Asterix nos Jogos Olímpicos - Bom divertimento, mas exagerado
Saem os indicados da maior festa do cinema!!!
E o blog até que não foi tão mal: de 31 chutes, errou 6! Isso assistindo apenas poucos dos filmes que concorreram e contando com o feeling! Na categoria animação, foi 100% de acertos! Os erros equivalem a 19%, o que mantém a média alta, levando em conta que houve categorias que não foram catalogadas. Até o final da tarde, os outros indicados. E que venha o Oscar!
Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem quer ser um Milionário?
Melhor Ator
Brad Pitt
Sean Penn
Frank Langella
Mickey Rourke
Richard Jenkins
Melhor Atriz
Meryl Streep
Anne Hathaway
Kate Winslet
Angelina Jolie
Melissa Leo
Melhor Ator Coadjuvante
Josh Brolin
Robert Downey Jr.
Philip Seymour Hoffman
Michael Shannon
Heath Ledger
Melhor Diretor
O Leitor, Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button, David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade, Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard
Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche
Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão
Melhor Roteiro Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor
Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado
Melhor direção de arte: Melhor fotografia: Melhor mixagem de som: Melhor trilha sonora original: Melhor canção original: Melhor figurino: Melhor documentário de longa-metragem Melhor documentário de curta-metragem Melhor edição Melhores efeitos especiais: Melhor maquiagem: Melhor animação de curta-metragem
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “A duquesa”
- “Revolutionary road”
- “A troca”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “The reader”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Slumdog millionaire”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Slumdog millionaire”
- “Wall.E”
- “Procurado”
Melhor edição de som:
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “Wall.E”
- “Procurado”
- “Slumdog millionaire”
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button”
- James Newton Howard – “Defiance”
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade”
- Thomas Newman – “Wall.E”
- A.R. Rahman – “Slumdog millionaire”
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E”
- “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Slumdog millionaire”
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Slumdog millionaire”
- “Austrália”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “A duquesa”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Revolutionary road”
- “The betrayal”
- “Encounters at the end of the world”
- “The garden”
- “Man on wire”
- “Trouble the water”
- “The conscience of Nhem En”
- “The final inch”
- “Smile Pinki”
- “The witness - From the balcony of room 306”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- “Frost/Nixon”
- “Milk – A voz da liberdade”
- “Slumdog millionaire”
- “Batman - O cavaleiro das trevas”
- “Homem de Ferro”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “O curioso caso de Benjamin Button”
- “Batman – O cavaleiro das trevas”
- Hellboy II – O exército dourado”
- “La maison en petits cubes”
- “Lavatory - Lovestory”
- “Oktapodi”
- “Presto”
- “This Way Up”
Melhor curta-metragem:
- “Auf der strecke (On the Line)”
- “Manon on the asphalt”
- “New Boy”
- “The Pig”
- “Spielzeugland (Toyland)”
Os indicados: Framboesa de Ouro 2009
Como já e tradição, saíram os indicados para piores filmes de 2008, no prêmio mais sem vergonha do cinema. Pra variar, não houve grandes surpresas... Pra variar, o blog acertou em dois pelo menos: O fim dos tempos e Uwe Boll, que tiveram críticas negativas de minha parte, foram alguns dos tops da premiação. Uwe Boll então, leva garantido um prêmio pela pior carreira, por ser considerado o Ed Wood alemão.
Além deles, os líderes de indicações são Super-Heróis e a Liga da Injustiça, Espartalhões, 88 minutos(filme de Al Pacino, que lhe rendeu uma indicação de pior ator), Em nome do Rei e A gostosa e a gosmenta e O guru do Amor.
