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O pior do ano no Framboesa de Ouro

Um dia antes do Oscar, a festa dos piores do ano é realizada. Neste ano, um detalhe especial: Um prêmio por toda a carreira do diretor alemão Uwe Boll, como a pior carreira desde o lendário Ed Wood. Apesar de concorrentes fortíssimos ao prêmio, quem levou a pior foi O guru do amor, que marcava a volta de Mike Myers ao cinema, depois da trilogia de Austin Powers. Talvez toda essa expectativa frustrou os espectadores e o fizeram derrubar bombas como Super Heróis e a liga da Injustiça e Espartalhões, Em nome do Rei, do diretor homenageado, A gostosa e a nojenta, com a patricinha mala, Paris Hilton e Fim dos tempos, a bomba do ano, de M. Night Shyamalan.

A péssima qualidade das projeções assusta mesmo quando você vê que no Brasil, alguns desses filmes ficaram no topo das bilheterias por um bom tempo. Não é o caso de O fim dos tempos, porque até então, Shyamalan não havia errado tão feio em seus filmes anteriores. Essa catarse ao menos parece ter sacudido o indiano. Já Mike Myers exagerou em piadas de mal gosto, o que prejudicou boa parte da sua imagem. Uwe Boll consegue martirizar ainda mais: em um filme de duas horas ele apronta todos os erros de continuidade possíveis e cenas deslocadas do tempo, bem como frases e roteiro plagiado de outros filmes. Em nome do rei é uma mancha na carreira de Jason Statham, Burt Reynolds e outros...Espartalhões e Super-heróis não são sequer dignos de comentários.

Surpresa na classe pior remake, sequência ou prelúdio. Apesar do bom desempenho nas críticas e bilheterias, Indian Jones levou o prêmio, concorrendo com outras bombas, como O Dia em que a Terra Parou. A lista completa você confere abaixo, mas fica uma dica: Nem como curiosidade assista esses filmes. É sério, são ruins demais...
Pior filme
  • Super-heróis e a Liga da Injustiça
  • Fim dos Tempos
  • The Hottie and the Nottie
  • Em Nome do Rei
  • Guru do Amor
  • Espartalhões
Pior ator
  • Larry the Cable Guy (Witless Protection)
  • Eddie Murphy (O Grande Dave)
  • Mike Myers (Guru do Amor)
  • Al Pacino (88 Minutos e As Duas Faces da Lei)
  • Mark Wahlberg (Fim dos Tempos e Max Payne)
Pior atriz
  • Jessica Alba (O Olho do Mal e Guru do Amor)
  • Elenco do filme "Mulheres... O Sexo Forte" (Annette Bening, Eva Mendes, Debra Messing, Jada Pinkett-Smith e Meg Ryan)
  • Cameron Diaz (Jogo de Amor em Las Vegas)
  • Paris Hilton (A Gostosa e a Gosmenta)
  • Kate Hudson (Um Amor de Tesouro e Amigos, Amigos, Mulheres à Parte)
Pior ator coadjuvante
  • Uwe Boll (Postal)
    • Pierce Brosnan (Mamma Mia!)
    Ben Kingsley (Guru do Amor e The Wackness)
  • Burt Reynolds (Deal e Em Nome do Rei)
  • Verne Troyer (Guru do Amor e Postal)
Pior atriz coadjuvante
  • Carmen Electra (Super-heróis e a Liga da Injustiça e Espartalhões)
  • Paris Hilton (Repo: The Genetic Opera)
  • Kim Kardashian (Super-heróis e a Liga da Injustiça)
  • Jenny McCarthy (Witless Protection)
  • Leelee Sobieski (88 Minutos e Em Nome do Rei)
Pior casal
  • Uwe Boll e qualquer ator, câmera ou roteiro
    • Cameron Diaz e Ashton Kutcher (Jogo de Amor em Las Vegas)
  • Paris Hilton e Christin Lakin ou Joel David Moore (A Gostosa e a Gosmenta)
  • Larry the Cable Guy e Jenny McCarthy (Witless Protection)
    • Eddie Murphy e Eddie Murphy (O Grande Dave)
Pior sequencia, "prequel" ou remake
    O Dia em que a Terra Parou
  • Super-heróis e a Liga da Injustiça e Espartalhões
  • Speed Racer
  • Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
  • Star Wars: A Guerra dos Clones
Pior diretor
  • Uwe Boll (Tunnel Rats, Em Nome do Rei e Postal)
  • Jason Friedberg e Aaron Seltzer (Super-heróis e a Liga da Injustiça e Espartalhões)
  • Tom Putnam (A Gostosa e a Gosmenta)
  • Marco Schnabel (Guru do Amor)
    • M. Night Shyamalan (Fim dos Tempos)
Pior Roteiro
  • Super-heróis e a Liga da Injustiça e Espartalhões
    • Fim dos Tempos
  • A Gostosa e a Gosmenta
  • Em Nome do Rei
  • Guru do Amor
Pior carreira
  • Uwe Boll
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E o oscar foi para...

Em uma festa diferente, com um apresentador que não era comediante, o Oscar inovou! Levou muito mais números musicais para os apresentou curtas-metragens bem interessantes, que jogavam com os melhores casais do cinema(culminando na cena final de Wall-E e Eve) e também, com os principais filmes da premiação. Outro ponto diferencial foram os antigos ganhadores do oscar de melhor ator, atriz e coadjuvantes que apresentaram os indicados. Mas, com uma tecla sap estragada, tendo que ouvir os comentários infelizes dos apresentadores da TNT e naquela babação de ovo exagerada, foi mais para ponto negativo do que positivo.

