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Alice no País das Maravilhas 3D - Prepare-se para sair tonto do cinema


Alice no País das Maravilhas 3D - Prepare-se para sair tonto do cinema


Nota: 6,5 / 10


Alice in Wonderland

EUA, 2010, 108 min

Aventura / Fantasia


Direção:

Tim Burton

Roteiro

Linda Wolverton, Lewis Carrol

Elenco:

Johnny Depp, Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter



É difícil pensar em alguém melhor do que Tim Burton para emular a bizarrice contida em Alice no País das Maravilhas. A história por si só tem um tom sombrio e delirante que fazem dela um conto único do escritor Lewis Carrol. Depois de tantos papéis excêntricos, ninguém parece melhor do que Johnny Depp para o papel do Chapeleiro Maluco e desde as primeiras fotos, não havia dúvidas da certeza dessa escolha. A dupla já conseguira com sucesso transportar a Fantástica Fábrica de Chocolate para os dias atuais, sempre com o toque de Burton(mesmo assim, ainda prefiro muito mais a versão original). Pena que o ditado popular se confirma nesse caso: a mistura é tão boa, mas tão boa, que não tinha como o bolo dar errado. E mesmo assim, ele deu.


O filme mostra 10 anos depois da história original. Prestes a ser pedida em casamento, ela segue o coelho branco e vai parar novamente no país das maravilhas, do qual ela nem se lembra. Ali, ela descobre que a rainha de copas dominou tudo e ela é a única que pode a derrotar.

Desde o ano passado, Alice tornou-se um dos lançamentos mais esperados de 2010. Nas bilheterias americanas fez ótimos 310 milhões de dólares e mais de 700 milhões mundialmente. A campanha de marketing maciça, o trailer de 3D surpreendente, tudo parecia saído de um sonho. Tim Burton foi esperto. Liberou poucas fotos, poucos trailers. Tudo para surpreender o público. O problema é que temos um filme visualmente burtoniano, mas em seu âmago, fraco e pouco ousado. Temos batalhas, sangue e cabeças decepadas, mas falta a Alice algo mais. Os diálogos são rasos, não existem frases marcantes, nem bom humor. Os personagens, excetuando o Chapeleiro que tem a atenção bem maior do que a dedicada nos livros, são puramente caricaturais. Que drama que pode subsistir em personagens que nem conseguem nosso carisma?


Não bastasse isso, repetem-se os velhos chavões do seja-você-mesmo e outas auto-ajudas baratas que chegam a dar vergonha. Falta agilidade ao roteiro. Falta ação. Falta aventura!


Apesar dessas ressalvas, Alice ainda consegue agradar. Pode faltar conteúdo, mas o visual que Tim Burton criou para o País das Maravilhas(ou País Subterrâneo, de acordo com a história) é retirado direto dos sonhos. A atmosfera é sombria e delirante. casando o melhor da história com o melhor do diretor. Os efeitos 3D são sim espetaculares, mas são tão fortes e o cenário é tão escuro(taí uma mistura que não combina) que você provavelmente vai sair tonto do cinema.


Burton é um diretor que, apesar de algumas sacadas geniais, como o excelente Os Fantasmas se Divertem, passa pouco acima do mediano. Ele definitivamente não é convencional e possui um visual muito próprio, mas mesmo assim, seus filmes não são de forma alguma espetaculares. São, algumas vezes, enfadonhos e demasiadamente didáticos. É mais nome do que qualidade. Não é à toa que seus maiores fãs são os pseudo-intelectuais e posers em geral(Deus, como é bom desabafar).


Que fique bem claro: Alice vale ser visto no cinema. Mas, contente-se em encher os olhos, e deixe o coração e a mente para outra sessão.


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