Confira a lista completa abaixo:
Pior filme:
“Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
“Fim dos tempos”
“A gostosa e a gosmenta”
“Em nome do rei”
“O guru do amor”
Pior ator:
Larry the Cable Guy – “Witless protection”
Eddie Murphy – “O grande Dave”
Mike Myers – “O guru do amor”
Al Pacino – “88 minutos”
Mark Wahlberg – “Max Payne”
Pior atriz:
Jessica Alba – “O olho do mal”
Todo o elenco de “Mulheres – O sexo forte” - Annette Bening, Eva Mendes, Debra Messing, Jada Pinkett-Smith e Meg Ryan
Cameron Diaz – “Jogo de amor em Las Vegas”
Paris Hilton – “A gostosa e a gosmenta”
Kate Hudson – “Um amor de tesouro”
Pior ator coadjuvante:
Uwe Boll – “Postal”
Pierce Brosnan – “Mamma mia”
Ben Kingsley – “O guru do amor”
Burt Reynolds – “Em nome do rei”
Verne Troyer – “O guru do amor
Pior atriz coadjuvante:
Carmen Electra - “Super-heróis - A liga da injustiça”
Paris Hilton – “Repo! The genetic opera”
Kim Kardashian – “Super-Heróis - A Liga da Injustiça”
Jenny McCarthy – “Witless protection”
Leelee Sobieski – “88 minutos”
Pior casal em cena:
Uwe Boll e QUALQUER ator, câmera ou roteiro
Cameron Diaz e Ashton Kutcher – “Jogo de amor em Las Vegas”
Paris Hilton e Christine Lakin ou Joel David Moore – “A gostosa e a gosmenta”
Larry the Cable Guy e Jenny McCarthy – “Witless protection”
Eddie Murphy E Eddie Murphy – “O grande Dave”
Pior prólogo, remake, sequência ou cópia:
“O dia em que a Terra parou MESMO”
“Super-heróis - A liga da injustiça”
“Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”
“Speed Racer”
“Star Wars – A guerra dos clones”
Pior diretor:
Uwe Boll – “Postal”
Jason Friedberg & Aaron Seltzer – “Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
Tom Putnam – “A gostosa e a gosmenta”
Marco Schnabel – “O guru do amor”
M. Night Shyamalan – “Fim dos tempos”
Pior roteiro:
“Super-heróis - A liga da injustiça” e “Espartalhões”
“Fim dos tempos”
“A gostosa e a gosmenta”
“Em nome do rei”
“O guru do amor”
Prêmio pela PIOR carreira
Uwe Boll – a resposta da Alemanha para Ed Wood
Três Críticas: A Troca, Coração de Tinta e O Dia em que a Terra parou
O dia em que a Terra parou(The day the Earth Stood Still) - Dir: Scott Derickson. C om: Keanu Reeves, Jennifer Connelly e John Cleese. Remake do clássico de mesmo nome da déca da de 50, é mais um filme sobre a preocupação com o meio ambiente. Quando estranhas esferas c omeçam a aparecer na Terra, o governo imaginando tratar-se de um ataque, fica pronto para o ataque. De dentro de uma delas, sai um alienígena e um robô gigante que declara: A humanidade será aniquilada por continuar destruindo o planeta. A boa atuação do elenco garante a diversão do filme, assim como os efeitos especiais e a ação. Pena que é tão pouca. Assim, apesar de ser um bom passatempo, deixa aquele gosto de "poderia ter sido melhor". Mesmo assim, a mensagem segue importante e serve de alerta.
Oscar 2009: E o blog acertou! Ou não...
Como manifesto no penúltimo post, o filme brasileiro de Bruno Barreto, Última Parada 174, ficou de fora da disputa do melhor filme do ano. Assim como Olga, o filme mostrou que o critério para escolha do representante brasileiro precisa urgentemente ser revisto, ou continuaremos perdendo oportunidades...
Críticas mais curtas e mais diretas! - Sete Vidas, O Menino do Pijama Listrado e Desejo e Reparação
Desde o começo do ano, já foram 8 filmes no cinema. Esse é um dos motivos da minha lerdeza em críticas no momento, por isso as próximas vão ser mais rápidas e sucintas!
Já são três na primeira leva:
Sete Vidas(Seven Pounds) - Dir: Gabrielle Muccino. Com: Will Smith. Homem esconde um segredo e pretende alterar drasticamente a vida de sete pessoas. O novo drama de Will Smith, com o diretor de À Procura da Felicidade busca abalar corações e fazer o público chorar desesperadamente. E lógico, colocar Smith na berlinda do oscar. Só que, diferente do filme anterior, Sete Vidas é preseunçoso demais. O filme tem uma boa história, uma bonita lição, mas explora muito pouco os personagens. A ênfase é clara no relacionamento curador do protagonista com a jovem trabalhadora que precisa de um coração.
