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2012 - A poesia visual e o entediante resto do filme, com Roland Emmerich

2012 - A poesia visual e o entediante resto do filme, com Roland Emmerich

2012

Nota: 4,5 / 10

EUA
, 2009 - 158 min
Ação / Ficção científica
Direção:
Roland Emmerich
Roteiro:
Roland Emmerich, Harald Kloser
Elenco:
John Cusack, Chiwetel Ejiofor, Oliver Platt, Amanda Peet, Thandie Newton, Woody Harrelson, Zlatko Buric, Danny Glover, Thomas McCarthy


Lembra de Independence Day? Alienígenas invadem a terra e destróem todas as capitais do mundo. Depois, Will Smith e o presidente dos EUA salvam o dia. Godzilla? Um lagarto gigante que destrói NY, que tem os filhotes derrubados por gomas de mascar(em uma das cenas mais vergonhosas da história do cinema). Veio O Dia depois de amanhã, onde os continentes do norte do planeta são destruídos por uma revolução climática. E os EUA perdoam a dívida externa para se refugiar no México. Além da destruição e das situações inverossímeis, o que esses filmes tem em comum? O diretor Rolland Emmerich.

2012 mostra a última catástrofe possível: o mundo entra em colapso, predito em uma profecia maia(que aliás, é apenas citada em um ou outro diálogo aqui). O governo não tem o que fazer, por isso prepara arcas que devem salvar pouco mais de 400 mil pessoas, ao singelo preço de $ 1 bilhão de euros. Resta ao pai divorciado John Cusack atravessar o mundo inteiro de avião e salvar sua família.

Você já sabe o que esperar desse filme. Muitos efeitos especiais e todas as cenas principais no trailer. Em 2h e 40 minutos, apenas 40 min apresentam destruição. Sabe o cartaz onde aparece o Rio de Janeiro? Uma cena com menos de 30 segundos. No entanto, esses momentos de destruição acabam sendo os mais verdadeiros e interessantes do filme. É incrível o nível que o diretor consegue elevar sua gama de efeitos e destruição a cada novo projeto. Se o filme tivesse apenas uma hora e meia com elas, valeria muito mais a pena. O momento em que o porta aviões USS John F. Kennedy acaba com a Casa Branca em meio ao silêncio do público e personagens é marcante, e, porque não dizer, poético.

Infelizmente, como era de se esperar, os personagens são chatos e enfadonhos. E acredite, dessa vez, o clima pesado é quebrado poucas vezes pelo humor. As risadas que eram quase uma marca dos filmes do diretor, some em meio aos protestos ante a elitização global. Mesmo que a intenção seja boa, é forçar a barra mostrar os líderes mundiais que salvaram apenas a família e a elite mundial, se renderem ao apelo de um cientista qualquer e voltar sua decisão para salvar os restantes ameaçados. Isso sem contar as demais incoerências e clichês como o padrasto descartado assim que não apresenta mais utilidade à continuidade.

Os dramalhões exaustivamente mostrados, mostrados e mostrados novamente quebram o ritmo da história. Emmerich declarou que não teve quase nenhuma cena cortada de sua ideia original. Isso faz com que o espectador um pouco mais exigente se enfade do filme antes da metade e tire um cochilo entre uma cena de destruição e outra.

Mas, se você pagou para assistir um Emmerich Film, sabe o que vai levar. Boa pipoca!

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