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Karate Kid - Xiao Dre é o Daniel San do século 21

Karate Kid - Xiao Dre é o Daniel San do século 21

NOTA : 7,5 / 10

Karate Kid
EUA , 2010 - 140 min.
Ação / Drama

Direção:
Harald Zwart

Roteiro:
Christopher Murphey

Elenco:
Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson, Han Wenwen, Rongguang Yu, Zhensu Wu, Zhiheng Wang, Zhenwei Wang, Jared Minns, Shijia Lü, Yi Zhao, Bo Zhang, Luke Carberry, Cameron Hillman, Ghye Samuel Brown, Rocky Shi, Wang Ji, Harry Van Gorkum, Tess Liu, Xinhua Guo, Jijun Zhai, Shun Li, Tao Ji, Chen Jing, Wentai Liu, Geliang Liang, Xu Ming



Tire a jaqueta. Pendure a jaqueta. Jogue no chão. Pegue a jaqueta. Coloque a jaqueta. Tire a jaqueta. Como isso vai ensinar alguém a lutar kung fu? Ensina tanto quanto pintar uma cerca ou encerar um carro. São pequenos elementos que funcionaram no primeiro Karate Kid e que repetem-se no remake que funcionam melhor ou tão bem quanto no original. O remake ainda assim consegue ir além e realmente trazer dramaticidade, atualidade sem nunca perder o foco ou desdenhar o original. Tendo na produção um astro competente como Will Smith, não poderíamos esperar outra coisa.

A história mostra o garoto Dre e sua mãe que viajam para a China. Lá, ele terá que se adaptar aos novos costumes e enfrentar os garotos do dojo local, tudo com a ajuda de um misterioso zelador.

A direção de Harald Zwart, de filmes pouco relevantes, ao menos não compromete. É didática, ou seja, faz questão de reforçar de 5 em 5 minutos que essa China apesar de moderna, ainda é a China socialista e tradicional que tem a estrela da União Soviética como sombra. Basta ver nas tomadas mis en scene que insistem em enquadrar a dita estrela nas cenas do colégio. Também sai o kimono preto dos adversários para a entrada do vermelho, que claro, será destroçado pelo branco de Bruce Lee: o chinês mais ocidental de todos os tempos. Apesar disso, a direção mantém o bom nível de tensão do filme e ótimas cenas de ação e luta que empolgam.

A pancadaria quando começa não para. E dá-lhe Jaden Smith tomando porrada até não querer mais, caindo e se retorcendo. As tomadas não convencionais do oriente também encantam. A muralha da China aparece pouco, em comparação com o lindo templo no alto da montanha.

O elenco também responde à altura da lenda. O filho de Smith está ali não por conta do pai, mas pelo talento que conquista. É engraçado e dramático quando necessário, mas principalmente, dedicado ao papel. Está longe de ser ótimo, mas segura o filme. Jackie Chan tem aqui uma das poucas atuações sutis de sua carreira o que é um alívio e um destaque a parte. Assim como o sr. Myiagi, Han tem seus próprios demônio para exorcizar.

O roteiro foi honradamente adaptado. Pontos chaves são mantidos, diálogos também. Mais do que isso, o remake vai além e reforça os pontos fracos do primeiro filme, tirando detalhes inconsistentes e, principalmente, modernizando os conflitos e problemas que surgem com a globalização, sem cair na armadilha de traduzir todos os diálogos. É bom sentir o estranhamento de não entender nada do que os atores falam em alguns momentos.

Karate Kid é uma deliciosa surpresa. Divertido, com bons personagens bem recauchutados, cenas memoráveis. Tem tudo para manter acesa a chama da lenda original e espalhar para os mais jovens alguns conceitos como respeito e equilíbrio. Até o final bruto do filme não se preocupa em explicar demais e encerra a história em um clímax que depois de tanto provocar o espectador e o fazer vibrar com cada golpe, dá a perfeita sensação de missão cumprida.

Se algo derruba o filme é a música tema do garoto Bieber. Mas nesse momento, você já está saindo do cinema.

2 comentários:

Natalia Xavier disse...

Confesso, estou curiosissima pra ver esse remake. Disseram ser mto bom. Ainda sim critico a ideia de utilizarem o uso do nome original sendo que a trama é em cima do Kung Fu. Porem se eles forem espertos para fazer um remake concertando coisas fraquissimas do original, merece uma compreensão a mais. É por isso que vou assistir. E claro, pelo fato de eu ser uma kung fu fighter, rs...

Abs!

will disse...

Ótimo!!

Surpreendente mesmo!
Mas não ouso dizer que o Jaden Smith tá lá só pelo talento, o pai e a mãe dele são produtores do filme, acho difícil acreditar que algum outro ator mirim teria chance de estrelar esse filme...

Concordo com a colega ai de cima, o Karate Kid luta Kung Fu, não faz sentido...