Mesmo assim, as atuações são boas, mesmo que Smith canse com aquela cara de choro durante quase duas horas de produção. O tema da doação de órgãos é atual e tratado de forma competente e corajosa. Um bom filme, vale a pena ser assistido pra chorar um pouco.
O menino do Pijama Listrado(The boy in the striped pijama)- Dir: Mark Herman. Baseado no best-seller homônimo, mostra a história de um garoto, filho de um alta patente do exército nazista, que vai morar perto de um campo de concentração. Sem amigos para brincar, conhece um garoto que mora no campo e torna-se amigo. O filme começa bem, com uma visão humanizada das pessoas comuns que viveram durante o regime. Por alguns momentos, você quase não identifica os monstros sem coração que dizimaram milhões de judeus. Esse início parece trazer um novo olhar para um tema tão batido, mas antes da meia hora de filme, os clichês desse gênero começam a aparecer: O pai, antes preocupado com a família, se torna frio e sem coração, a mãe desaprova o marido, a filha mais velha que pouco aparece ama a causa nazista e o menor fica amigo de judeus. Apesar de ser meio batido, o filme ainda tem um bom desenvolvimento e caminha para um final trágico. Note as boas atuações, principalmente dos mirins. Ótima opção de guerra, que foge do convencional.
Desejo e Reparação(Atonement) - Dir: Joe Wright. Com: Keira Knightley, James McAvoy. Desejo e Reparação é um filme que merece mais do que algumas linha superficiais para uma resenha. Mas, é melhor escrever pouca coisa do que prometer e não escrever nada. A história é adaptação do romance de mesmo nome e nada tem a ver com o outro filme do diretor Joe Wright, Orgulho e Preconceito. No filme, uma garota comete um erro quando criança e a sua culpa atravessa décadas, quando separa o amor de sua irmã, enviando-o para a guerra. Nesse ritmo, vemos os desenlaces de seu erro e tudo o que ele causou aos protagonistas. Uma narrativa belíssima, com momentos de pura emoção e uma cena em plano-sequência genial, e que entra para a história do cinema como uma das mais belas. James McAvoy e Keira dão a alma em seus papéis e dificultam todo o controle sobre os olhos já marejados do espectador. Desejo e Reparação é um filme imperdível, não só para quem gosta de cinema, mas para quem gosta de uma boa história.
Façam suas apostas!!! Vem aí, o OSCAR 2009!
Ontem aconteceu a premiação para os melhores filmes e séries para a TV do ano: O Globo de Ouro é o termômetro para a maior festa do cinema, então você pode ter certeza que boa parte dos filmes que estiveram por ali vão estar competindo nas principais categorias do Oscar.
Reforço para o blog
Bolt: Supercão - A Disney com cara de Pixar
Em 1937, o primeiro longa-metragem de animação do mundo, Branca de Neve e os Sete Anões, mostrou uma nova dimensão de entretenimento possível. Com esmero de inúmeros artistas, o roteiro tinha a difícil tarefa de não apenas impressionar visualmente, como entreter o público infantil e adulto de forma convincente. Ali, firmou-se o estilo Disney de animação. Narrativas simples para toda a família, com lições de moral e excelente qualidade gráfica. Esse legado manteve-se forte durante quase meio século. Foi há pouco mais de uma década que algo parece ter saído do controle.
O último grande lançamento da Disney, pré-Pixar, foi O Rei Leão. A vinda de Toy Story, primeiro longa-metragem totalmente computadorizado e com uma história madura, parece ter desestabilizado o chão firme mantido pelo império durante todo esse tempo. A partir daí, seus próximos filmes em 2D pareciam não apresentar a qualidade e o chamariz necessário acima da média. Com um contrato de pelo menos dez anos, a Pixar capitalizou forte, ajudando a empresa a continuar com seu império por um bom tempo. Enquanto surgiam sucessos instantâneos como Vida de Inseto, Toy Story 2 e Monstros S.A., a Disney naufragava com produções como Dinossauros e Nem que a Vaca Tussa, o último longa em 2D da empresa. Mas, essa união fabulosa parecia aproximar-se de um fim.
