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(500) dias com ela - Filme Indie do ano vai além da comédia romântica tradicional



Nota: 9 / 10


Days of Summer

EUA, 2009 - 95 min

Romance
Direção:
Marc Webb
Roteiro:
Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco:
Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler



Antes dos créditos de abertura do filme uma mensagem: "Todas as situações do filme são mera coincidência com a vida real. Especialmente você, Jenny Beckman. Vaca". Esse tom de desforra colocado pelo roteirista de 500 dias com ela, reflete aquela fase na vida de garotos e garotas que nunca sai da nossa vida. O momento em que pensamos ter encontrado a mulher de nossa vida e que após seu final, pensamos nunca encontrar alguém que preencha esse espaço. Essa premissa coloca o espectador em uma viagem não-linear pelo relacionamento do protagonista com a diabólica personagem de Zooey Deschannel. E só por começarmos a odiar Zooey, temos um motivo para odiar o diretor Marc Webb.


Na história, um rapaz que acredita no amor verdadeiro, pensa ter encontrado sua alma gêmea. O problema é que ela não pensa assim.


Diferente e original. (500) dias com ela joga muito bem com a estética que permeia as produções independentes dos últimos anos. Enumere aí Pequena Miss Sunshine e Juno(ao qual o filme mais se relaciona). Se Joseph Gordon-Levitt pode irritar algumas pessoas, é Zooey que atrai o carisma desde o início do filme. A narrativa construída em um roteiro não-linear também sabe jogar com o início radiante até a decadência do relacionamento de ambos.


Marc Webb cria saídas geniais para entendermos a mente do garoto que cresceu com a falsa promessa de encontrar a mulher certa, aquela que vai tornar a sua vida feliz, afinal. São jogadas com a novelle vague, uma trilha sonora devastadora e a mistura da realidade com o esperado pelo jovem, através de animações e telas divididas(um dos pontos altos do filme).


Entramos na história achando o protagonista apenas mais um idiota, enquanto a personagem de Zooey é uma menina traumatizada e misteriosa. Aos poucos, vemos a situação se inverter, conforme as idas e voltas entre o primeiro e último dia vão mostrando a realidade que não esperávamos. E dá-lhe closes nos olhos profundamente azuis da garota. Assim, o filme gira principalmente entre essa relação, dando pouco espaço para os coadjuvantes e valorizando as cenas dos diálogos e pensamentos.


Essa relação em que todos se encontram. É ali que encontramos aquele adolescente inseguro(a) que éramos. Preso no fundo da alma, ele vê no filme um espelho onde reflete as inseguranças que temos em nossas relações e que nasceram desse nosso primeiro trauma, com suas raízes fortemente entranhadas e que minam nossa confiança em outros relaciomentos. Nossa "Jenny Beckmann" pessoal não é apenas a monstra que aparece no filme, mas uma junção de todas aquelas que nos frustraram de alguma forma em toda nossa vida.


A história não convencional sabe como prender a audiência. O climax do filme na conversa dos dois protagonistas é de arrepiar o espectador. E mais: cria um elo com ele.


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