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TOP 10 - Os melhores de 2009 no cinema!

TOP 10 - Os melhores de 2009 no cinema!

Chegou o fim de mais um ano, principalmente no que se refere a cinema. Enquanto lá fora os filmes chegam nessa época, para aproveitar a temporada de premiações, aqui, nós buscamos incessantemente algum cinema com bons filmes. Já que as estreias por aqui são tão fracas, nada melhor do que relembrar o que passou pelos cinemas neste ano. Segue o TOP 10 do cinema em 2009!

10 - Foi apenas um sonho(Revolutionary Road) -Dir.: Sam Mendes. Elenco: Leonardo Di Caprio, Kate Winslet.

Esquecido pelo Oscar, o novo de Sam Mendes(de Beleza Americana) choca. Como um espinho que fica incomodando, ele provoca o espectador, cria esperanças e as destrói sem a menor piedade. Mais uma vez, acaba com a classe média, dessa vez com o casal mais apaixonado de todos os tempos em TITANIC. O filme é quase um "O que aconteceria se..." Jack e Rose tivessem sobrevivido e morassem no subúrbio. O casal cai na rotina mas logo tem uma idéia: mudar-se para a França e começar uma nova vida. Contrariando regras sociais eles estão prestes a largar tudo e viver um sonho...e então, você lembra do título do filme. Atuações brilhantes e viscerais, além de um texto afiado, faz de Foi Apenas um Sonho, uma das melhores produções deste ano.


9
- Se Beber não case(The Hangover) - Dir.: Todd Phillips.

Pode uma comédia ser recorde mundial de bilheteria e agradar a crítica? Se beber não case conquistou essa façanha neste ano. O diretor Todd Phillips(de Dias Incríveis) juntou Bradley Cooper, Ed Helms e Zack Galifianakis em uma história de porre em Las Vegas. Aos poucos, os três amigos descobrem que o quarto amigo e noivo está desaparecido. As pistas? Um tigre no banheiro, um dente quebrado e um bebê. A reconstrução da noite passada beira momentos de pura genialidade, com a presença do ídolo caído, Mike Tyson. A continuação está garantida e os bolsos, forrados...


8 - Watchmen - O filme(Watchmen) - Dir.: Zack Snyder.


Sou um fã confesso de quadrinhos e de Watchmen. Sou um fã de zumbis e de Zack Snyder(de Madrugada dos Mortos). Ver a obra transposta na tela parecia algo impossível. Mas o diretor mais estiloso da década conseguiu a proeza de forma espetacular. Um show de imagens sensacionais, e a HQ retratada de maneira fiel e imaculada. É quase como assistir a um "Aprenda a adaptar quadrinhos com Zack Snyder". Os efeitos especiais são impressionantes e o filme tem a melhor abertura da década, ao som de Bob Dylan e "The times they are a-changin". Estético, forte e com uma trilha sonora arrasadora, Watchmen não poderia ser melhor.


7 - Apenas o fim - Dir.: Matheus Souza

Esse pode se encaixar na categoria de primeiro filme brasileiro nerd(não lembro de mais nenhum). Um casal tem uma hora para se despedir, já que ela, pretende fugir da sua vida. Mesclando elementos da cultura pop dos anos 90, é impossível não se identificar com o nerd fracassado e a garota liberal. Ali, eles discutem porque Transformers é melhor que Godard, Cavaleiros do Zodíaco e, claro, Caverna do Dragão, elementos que povoam a infância e adolescência de quase todos no Brasil(e as tardes da Manchete). Mais do que isso, é quase uma terapia de regressão, mas anti-Antes do Amanhecer, de Richard Linklater, ao qual o filme tem boas referências. Bom visual e história cativante, tornam Apenas o fim, um dos melhores do ano.





6 - Anticristo(Antichrist) - Dir.: Lars Von Trier. Elenco: Willem Dafoe, Char
lotte Gainsbourg.

Chocante. Anticristo fez muita gente sair do cinema com as mutilações psicológicas e físicas que retrata. O expurgo da depressão de Lars Von Trier também marcou sua volta ao centro das polêmicas: daqueles que odiaram e daqueles que veneraram o filme. A sutileza dos diálogos, a brutalidade e singeleza das cenas que se alternam são fundamentais para a compreensão dessa obra. O prólogo em câmera lenta é uma das cenas mais belas e perturbadoras do cinema no ano. A interpretação do casal de protagonistas também mantém o espectador aficcionado pelo final, cheio de significações e que não vai sair tão cedo da memória...



