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Thor - Marvel e o novo universo do cinema

Thor - Marvel e o novo universo do cinema

Thor

NOTA: 7 / 10

EUA , 2011 - 114 min.
Aventura / Épico

Direção:
Kenneth Branagh

Roteiro:
J. Michael Straczynski, Mark Protosevich

Elenco:
Natalie Portman, Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Ray Stevenson, Kat Dennings, Stellan Skarsgård, Idris Elba, Tom Hiddleston, Rene Russo, Jaimie Alexander, Colm Feore , Clark Gregg, Tadanobu Asano, Jeremy Renner


Não pude deixar de ter um mau pressentimento quando a cena de abertura de Thor mostra um grupo de cientistas na Terra, em busca de um tornado no meio de um deserto. É o típico começo de uma história em quadrinhos da Marvel, mas que na empolgação dos trailers e na espera do início do filme parece quebrar o ritmo, ao invés de preparar o terreno para o Deus do Trovão. Não é à toa que os momentos do filme que se passam longe de Asgard poderiam ter sido simplesmente cortados de toda a trama sem problema algum, evitando assim os lugares-comuns dos filmes de aventura e os bocejos, ou como gosto de chamar "momentos de ir no banheiro", quando nada de relevante parece acontecer. Acontece que apesar desse problema, a Marvel utiliza o filme apenas como mais uma peça do mosaico que vem criando desde Homem-de-Ferro e ao contemplar a obra completa, parece não ser tão deslocado assim.

A história mostra o filho de Odin, Thor, sendo exilado de Asgard após um ato impetuoso. Agora, ele precisa mostrar-se digno de empunhar o Mjolnir e salvar o universo de seu irmão Loki.

Kenneth Branagh pareceu ser o nome ideal para dirigir o filme do deus do Trovão, visto sua grande experiência em adaptar Shakespeare e seu inglês pomposo de forma visualmente teatral mas interessante. No entanto, não é isso o que se vê em Thor. Tão pouco o visual, que em Asgard é de tirar o fôlego, mas na Terra parte para planos inclinados estranhos e desnecessários, praticamente retirados daquela bomba da década passada, A Reconquista. Não basta apenas uma vez, mas durante todo o filme repete-se o efeito, quase vertiginoso em 3D. 3D esse que serve apenas para aumentar a arrecadação, já que não contribui em nada para a história, apenas confunde as cenas de ação e escurece irritantemente a tela. Ao menos, as mesmas batalhas conseguem empolgar com elementos que nos fazem esquecer os momentos desnecessários passados em Midgard.

O elenco encaixou como luva em cada papel, tanto visualmente quanto psicologicamente. Enquanto Anthony Hopkins rouba a cena como o poderoso Odin, Thor (Chris Hemsworth) é turrão, musculoso e engraçado, bem como nos quadrinhos. Seus asseclas de Asgard aparecem pouco mas tem relevância, perdendo espaço para Tom Hiddleston, que faz um Loki confuso e obstinado, capaz de se mostrar uma grande ameaça nos próximos filmes da empresa. Já Natalie Portman e o elenco da Terra (excetuando Jeremy Renner (em participação especial)) parecem ligados no automático, recitando frases prontas e servindo de ligação com o grande público.

Graças, é claro, ao roteiro amarrado e cheio de momentos desnecessários escrito por J. Michael Strackzyinsky e Mark Protosevich. O primeiro, conhecido por sua carreia nos quadrinhos, "cometeu" uma das piores fases do Homem-Aranha em anos, findado pela expressão (que pode muito bem se aplica a Thor) "É Magia, não precisa explicação". São diálogos e sentimentos forçados goela abaixo e um Thor que muda da água pro vinho em, literalmente, uma noite. Não dá pra engolir que o mimado e orgulhoso filho de Odin se apaixone pela humanidade e pela personagem de Natalie Portman em pouco mais de 48 horas (se bem que todos nos apaixonamos pela atriz em menos de 1h30...). A incoerência desse ato quase apela para o clássico final da lágrima que ressuscita, que, por sinal, ninguém aguenta mais.

Não fosse pela totalidade da obra e, novamente, pela cena escondida nos pós-créditos, Thor poderia muito bem passar desapercebido como um filme divertido, visualmente eficiente, mas ainda assim, abaixo da média. O grande trunfo da Marvel está em ligar seu projetos formando assim uma cronologia totalmente nova e invejável nos cinemas, coisas que a rival, DC Comics, mostra-se arredia e, praticamente, desistiu de tentar criar. Ainda assim, os filmes da Distinta Concorrência, podem firmar-se muito mais como obras solo, como é o caso da ótima franquia restaurada por Nolan de Batman e a aposta em uma retomada de Superman, comandado por Zack Snyder e com a mão dos Nolan no roteiro.

Assim como nos quadrinhos, as empresas disputam o concorrido mercado, uma sempre apostando na quantidade, e outra, na qualidade.

2 comentários:

laura disse...

gosto demais do teu blog para nao reclamar deste teu layout tosco.

ele é tão 1998 que mais lembra um diário. meigo não?

luiza guimarães disse...

Muito interessante seu blog,e seus posts também,muito criativo,estou seguindo dá uma olhada lá no meu preciso de sua opnião,beeijos :*
http://detudoquerealmenteimporta.blogspot.com/