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Distrito 9 - Filme promete muito e cumpre pouco


Distrito 9 - Filme promete muito e cumpre pouco

Nota: 7 / 10

África do Sul / Nova Zelândia, 2009 - 112 min
Ação / Ficção científica
Direção:
Neill Blomkamp
Roteiro:
Neill Blomkamp, Terri Tatchell
Elenco:
Sharlto Copley, Jason Cope, David James

Uma população isolada em um gueto, na sempre alvo de polêmicas Joanesburgo, África do Sul. Dizer que essa história relembra o apartheid não é mera coincidência. A cidade que foi palco da maior discriminação racial nas últimas décadas ainda sustenta raízes desse mal tão próximo. Um negro sem colete à prova de balas, os nigerianos indispensavelmente criminosos e apenas descendentes caucasianos no poder. Em Distrito 9 esses são apenas detalhes quando o maior inimigo(ou talvez, vítima) é um grupo de alienígenas enclausurados em uma zona de contenção há mais de 20 anos. Em formato de falso documentário, o que vem a seguir, é um retrato perturbador da natureza humana.

Em um dia, tudo dá errado. A multinacional encarrega seus empregados de um serviço perigoso: Cadastrar e trasnferir todos os "camarões"(como são chamados os alienígenas) há um novo campo de refugiados. Sua nave, estacionada sobre Joanesburgo por mais de vinte anos ainda incomoda os moradores da cidade e causa insegurança a todos. Um documentário promete reconstruir o que aconteceu nesse dia.

Provavelmente os 30 primeiros minutos do filme são genuinamente originais e diferentes. A proposta do falso documentário retrata os personagens e prenuncia um desastre. Sociólogos defendem os aliens, ongs culpam a MNU e as pessoas comum desprezam os párias da sociedade. O que vemos ali não é nada menos do que já aconteceu durantes os anos fatídicos de repressão racial do país. Observamos chocados a forma como os humanos reagem às criaturas indefesas que nem queriam estar ali desde o início. A repugnância não é digna do brancos, mas mesmo dos moradores negros da cidade, que não suportam a presença dos "camarões".

O desenvolver atinge seu climax quando os engenheiros de armas descobrem uma forma de utilizar o armamento alienígena em seus soldados. Infelizmente, depois disso, Distrito 9 descaracteriza totalmente. Sai o tom de documentário, entram os clichês de filmes de ação. O fugitivo inocente, a dupla dinâmica diferente, mas que tentam relutantemente se auxiliar, superação humana e blá blá blá. O filme inicialmente joga suas expectativas no alto, para depois acabar com elas em menos de 15 minutos. Tecnicamente o filme é competente, mas consgue arruinar uma boa premissa na tentativa de conquistar maior número de público, ou mesmo por incapacidade de manter o ritmo perturbador de seu início.

A produção de Peter Jackson ao menos consegue trazer ao filme de baixo orçamento uma qualidade em efeitos especiais digna de grandes blockbusters. Mas, não foi o suficiente para tirar Neill Blomkamp da mesmice sem originalidade que os grandes estúdios sofrem.

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