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Transformers: A vingança dos Derrotados - É Michael Bay, amigo...

Transformers: Revenge of the Fallen
Nota 8 /10
EUA
, 2009 - 147 min
Aventura / Ação / Ficção científica
Direção:
Michael Bay
Roteiro:
Ehren Kruger, Roberto Orci, Alex Kurtzman
Elenco:

Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Tyrese Gibson, John Turturro, Isabel Lucas, Ramon Rodriguez, Rainn Wilson, Matthew Marsden, Kevin Dunn, Julie White
Eu não sei porque as pessoas ainda acham que algum produto vindo do midas dos filmes blockbusters vai ser, algum dia, um marco da sétima arte. Desde sempre, o que temos, são filmes ótimos e tradicionais visualmente, torrilhões de efeitos especiais e ação de tirar o fôlego. Transformers - O Filme, despontou por ser justamente um filme de robôs gigantes, com uma mulher lindíssima, roteiro despretensioso e todo o resto que já é tradicional do diretor. Com o segundo filme esperavam o quê? Diálogos Kauffmanianos? Tomadas etéreas a lá Wong Kar-Wai? Claro que não!

A história mostra dois anos depois dos eventos mostrados no primeiro filme. O exército se uniu aos AUTOBOTS e Sam quer apenas ir para a faculdade tentar ser normal. Tudo muda quando ele encontra um último fragmento do All Spark e começa a ter visões. Visões que levam os DECEPTICONS a seu antigo mestre: O Fallen.

Novamente, Bay aposta em um filme mais longo do que o normal, para contar sua história da maneira que imaginou. O tempo que ele deveria usar para aprofundar os personagens não é bem usado, o que resulta em diálogos rasos e personagens que não despertam carisma(salvo, obviamente, Shia Le Bouf, ótimo como sempre e Megan Fox, linda como nunca), entram e saem da tela sem qualquer sentido. Erros de continuidade também: copos cheios em uma cena, vazios em outra, cheios novamente na outra, além do armário ambulante de Fox. Mas, quem não imaginou isso.

A verdade é que Transformers 2 é pesado. Pesado de cansativo mesmo. Não é chato, de maneira nenhuma. Em termos de ação é muito melhor que o primeiro, com muito mais robôs e lutas mais elaboradas. Aliás, os grandões ganham mais espaço aparecendo mais e até falando mais. Infelizmente, não todos, mantendo-se justamente aos principais da história anterior. Destaque para a luta incrível de Optimus contra os Decepticons na floresta, quase melhor que a batalha final.

No mais, Transformers: A vingança dos Derrotados é mais um BayMovie que deve ser visto com descontração. Não leve a sério as incongruências e você vai ser feliz. Recomendamos deixar o cérebro em casa.

3 em 1: Rodada de filmes brasileiros



A Mulher Invisível
Nota: 8 / 10
Brasil, 2009 - 105 min
Romance / Comédia
Direção:
Cláudio Torres
Roteiro:
Cláudio Torres, Adriana Falcão, Cláudio Paiva e Maria Luísa Mendonça
Elenco:
Selton Mello, Luana Piovani, Maria Manoella, Vladimir Brichta, Fernanda Torres, Paulo Betti, Lúcio Mauro


Selton Mello é sem dúvida o maior ator do cinema brasileiro, no Brasil(já que fora daqui, quem se deu bem foi o Santoro). Normalmente, protagonista das maiores bilheterias do ano no país, seus filmes são garantia de diversão e boa interpretação. Junte isso com a maravilhosa Luana Piovani, sex symbol brasileiro e uma comédia divertida: Mulher Invisível é sexualmente provocante, mestre na vergonha alheia e repete o que faz sucesso no Brasil, sem muitos aprofundamentos e experimentalismos. Quando surge o selo Globo Filme você não deve esperar algo muito diferente. O primeiro grande estúdio privado brasileiro depois da retomada insiste em tornar o espectador médio, mais médio ainda, tornando a sua ida ao cinema, tão média, quanto a programação média da televisão. Por isso eu fico com o final que eu sei que Cláudio Torres(diretor do ótimo Redentor) teria escolhido: O personagem de Pedro entrando na banheira e aceitando seu egoísmo de braços abertos!

Divã
Nota: 8 / 10
Brasil, 2009 -
93 min.
Direção: José Alvarenga Jr.
Elenco: Lilia Cabral, Cauã Raymond, José Mayer.

O segundo filme brasileiro mais visto do ano(até o momento). O que isso significa? Atores famosos, roteiro divertido, um bocadinho dramático e temas familiares à classe média. A crise de meia idade em homens e mulheres, as relações entre casamento e amantes, tudo isso retratado de forma leve e sem preconceito. Um mundo que achamos que existe, mas não, continuamos sendo preconceituosos com tabus e tudo o mais. Nada mais normal para uma sociedade fundamentada em costumes morais e religiosos(que aliás nem são tocados nos filmes) ao longo de quase 5 séculos. No mais, Divã é sim divertido, tem boas atuações e participações especiais. Não é surpreendente nem desafiador. É conformista. A protagonista declara que "tem que se conformar com as viradas que vida dá". Mais um passo da Globo Filmes na solidificação de seu espectador médio, parte II: agora, no cinema...

Budapeste

Nota: 8,5 / 10

Brasil / Portugal / Hungria, 2009 - 113 min
Drama
Direção:
Walter Carvalho
Roteiro:
Rita Buzzar
Elenco:
Leonardo Medeiros, Gabriella Hármoni, Giovanna Antonelli


Confuso. A verborragia presente nos livros de Chico Buarque é definitivamente intransponível para as telas. Ao menos, Walter Carvalho tentou. O resultado foi uma espécie de filme Kaufmaniano brasileiro. Se você não conhece, Charlie Kauffman é um dos escritores mais bizarros do cinema atual e produziu pérolas como Quero Ser John Malkovich, Adaptação e o maravilhoso Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças. Normalmente, filmes que apresentam situações inverossímeis e aparentemente sem nexo. Assim é Budapeste. José Costa é um ghost writer: um cara que escreve livros para outros, sem assumir sua autoria. Sem qualquer interesse por sua mulher(excetuando o ciúme crescente que demonstra no passar do tempo), viaja para Budapeste. Lá, com uma bela professora decide expurgar o português e abraçar totalmente a nova cultura. Daí em diante é uma briga para descobrir o que é real, o que é sonho e o que é ficção. Destaque para as piadinhas relacionadas ao autor, que até faz uma pontinha falando em hungáro. Ao final da sessão não se surpreenda ao sair com uma pulga atrás da orelha. Sem o selo Globo Filmes, o cinema nacional pode se dar ao luxo de questionar e continuar questionando um público inquieto e relaxado.