA E QUATRO. Mas o MONTY PYTHON não parou por aí. Lançou no ano seguinte, seu primeiro filme EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO. Hoje, este é considerado um dos melhores filmes de comédia de todos os tempos.

Em SETENTA E NOVE, lançam A VIDA DE BRIAN, outro sucesso de público e crítica. Em OITENTA E DOIS, gravam ao vivo, o especial HOLLYWOOD BOWL, nos EUA. No ano seguinte, seu último longa, o SENTIDO DA VIDA, é aplaudido de pé em CANNES. E os pythons continuariam se reunindo esporadicamente, se no ano de OITENTA E NOVE, o fundador do grupo GRAHAM CHAPMAN, não tivesse morrido de câncer na garganta. A perda afetou a todos, que se separaram definitivamente.

MONTY PYTHON é visto como um ponto de revolução no humor televisivo e de cinema, assim como os BEATLES são para a música. Entre os muitos influenciados pelos PYTONIANOS, estão o programa SATURDAY NIGHT LIVE, SOUTH PARK, ADULT SWIN, TV PIRATA, CASSETA E PLANETA, assim como inúmeros atores, como JIM CARREY, STEVE CARRELL e outros expoente do humor atual. Nos últimos anos, os integrantes do grupo tem se voltado mais exclusivamente para seus projetos pessoais. O grupo não planeja se reunir mais. Mesmo assim, o seu legado é sem dúvida, eterno...


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Homem-de-Ferro - CUIDADO: Esta crítica é uma babação de ovo...


Retirado de uma conversa:

Eu- Escrevo sobre Homem-de-Ferro ou a Outra?

Pessoa Sensata - Sobre a outra. HdF vai ser uma babação de ovo.

Um filme que você acompanha desde sua primeira notícia, olha todos os trailers teasers, acredita em todos os boatos, que você assiste na pré-estréia e fica até a exibição do último crédito. É óbvio que você torce para que vá bem nas bilheterias e que outros gostem dele tanto quanto você gostou. E foi exatamente assim que eu me senti naqueles dias em que o filme esteve por estrear. Deixei a crítica para esse momento unicamente porque queria ter em mãos o DVD duplo com todos seus extras e atrativos que oferece. 

A história todos estão carecas de saber, mas vá lá: Tony Stark é um comerciante de armas bilionário(se isso não é uma redundância) é sequestrado por terroristas no Afeganistão e para escapar constrói uma armadura de ferro. Quando volta, decide usar seu conhecimento para tornar-se um herói.

Resumir o filme em Robert Downey Jr. é um pecado. Claro, o ator está sensacional no papel de Stark, mas nem por isso o resto do filme deve ser desprezado. Jon Favreau, emérito do cinema independente consegue fazer um filme leve, engraçado e competente. Cria quase uma marca propriamente sua nesse desenvolvimento. As piadas tem timming e os personagens são bem aprofundados, não resumindo-se à meras caricaturas, mas pessoas que fazem você se importar. Destaque para Jeff Bridges, que ilude o espectador de forma incrível. 

Os efeitos especiais são pontuados e aparecem somente quando necessários. O filme não apresenta sessões intermináveis de pancadaria, mas é comedido e se preocupa em mostrar a criação do herói, mais do que suas lutas e inimigos. Além disso, Favreau deixou claro que utilizaria o estritamente necessário de efeitos especiais. O único momento que esses efeitos extrapolam um pouco a linha do real é no ataque a vila de gulmira, onde tudo parece muito inumano com Stark. Ainda assim, a cena é de tirar o fôlego. Destaque para os painéis da armadura, muito bem representados no filme.

O filme teria sido ótimo com todas as usa piadinhas extremamente nerds, que levaram-me ao delírio, como a criação da SHIELD, a promessa de um WAR MACHINE... Mas foi a última cena, escondida após os créditos que tornou-o único. Se você não viu, não deixe de esperar até o fim dos créditos. 

Uma cena que tornou HOMEM-DE-FERRO, um dos filmes mais incríveis do ano.

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A outra - Não tão ruim como eu pensava


Foi com uma pitada de má vontade que me dirigi para a sessão de A Outra. É que depois de um mês de espera, Trovão Tropical estreou no estado e a vontade era assisti-lo. Mas, o preço baixo do ingresso e outros fatores extra-sala-de-cinema, convenceram-me a ver o romance protagonizado por Eric Bana, Natalie Portman e Scarllet Johanson. E o filme me surpreendeu bastante.

O filme mostra a história verídica das irmãs Bolena, que foram amantes do rei Henrique VII, da Inglaterra e que abriu mão da esposa, da filha, rompeu com a igreja e prejudicou a estabilidade da nação por Ana Bolena. A outra mostra mais a disputa dela com sua irmã mais nova Maria, que foi a primeira amante do rei.

O trio protagonista chama muito a atenção. Se fosse apenas Portman e Johanson, o filme já seria chamativo por si só. Infelizmente, ambas são criaturas assexuadas durante toda a projeção. O figurino é bem fraco, vestidos simples e sem chamativos. O diretor tenta criar alguma erotização no rosto das duas, mas não consegue. O público masculino desiste de tentar achar interesse nas duas antes da metade fo filme. Eric Bana é frouxo. Mas, frouxo de dar raiva. Chega a dar nos nervos. Scarlett é a incorruptível Maria, que fica com boca semi-aberta e lágrimas nos olhos 2/3 da película. Já Natalie Portman é uma feminista de mão cheia. 

Não fosse isso, o filme ainda passa uma mensagem vergonhosamente moralista, em uma análise mais radical. Mulheres independentes devem ser decapitadas. Sejam submissas, isso é bom e não mata vocês. Ao menos, perto do final, Maria mostra sua força em algumas cenas, o que salva(um pouco ao menos, sua reputação). Mesmo assim, o filme ainda tem pontos positivos e evita muitos clichês do gênero. O final é bem surpreendente.

E sempre que há um pouco de má vontade, é mais fácil de gostar de algum filme!

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