5 - Deixa ela entrar(Let the right one in) - Dir.: Thomas Alfredson

Em época de Crepúsculo, explode a moda de filmes de vampiro. Mas, Deixa ela entrar, recupera a sutileza das boas histórias e adiciona elementos modernos. O filme mostra um garoto norueguês magro e pálido(e com tendências sado-masoquistas) que conhece a nova vizinha de 13 anos. Ela, é misteriosa e logo ele entende: Ela é uma vampira. Nem um pouco boazinha. Nessa paixão, não apenas ela vai encontrar um amigo, como ele vai amadurecer e mostrar um lado sombrio. Fora do glamour, aqui o clima é basicamente frio e nem um pouco romântico. A obsessão que o filme retrata faz com que depois de muito tempo, vampiros sejam novamente temidos.

4 - Avatar - Dir.: James Cameron. Elenco: Sam Worthingtom, Zöe Saldana e Sigourney Weaver

10 anos de produção. Esse foi o tempo que levou para o mago dos efeitos especiais James Cameron desenvolver seu novo filme Avatar. O filme prometia revolucionar o cinema, apresentando tecnologia 3D de ponta e conseguiu. Foi onde nenhum outro filme havia chegado até então. Um visual incrível, todo um mundo criado e ótimas atuações. Avatar surpreendeu até o mais cético dos espectadores. Nem por isso, escapa dos defeitos da história, que mostra um paraplégico veterano de guerra que viaja ao planeta Pandora, onde irá controlar um AVATAR: o corpo de um nativo do planeta. O lançamento no final do ano foi óbvio: arrasar quarteirões na temporada de premiações dos EUA e pagar o alto custo do filme(dizem as más línguas, estimados em 500 milhões de dólares). Avatar é rota obrigatória nos cinemas 3D.

Apesar dos inúmeros ótimos filmes do ano terem ficado de fora desta lista, os três primeiros são sem dúvidas os mais incríveis e surpreendentes do ano. Vamos a eles:

3 - Bastardos Inglórios(Inglorious Basterds) - Dir.: Quentin Tarantino. Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, Cristopher Waltz.

Tarantino é genial. Sua carreira é construída com filmes de muito diálogo e violência. Desde Cães de Aluguel, o ex-atendente de locadora mostra uma obra-prima atrás da outra. Seja homenagem a estilos famosos nos anos 70-80, seja personagens marcantes, a obra do diretor é sempre alvo de discussão e espera da legião de fãs que o sustentam. Desde Kill Bill, o Brasil não via uma obra do mestre. Esse ano, o lançamento de Bastardos Inglórios empolgou tanto que o filme foi o maior sucesso de bilheterias do diretor. Não podia ser por menos: Esse pode ser considerado a obra-prima de Quentin. A história mostra um grupo de soldados renegados, que decide aterrorizar os nazistas. A violência está lá, os diálogos longos e geniais também. Mas, o que mais chama a atenção no novo filme é sem dúvida a gama de personagens a serem lembrados. Entre eles o genial Cristopher Waltz, na pele do terrível Hanz Landa. É de deixar os cabelos em pé. Atormentador, sarcástico e perigoso ele é o destaque desta história e vai para o hall de personagens marcantes do diretor, junto com Vincent Vega, A noiva e Mr. Blonde. "That's a bingo!" "You just say bingo." "Bingo! How funny!!!"

2 - Star Trek - Dir.: J. J. Abrams. Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto e Leonard Nimoy.

Essa talvez foi minha maior surpresa do ano. As animosidades sumiram quando assisti ao primeiro trailer do novo filme. Foi quando tive certeza que ele seria um dos melhores do ano. Na cabine de imprensa, saí do cinema com a boca aberta! Star Trek foi além do que eu esperava...Pena que no Brasil, ficou pouco tempo em cartaz. A história mostra a tripulação da U.S.S. Enterprise sendo formada pela primeira vez. A história aqui é desenvolvida em outra linha temporal e o futuro é uma incógnita para o Spock da história original que vê as diferenças entre a sua realidade e a nova criada. Nesse novo início, Spock e Kirk terão que aprender a domar seus medos e receios e trabalhar como equipe pela primeira vez. Se não bastasse o gás que os roteiristas deram a história, J.J. sabe como empacotar bem o trabalho com um show de imagens de tirar o fôlego. São perseguições, lutas espaciais e físicas, muita tensão, suspense... Star Trek só pode ser definido como a aventura perfeita! É o elo de ligação entre fãs de Star Wars e Trekkers que ninguém imaginou ser feito. Atuações brilhantes e claro, referências a série estão lá. Por isso, "Live long and prosper!" _\\//

E finalmente...

