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Contra o Tempo - Duncan Jones relembra clássicos da viagem no tempo em 8 minutos


Contra o Tempo - Duncan Jones relembra clássicos da viagem no tempo em 8 minutos

NOTA: 7,5 / 10

Source Code

EUA , 2011 - 93 min.

Ficção científica

Direção:

Duncan Jones

Roteiro:

Ben Ripley

Elenco:

Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Brent Skagford, Cas Anvar


Jake Gyllenhaal começou sua carreira no cinema com um dos melhores filmes de ficção científica da década passada. Donnie Darko misturava todas as teorias da física sobre mundos paralelos, viagens no tempo e complexo de super-herói de forma coesa, dramática e estilosa, bem ao estilo anos 80 (temporada dos melhores filmes de loopings temporais). Foram dez anos de crescimento que o levaram há uma indicação ao Oscar no papel polêmico em Brockeback Mountain e empreitadas no cinema blockbuster como em Príncipe da Pérsia. Exatos dez anos depois, ele volta ao cinema, novamente com um diretor novato para assumir seu papel como super-herói em um mundo modficado pelo crescente terrorismo e a necessidade de um messias. Mas, diferente de Darko, seu personagem não pretende de forma alguma se sacrificar pela humanidade.

Na trama, um programa do governo permite, que uma pessoa com compatibilidades genéticas, possa retornar 8 minutos na lembrança de um professor que estava presente em um trem atacado por terroristas. Ali, o capitão Colter Stevens terá que descobrir quem perpetou o atentado antes que outros ataques aconteçam.

Dirigido pelo filho de David Bowie, Duncan Jones, o filme deixa o espectador tenso com suas idas e vindas no tempo. O clima imposto por Jones lembra um pouco a ânsia do desconhecido que acompanhou Lunar, primeiro projeto do diretor. Mas Contra o Tempo logo começa a ampliar seu horizonte, e nesse crescimento, perde seu ritmo. As experimentações de imagem e a forma como o Jones sabe utilizar seus efeitos no momentos certo e com um orçamento tão apertado são os grandes truques do filme. As sequências de explosão que se sucedem quase interminavelmente durante a projeção são inventivas e de cair o queixo. Da mesma forma, o elenco está preparado e consegue segurar a visão do espectador para possíveis problemas estruturais. Problemas que serão repensados ao final da sessão quando algumas pontas ficarão totalmente soltas.

É a partir da metade da história que as coisas ficam confusas. O que antes tomava forma de Feitiço do Tempo, maior comparação que o filme sofre nos primeiros momentos, logo se transforma em uma trama com cara de Fringe. Sai a teoria das lembranças e nos deparamos com o sensível terreno de mundos paralelos. Nesse ponto começam a aparecer erros estranhos na lógica da viagem temporal. O protagonista nota pequenos erros na continuidade do universo, mas que ficam imperceptíveis ao espectador. Não bastasse o capitão explicando o que estava acontecendo toda santa vez que algo diferente acontecia, ainda temos a voz do criador do source code para nos relembrar mais uma vez que mundos paralelos não interferem em uma realidade e, assim, nada pode ser alterado para salvar as vítimas no trem. Depois de tantas idas e voltas para emiuçar bem ao espectador o que está acontecendo, o clímax acaba por se tornar um momento bem fraco, que por sinal, poderia encerrar o filme com certa dignidade. Mas, temos mais 5 minutos de explicações para ficar tudo bem esclarecido e sem quaisquer dúvidas do que aconteceu com todos os presentes.

Então porque na saída do cinema, tanta coisa permaneceu mal explicada para os espectadores? Uma simples reflexão acaba por derrubar muito do conceito estabelecido na história de Contra o tempo. As preocupações estabelecidas para o complexo mundo de Donnie Darko são deixadas de lado pelo momento, a síntese do filme que nos ensina novamente a aproveitar cada dia como se fosse o último e pensar menos na nossa relevância para a vida dos outros. Se comparamos ainda com De Volta para o Futuro, onde pelo menos Marty McFly não tinha escrúpulos que não os seus próprios para alterar o passado, vemos que na verdade, de todos os personagens, Colter Stevens é o mais imoral, ao simplesmente drenar a vida de outro ser em favor da felicidade eterna.

Um comentário:

Razbone disse...

Quanto Tempo...