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Senhores do Crime - ou Aragorn, de sobretudo e semi-automática


Marcas da violência é um filme com uma história forte, claro, mas não é isso que chama a atenção na película: o desenvolvimento realizado por David Cronenberg, suplanta a história em privilégio da atuação de Viggo Mortensen, como um pai de família de passado obscuro, e dos relacionamentos e humanindade presentes no filme. As duas cenas de sexo que o protagonista e sua esposa realizam durante o filme, desfazem as aparências perpetuadas por uma sociedade de falsos valores. Senhores do Crime repete a dupla genial do primeiro filme, mas desta vez, a idéia é bem mais implícita.

Anna é uma parteira de hospital, que encontra junto com uma paciente morta um pequeno diário. Descendente de europeus orientais, ela decide traduzir o diário e entregá-lo a algum parente da vítima, para que a criança tenha um lar. O que ela descobre, é que a garota morta fazia parte de um esquema de tráfico de mulheres, perpetuado pela máfia russa. Lá, ela conhece Nikolai, um misterioso capanga que faz os trabalhos sujos desse grupo. Uma estranha ligação parece nascer entre os dois.

Se você pensa que a história é sobre Anna, engana-se completamente. Nikolai, interpretado magistralmente por Viggo Mortensen, é o ponto central e chave do filme. É nele que o enredo se desenvolve e graças a ele que o filme anda de forma tão forte até seu final. Até onde o bem deve agir, para acabar com o mal. Enquanto em marcas da violência o diretor mostra uma sociedade apática e hipócrita, nesse, ele desvenda o submundo de forma visceral. As tatuagens e suas histórias são outro ponto fundamental da história, tendo sido inseridas no filme pelo ator que através de pesquisas, descobriu a riqueza destes detalhes.

E a interpretação é impecável. Viggo age, fala, vive como um russo. A cena no banheiro é emblemática, crua e forte. Não é a toa que ele foi indicado para Oscar de melhor ator. Assim como o filme concorreu a diversos prêmios, igualmente válidos. Cronenberg sabe desenvolver um filme que faz a diferença, por fazer pensar.

Um comentário:

Juliane Soska disse...

nunca vi esse e nem faz meu estilo...

eu tenho um?
:/