1 - Up: Altas Aventuras(UP) - Dir.: Pete Docter e Bob Peterson

Já faz tempo que a Pixar revolucionou o mercado de animações com o primeiro filme 100% 3D, Toy Story. Nada demais, visto que a Disney manteve o mesmo estilo de história, apesar das diferenças nas animações. Aos poucos a empresa foi desenvolvendo personalidade própria, longe dos braços da companhia do Mickey, e a olhos vistos, tomando outras formas. Posso dizer que pessoalmente, assisti Procurando Nemo, Monstros S.A. e os antecessores com os mesmo olhos: animações dirigidas ao público infantil, sem grandes mudanças. Foi quando veio Brad Bird e trouxe Os Incríveis. Pela primeira vez notei a sensibilidade dos personagens, suas fraquezas, emoções e claro muita ação elaborada. O filme foi sucesso nas bilheterias e levou o Oscar de melhor animação. E a Pixar dava um passo adiante. Veio o fraco Carros, mas em seguida, Ratatouille, novamente do genial Brad Bird, e Wall-E. Esse último atingiu um status incomparável e consagrou a empresa não como apenas uma companhia de animações, mas uma produtora de obras-primas. 30 minutos de filme sem falas. Uma dança no espaço coreografada de forma engenhosa e uma história simples mas humana(com robôs). Teria a Pixar chegado em um patamar inalcançável para ela mesma?
UP mostrou que não. A história do velho que viaja com sua casa amarrada em balões vai além de Wall-E. Os minutos iniciais do filme mostram isso claramente. Embalados por apenas uma música, sem falas, Up nos leva do riso às lágrimas em pouquíssimo tempo. E digo mais, não apenas uma vez... O filme todo é uma sucessão de risadas estridentes e momentos melancólicos. Seja a saudade de sua esposa, seja a família do pequeno escoteiro Russel, para cada risada há uma lágrima. Assisti 3 vezes ao filme no cinema, e em todas elas não segurei a emoção. Claro que Up não é só iss: Há muita aventura, cenas grandiosas de tirar o fôlego, como a tempestade, a fuga da caverna e a batalha final no zeppelin. Além disso, é impossível não dar gargalhadas com os cães falantes, e os protagonistas da história que tem um timming perfeito para o humor.

Por se superar novamente e tornar a vida de todos no mundo um pouco mais completa, Up leva o prêmio de melhor do ano, ao menos, na minha humilde opinião...

E que 2010 seja um ano ainda melhor do que 2009, no cinema!

Avatar


Avatar - A volta do rei do mundo


Nota: 10 /10
Avatar

EUA, 2009 - 162 min
Ação / Ficção científica

Direção:
James Cameron

Roteiro:
James Cameron

Elenco:
Sam Worthington, Zoe Saldana, Stephen Lang, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi


"Eu sou o rei do mundo!". Foi com a estatueta de melhor diretor na mão que James Cameron proferiu aquela que seria uma de suas poucas frases em público pelos próximos 12 anos. Recordista em Oscar e indicações, bilheteria bilhonária. O diretor saiu de férias em grande estilo. Titanic foi um sucesso retumbante e um investimento arriscado. Cameron começou então um outro projeto. Ele sabia que era arriscado e não teve coragem de falar muito sobre ele até o momento certo. Ao final da premiação de Senhor dos Anéis, em 2003, tomou a decisão: era hora de colocar em prática Avatar. Foram dez anos de pesquisa para, novamente, desenvolver uma tecnologia revolucionária, como aquela utilizada em O segredo do abismo, Exterminador do futuro 2 e Titanic. Avatar é alardeado ao final da primeira década do século XXI como o divisor de águas do cinema 3D. A história do planeta Pandora prometeu durante todo o ano de 2009, arrebatar o coração, mente e olhos dos espectadores. Todas, todas as promessas de James Cameron, foram cumpridas. Avatar é a experiência visual definitiva.

A história mostra um veterano do exército sendo convocado para assumir um avatar(corpo de um alienígena) através de uma ligação mental, no planeta Pandora. Mas, lidar com o outro lado sem se envolver, mostra ser uma missão impossível.

Desde a primeira imagem, o filme tira o fôlego. A tecnologia do 3D é surpreendente. As cores, os tons...as descrições que as primeiras pessoas que assistiram o filme tiveram, de parecer um sonho acordado, são totalmente reais. No escuro do cinema, não é apenas difícil diferenciar o que é real do falso, como também é impossível desgrudar os olhos da tela. O que se vê nas diversas camadas de 3D, é uma sucessão de planos tão sensacionais como o anterior. Os personagens transmitem uma humanidade difícil de enxergar em filmes com atores reais. Suas emoções são puras, visuais e faladas. Os cenários deslumbrantes enchem os olhos de uma forma que quase não podemos acreditar.