O efeito Pixar
A empresa que nasceu nos anos 80 demorou até ter sua importância reconhecida. Toy Story pegou o mundo de surpresa com efeitos incríveis que garantiram, além de um Oscar especial, a abertura de novas possibilidades em um mercado que demonstrava os primeiros sinais de cansaço. Em seu segundo projeto,Vida de Inseto, a Pixar vence o Oscar de melhor curta de animação, em um minifilme exibido antes das cópias no cinema. A popularização da computação gráfica, a originalidade dos roteiros, a quebra de monopólio com o surgimento de outras empresas, como a Dreamworks, e o sucesso estrondoso que esses filmes fizeram em todo o mundo, surtiram efeito também na Academia: era criado o prêmio de melhor filme de animação. Apesar da força da Pixar e de suas animações, quem levou o Oscar em seu primeiro ano foi sua principal rival e seu ogro incomum, Shrek. O filme inaugurou outro ponto de virada na animação. Apresentava piadas infantis e adultas, mesmo que subliminares. Esse amadurecimento ficou ainda mais claro nas produções posteriores. E o Oscar veio com Procurando Nemo, em 2004. O 2D ainda é forte nas disputas, e isso foi provado com A Viagem de Chihiro, de 2003, que bateu seus concorrentes ocidentais, com uma história forte e inteligente.
O Oscar voltou às mãos da Pixar com Os Incríveis, primeiro sucesso do diretor Brad Bird, conhecido nos circuitos undergrounds com uma das melhores animações dos anos 90, Gigante de Ferro. O diretor sabe explorar seus personagens de uma forma profunda e psicológica, diferente das abordagens superficiais e clichês que o mundo estava acostumado. A Pixar começa a enveredar por um outro caminho, completamente inusitado. Seus filmes param de buscar apenas a diversão e entretenimento sem propósito, para começar a tornar-se mais do que simplesmente mais uma animação. Ratattouile é um passo ousado, que quebra com a prática de clichês, ao evitar situações e resoluções óbvias. Essa atitude agrada a crítica, mas perde boa parte do público infantil, que prefere produções mais simples e cômicas. Também, consagra Brad Bird em seu terceiro filme. Wall-E é a expressão quase definitiva desse novo rumo da Pixar. O filme praticamente não apresenta diálogos durante quase mais de meia hora do filme. Algo surpreendente para qualquer animação. A cena da dança espacial que o protagonista realiza com Eve entra para a história da animação pela sua beleza rara e singela. Esse tipo de liberdade veio logo após o passo mais importante da indústria do cinema em décadas: a fusão Disney/Pixar.
A união
Com a proximidade do fim do contrato entre Disney e Pixar, a mina de ouro que a empresa de Mickey Mouse tinha achado parecia encerrar-se. Após meses de negociação, finalmente um acordo: a Pixar deixaria de ser apenas uma empresa contratada para tornar-se uma sócia de peso. Além de manter o direito total sobre suas produções, o chefe da empresa ainda assumiria o setor de animações da Disney, que cambaleava com o fracoA Família Robinson. O diretor de Toy Story, John Lasseter, ainda tentou trazer de volta as animações 2D com sua primeira produção, mas a falta de aceitação e problemas com o diretor do filme acabaram voltando ao 3D.
Tudo isso pra falar de Bolt
Desde o logo da empresa, que lembra as primeiras produções Disney, o filme busca se diferenciar de suas recentes produções e mesmo do estilo Pixar. Uma produção assumidamente feita para o público infanto-juvenil, assim como grandes sucessos dos últimos anos, como Kung Fu Panda e Madagascar, que se importam mais com a diversão e a simplicidade. A qualidade técnica da produção é ótima. A cena de abertura tem quase 15 minutos de ação initerrupta, efeitos de slow motion bem posicionados e muita pirotecnia. Ninguém duvida da capacidade técnica do estúdio. Mas a qualidade do filme ultrapassa apenas o visual e capricha em um roteiro que não apela nem exagera. É divertido, engraçado, com um timming ideal. A lição de moral está claramente presente no final da película e não irrita.
