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Daybreakers - Uma ode aos malditos vampiros chupadores de sangue

Daybreakers - Uma ode aos malditos vampiros chupadores de sangue

NOTA: 8,5 / 10

Daybreakers
Australia/EUA, 2009 - 98 min.
Terror / Ficção Científica

Direção:
Spierig Brothers

Roteiro:
Spierig Brothers

Elenco:
Ethan Hawke, Willem Dafoe, Sam Neill

Crepúsculo criou uma legião de fãs que aceitam vampiros politicamente corretos e amor imortal. De uns anos pra cá, assim como o cinema foi invadido por obras que lembram a obra-prima de Stephenie Meyer também criou obras que resolveram recuperar a honra dos chupadores de sangue sem poupar no sangue ou na estilização das criaturas da noite. Sem dúvida o maior nome dessa classe é o excelente filme sueco Deixa Ela Entrar, perturbador e que resgata com classe os ícones da lenda. Daybreakers ou, no Brasil, 2019: o ano da extinção (péssimo nome para variar), não chega a ser um clássico, mas tem qualidades que não devem ser abandonadas ou ignoradas pelos amantes de histórias de vampiros.

A história se passa em 2019, dez anos depois que a praga dos vampiros se instalou na terra. O mundo é dominado pelos chupadores de sangue, que cultivam humanos para abastecer a população com sangue. Mas a raça humana está quase extinta e os vampiros buscam uma solução para que a falta de alimento no mundo não crie uma raça insandecida de criaturas da noite.

A direção dos Spierig Brothers, à frente de um filme de grande orçamento é insegura. Se no começo o filme parece oferecer todos os elementos para tornar-se um Sci-fi cult ao estilo de Gattaca ou a atmosfera de um Blade Runner, aos poucos, debanda para o trash e queda para o lado gore da força. A fotografia pálida e escura do começo do filme utiliza de princípios que já estamos careca, constrastando o azul frio com o vermelho do sangue, presente em portas, roupas da garçonete e mesmo no café dos vampiros. Quando a sombra se apodera do local, são os olhos vermelhos que ressaltam a natureza desse povo aparentemente normal que estamos acompanhando. Ao passar da história, conforme o personagem de Ethan Hawke evolui, os ambientes vão ficando mais claros e quentes até o final road movie. É tudo muito didático e previsível, mas nesse caso, funciona e muito bem. Fora isso, os efeitos são competentes para o baixo orçamento e o enredo, querendo ou não, prende você até o final.

O elenco é um caso a parte. Conseguir juntar três atores como Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill com menos de 20 milhões é uma proeza. Se o protagonista, imortal e frágil, mortal e kick-ass de Hawke tenta dar um pouco de drama e peso para a história, o personagem de Dafoe é o alívio trash. O ator tem uma capacidade de mesclar atuações soberbas em filmes como Anticristo e se prestar para ser o mentor caricaturado e trash de um filme de baixo orçamento. Em determinado momento recita uma impagável linha que demonstra a seriedade de seu personagem: Fuck it, let's have a barbecue!

(Pausa para reflexão)

Depois dessa frase nem sei se devo continuar a falar das atuações, porque Dafoe é o melhor personagem de histórias de vampiro em anos e leva o filme nas costas. É dele a última e óbvia cena totalmente non-sense de Daybreakers, mas essa deixo para que você se delicie imaginando qual deve ser.

O roteiro é inteligente por tentar realmente mostrar todos os aspectos da vida dos vampiros como sociedade basicamente noturna, mas adaptada ao sol maligno (?). Os diretores sabem que o filme poderá não ter uma sequência e tentam saciar a dúvida dos possíveis seguidores que Daybreakers irá formar. É importante essa construção da história pois potencial para se tornar um cult de ficção científica o filme tem. Outro detalhe importante é mostrar a transformação que os vampiros sofrem quando não consomem sangue humano e voltam a ser mais próximos de seu parente Nosferatu. Se os humanos estão perto da extinção, os vampiros estão ainda mais perto do canibalismo e da loucura como pode ser constatado.

Quando o Daybreakers decide ser gore, consegue e muito bem. São cabeças que explodem, vômito e um balé em câmera lenta da carnificina dos soldados uns contra os outros. A execução de nosferatus é brilhante, mas nada supera Sam Neill amarrado em uma cadeira e pagando por seus pecados. A cena entra para o hall das mutilações mais animalescas do cinema, junto com obras como Dia dos Mortos, realizada por Tom Savini. O que destaca essa produção também é a utilização de maquiagem real e não apenas efeitos especiais nessas cenas.

Por isso, Daybreakers é um filme que não merecia o tratamento dado a ele no Brasil, com um título vergonhoso e direto em dvd. Não é um exemplo de bom cinema, mas uma boa pista do que o cinema sci-fi e trash representa e que, principalmente, traz de volta o bom e velho asco aos malditos vampiros chupadores de sangue.

3 comentários:

Abner disse...

o filme é realmente muito bom!!

linkpremiadoblog disse...

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Tv e Cinema disse...

Fiquei algo decepcionado com o filme, mas tem um grande elenco e conta com boas interpretações.