Pandora começa a existir e não sai de nossa cabeça durante horas. As espécimes de flores e animais foram criadas com todos os detalhes pela mente do diretor perfeccionista. Foram contratados biólogos, físicos, químicos, tudo para que o planeta realmente pudesse existir. Cada planta e animal tem um nome, um som, uma característica específica. Suas peculiaridades, como por exemplo, a forma como os Na'vi(nativos de pandora) se comunicam com os animais é de uma simplicidade genial e própria da biologia do lugar. A forma como todos se alimentam, a religião e sociedade teimam em existir de uma forma própria, similar e ao mesmo tempo completamente diferente daquilo que conhecemos.

Os atores são um aparte. Sam Worthington(de Exterminador do futuro: A salvação) está ótimo como protagonista e junto com Sigourney Weaver consegue passar a cumplicidade necessária para não estranharmos as formas diferenciadas dos Na'vi. Se há um pecado a ser ressaltado em Avatar é apenas seu roteiro, que emprega alguns clichês esperados e não questiona, mas nos deixa ainda mais sedentos por Pandora. Claro, esse não é o mote de Avatar. Nota-se facilmente pela raridade dos diálogos. É um filme simples e puramente visual.

Cada cena do filme é de uma riqueza absurda que merece ser assistido diversas vezes. Avatar é a experiência 3D visual definitiva.

(500) dias com ela - Filme Indie do ano vai além da comédia romântica tradicional



Nota: 9 / 10


Days of Summer

EUA, 2009 - 95 min

Romance
Direção:
Marc Webb
Roteiro:
Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco:
Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler



Antes dos créditos de abertura do filme uma mensagem: "Todas as situações do filme são mera coincidência com a vida real. Especialmente você, Jenny Beckman. Vaca". Esse tom de desforra colocado pelo roteirista de 500 dias com ela, reflete aquela fase na vida de garotos e garotas que nunca sai da nossa vida. O momento em que pensamos ter encontrado a mulher de nossa vida e que após seu final, pensamos nunca encontrar alguém que preencha esse espaço. Essa premissa coloca o espectador em uma viagem não-linear pelo relacionamento do protagonista com a diabólica personagem de Zooey Deschannel. E só por começarmos a odiar Zooey, temos um motivo para odiar o diretor Marc Webb.


Na história, um rapaz que acredita no amor verdadeiro, pensa ter encontrado sua alma gêmea. O problema é que ela não pensa assim.


Diferente e original. (500) dias com ela joga muito bem com a estética que permeia as produções independentes dos últimos anos. Enumere aí Pequena Miss Sunshine e Juno(ao qual o filme mais se relaciona). Se Joseph Gordon-Levitt pode irritar algumas pessoas, é Zooey que atrai o carisma desde o início do filme. A narrativa construída em um roteiro não-linear também sabe jogar com o início radiante até a decadência do relacionamento de ambos.


Marc Webb cria saídas geniais para entendermos a mente do garoto que cresceu com a falsa promessa de encontrar a mulher certa, aquela que vai tornar a sua vida feliz, afinal. São jogadas com a novelle vague, uma trilha sonora devastadora e a mistura da realidade com o esperado pelo jovem, através de animações e telas divididas(um dos pontos altos do filme).


Entramos na história achando o protagonista apenas mais um idiota, enquanto a personagem de Zooey é uma menina traumatizada e misteriosa. Aos poucos, vemos a situação se inverter, conforme as idas e voltas entre o primeiro e último dia vão mostrando a realidade que não esperávamos. E dá-lhe closes nos olhos profundamente azuis da garota. Assim, o filme gira principalmente entre essa relação, dando pouco espaço para os coadjuvantes e valorizando as cenas dos diálogos e pensamentos.


Essa relação em que todos se encontram. É ali que encontramos aquele adolescente inseguro(a) que éramos. Preso no fundo da alma, ele vê no filme um espelho onde reflete as inseguranças que temos em nossas relações e que nasceram desse nosso primeiro trauma, com suas raízes fortemente entranhadas e que minam nossa confiança em outros relaciomentos. Nossa "Jenny Beckmann" pessoal não é apenas a monstra que aparece no filme, mas uma junção de todas aquelas que nos frustraram de alguma forma em toda nossa vida.


A história não convencional sabe como prender a audiência. O climax do filme na conversa dos dois protagonistas é de arrepiar o espectador. E mais: cria um elo com ele.