O primeiro filme dos estúdios Disney sob a tutela de John Lasseter recuperou um pouco do prestígio que durante tanto tempo o estúdio parecia ter perdido. É cedo para constatar todas as mudanças, mas o futuro parece bem mais promissor agora.
Código 46 – Admirável mundo novo onde amar é proibido
Uma das mais conhecidas obras de Aldous Huxley mostra a humanidade em um futuro desprovido de pensamento próprio e sentimentos. A máquina humana funciona quando tem seus desejos primitivos saciados e seus sentimentos, sedados por drogas ingeridas todos os dias. O pré-condicionamento desde a infância torna o processo de castas facilmente aceito por todos. O que Código 46 mostra, é um mundo que se encaminha para essa realidade, com a penas uma característica além da obra original: a globalização.
A história mostra um investigador que é deslocado para Xangai, na busca de um contrabandista de passes: um certificado que garante ao possuidor a entrada nas grandes cidades. Quem não tem, permanece em zonas áridas, sem qualquer tipo de atendimento ou auxílio. Ao se apaixonar pela criminosa, ele inicia um perigoso jogo onde irá violar um dos mais temidos códigos de conduta impostos pela genética.
O diretor Michael Winterbottom, privilegia a história dos protagonistas ao mundo à sua volta. Câmeras que simulam o olhar e podem ser interpretadas como a memória do investigador, tomadas na cidade deserta, em comparação com o deserto que os cerca longe dos grandes centros. Tudo, em busca de um sentimento de isolamento e incompreensão de uma sociedade que deixa de lado toda a humanidade possível. Não existem relacionamentos que não venham de interesses ou sejam geneticamente incompatíveis.
A trilha sonora parece verter do filme. Flui naturalmente, intercalando o eletrônico e o transcendental, elevando ainda mais o sentimento de perda e solidão que permeiam toda a película. Tim Robbins é firme em seu papel, mas é Samantha Morton quem rouba a cena. Sua atuação é de corpo e alma, como o amor de sua personagem ao de Robbins. Suas dúvidas e questões são aquelas que nós desenvolvemos na história. Sua tristeza e seu amor mostram ser sua derrota final.
Talvez um dos elementos mais interessantes do filme, seja a inclusão de um fator que não era conhecido na época de Huxley: o advindo da globalização, que apesar da distância das cidades, parece subdividir o mundo em apenas grandes cidades, que já não sofrem do antigo problema de superlotação, devido ao grande avanço no controle de natalidade. Vemos em Xangai mais ocidentais do que propriamente orientais. Os chineses são encontrados apenas em bares tradicionais, não mais no seu convívio natural. A língua é provavelmente, o detalhe mais interessante do filme. O inglês usa expressões dos mais variados idiomas. Francês, espanhol, português, alemão...tudo resultado mais uma vez, da massiva globalização colocada em prática nos países de todo mundo.
Novamente, é o elemento inesperado que é exaltado na história. A sociedade fria e vazia não mostra valor quando o lado de fora é permitido a liberdade plena do ser humano. Um personagem em certo ponto diz: Clima, ambiente, Deus, causalidade, família... nenhum de nós está preso ao seu gene. Parece ser a chave que libertaria o protagonista. Mas, a sua tentativa covarde de voltar a vida mostra sua essência: ele é condicionado a viver sobre as regras da sociedade. O que em Código 46 é genético, em nossa realidade, mais uma vez, chamamos de medo. E assim, não vivemos.
Apesar da condenação final da personagem de Samantha, o que fica não é sua perda, mas um sentimento que o investigador jamais vai desfrutar: a falta de um amor verdadeiro e fora dos padrões, que mesmo não existindo mais, fica pra sempre em sua memória. Doendo, mas vivo.
"When the truth is... I miss you"