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The Fountain - Soundtrack

Oh caras, vocês devem estar achando que eu enlouqueci por esse filme. É verdade. Mas, a trilha sonora é um caso à parte que eu tenho que comentar. O filme perderia boa parte de seu encanto sem esse trabalho incrível. Clint Mansell, o compositor, já participou de outro trabalho com Darren, em Réquiem para um sonho. Com um estilo lento, mas crescente, trabalhando sempre com instrumentos de corda, atabaques e outros instrumentos arcaicos, Clint consegue manipular sensações do ouvinte, desde a mais leve batida, ao suspense imediato.

"The Last Man (6:09)": A trilha começa com uma música calma, praticamente executada por violinos e celos. É quase uma música de meditação, que consegue mexer com seus sentimentos de forma comovente. Essa trilha dará o tom para as cenas de emoção e calma do filme. Você quase pode sentir uma angústia na procura por uma resposta. Uma sensação muito incrível.

"Holy Dread! (3:51)": Essa é uma música crescente. Começa com atabaques marcando o ritmo e de pouco em pouco, começa a empolgar. O tipo de música que você começa sentado e termina com o pé batendo nervosamente.

"Tree Of Life (3:45)": O clímax da música anterior. Continua o clima de suspense cada vez mais rápido e agressivo.

"Stay With Me (3:36)": Uma das músicas mais lindas do cd. Ainda mais se você lembra dessa cena. Izzy pedindo a Tommy para não abandoná-la no momento da revelação da doença. Uma variação calma da primeira trilha, trabalhada por teclados e menos por cordas, o que dá um sentido de menos angústia e mais tristeza. Toquem essa música no meu enterro por favor.

"Work (2:34)": Work é uma faixa que lembra os momentos maníacos-paranóicos-obsessivos personagens de Darren. Um som repetido, com pequenas variações de harmonia, que dão uma certa claustrofobia em si mesmo, ou seja, como se o personagem estivesse preso dentro de si. Em PI, temos essa sensação nos momentos de esquizofrenia do personagem principal, em Réquiem para um sonho, quando eles estão drogados, e em Fonte da Vida, ele trata a sede pela vida, ou o apego ao trabalho como um outro tipo de doença. Trágico, mas excelente.

"Xibalba (5:22)": Volta a música Zen. As cordas e o teclado executam de maneira harmoniosa um duelo entre a entrega e a teimosia. O cientista continua em sua viagem rumo a nebulosa, o recomeço da vida, mas sem entender seu real significado. A música representa essa busca do entendimento, que ficará claro só no final do filme.

"First Snow (3:08)": A frase culminante do filme. A música mostra a indecisão do cientista. Aproveitar com Izzy seus últimos momentos ou procurar a cura para ela? A decisão determina o clímax. E agora ele sabe que esse é o ponto. Mas, não há como voltar atrás. Ou há?

"Finish It (4:25)": A trilha começa a preparação para o clímax. O pedido de Izzy. Lentamente, volta e meia parando...e recomeçando mais forte.

"Death Is The Road To Awe (8:25)": As três histórias se ligam, quando a compreensão atinge o cientista futuro, auxilia o Explorador e finalmente chega ao Tommy presente. Essa música é sem dúvida o ponto alto do filme e da trilha sonora. Mistura os elementos usados nos três tempos da história: os atabaques do passado, as cordas do futuro e o teclado do presente. O sintetizador, que simula a paranoia ou obssessão está presente, mas cada vez mais obstruído pela compreensão do todo, a revelação de que a morte é apenas a transição da matéria. O ápice do explorador se encontra quando após beber a seiva da árvore da vida, ele entende que através da morte, a verdadeira vida floresce. Logo após, a música mostra o ápice do cientista. Dentro de Xibalba, a nebulosa, ele compreende que o maior se encontra quando a alma é liberada da sua prisão o corpo. e nesse momento ele transcende. Uma das cenas mais magníficas é acompanhada de perto pela trilha. O clímax, as vozes, a bateria, os violinos, o teclado. tudo mostra a insignificância que somos, e a beleza da última entrega.

"Together We Will Live Forever (5:01)": Duas histórias paralelas se encerraram. As duas metáforas para o tempo presente. É hora de Tommy confrontar a realidade. A trilha segue uma melodia triste mas esperançosa no piano. A falta, todos os sentimentos de perda já personificados nas músicas voltam de forma calma e sem ataque, mas num dedilhado simples e lindo. Resta a Tommy, plantar uma semente no túmulo de Izzy. A representação final, mais singela e bela da vida que surge da morte.