Sem surpresa alguma, Quem quer ser um milhonário, levou quase tudo. Das 10 indicações o filme só não ganhou em duas categorias técnicas. Melhor filme, diretor e roteiro adaptado garantiram a Danny Boyle, sua passagem como o melhor do ano passado. Em uma premiação bastante justa, quem se deu bem foi Milk, que levou melhor roteiro original e melhor ator para Sean Penn(disputado com o favorito Mickey Rourke) e O Curioso Caso de Benjamin Button, que parecia sair da premiação de mãos vazias, mas conseguiu arrebatar três prêmios importantes, nas categorias técnicas. Na categoria melhor animação, justiça foi feita: Wall-E levou o prêmio, sem dar chances para Kung-fu Panda e Bolt. Decepção para Batman - Cavaleiro das Trevas que levou apenas 2 Oscar, sendo que um todos já sabiam: o de melhor ator coadjuvante para Heath Ledger.

Como era óbvio, Frost/Nixon não levou nada e o Leitor só se safou por Kate Winslet, que no seu discurso do Oscar olhou para Merryl Streep e disse: Você vai ter que engolir essa!(pareceu mesmo um desabafo, de alguém que cansou-se de ser comparada com a veterana se sentiu a pressão na premiação. Streep parece não ter gostado nem um pouco do comentário da jovem, pela cara que fez...). Outro momento interessante, foi na canção tema. Minha favorita era Down to earth, de Peter Gabriel, para Wall-E, mas ganhou Jai-ho, música de A.R. Haman, para Quem quer ser um milhonário. Não é a toa: A música virou tema do núcleo de rádio...Fora isso, nenhuma surpresa fora do comum, muita emoção nos discursos e justiça foi feita: Slumdog surpreendeu com muito gosto.


Melhor Filme

Melhor diretor

Melhor ator

Melhor atriz

Melhor ator coadjuvante

Melhor atriz coadjuvante

Melhor Animação Longa-Metragem

Melhor Roteiro Adaptado

Melhor Roteiro Original

Melhor Direção de Arte

Melhor Fotografia

Melhor Figurino

Melhor Filme Estrangeiro

  • Okuribito (Japão)
  • The Baader Meinhoff Complex (Alemanha)
  • Entre os Muros da Escola (Entre les Murs - França)
  • Revanche (Áustria)
  • Waltz with Bashir (Israel)

Melhor Documentário

  • O Equilibrista
  • The Betrayal (Nerakhoon)
  • Encounters at the End of the World
  • The Garden
  • Trouble the Water

Melhor Documentário Curta-Metragem

  • Smile Pinki
  • The Conscience of Nhem En
  • The Final Inch
  • The Witness
  • From the Balcony of Room 306

Melhor Montagem

Melhor Maquiagem

Trilha Sonora Original

Melhor Canção Original

Melhor Curta Animado

  • La Maison en Petits Cubes
  • Lavatory - Lovestory
  • Oktapodi
  • Presto
  • This Way up

Melhor Curta Live-Action

  • Spielzeugland (Toyland)
  • Auf Der Strecke (On the Line)
  • Manon on the Asphalt
  • New Boy
  • The Pig

Melhor Edição de Som

Melhor Mixagem de Som

Efeitos Especiais

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    Três Rapidinhas: Coraline e o Mundo Secreto, Operação Valquíria e Sexta Feira 13

    Coraline e o Mundo Secreto - Dir: Henry Sellick. Com: Dakota Fanning. Animação em stop-motion baseada no livro homônimo de Neil Gaiman, mostra a história da pequena Coraline, menina que não tem a atenção dos pais, e descobre em sua nova casa, um lugar onde toda sua vida é ao contrário: Seus pais são atenciosos e amáveis e seus vizinhos são tudo aquilo que ela sonha, com uma pequena diferença: no lugar dos olhos, eles têm botões. Claro, que tudo isso esconde um terrível segredo. A direção é do mesmo autor do clássico stop-motion, O Estranho mundo de Jack. Dessa vez, a técnica estrapola os limites da perfeição, aliando não só bonecos realistas, como movimentação impecável. Mas, o destaque da produção é o 3D. Utilizando a técnica que salta da tela partes do filme(a cena da agulha e após os créditos sçao incríveis), também mantém o filme com uma profundidade diferenciada, causando uma sensação estranha mas agradável. Fora isso, o roteiro é muito bem escrito e bem estruturado, com humor(negro muitas vezes) e drama na medida certa. No feriado de carnaval, é uma das pedidas mais interessantes, mas: Tente assistir em uma sala 3D e sua experiência será melhor ainda.

    Operação Valquíria(Valkirie) - Dir: Bryan Singer. Com: Tom Cruise, Kenneth Brannagh e Tom Wilkinson. Mais um drama sobre o nazismo e o holocausto, mas dessa vez, abordando o ponto de vista dos alemães que tentaram assassinar Hitler. Cruise é um militar que se une a civis e outros generais na tentativa de matar o chanceler alemão e assumir o controle da Alemanha, para assim, negociar a paz com os aliados e acabar a guerra. Baseado em fatos reais, foi o último atentado e de maior efeito dentre os 15 realizados. O filme é pessimista, você sabe o final. Mas, Singer sabe de direção como poucos. Uma bela fotografia e reconstituição da época, mais um elenco de pesos pesados dá credibilidade e imersão ao filme. Não é a melhor obra do diretor, mas é de longe um filme acima da média. Vale a pena assistir no cinema!

    Sexta-Feira 13 (Friday the 13th) - Dir: Marcus Nispel. Com: Jared Padalecki. Muita gente torce o nariz quando alguém fala de Jason, Freddy Krueger e companhia. Isso porque os personagens tiveram o surgimento e ápice na década de 80 e decaíram nos anos seguintes, devido a péssima qualidade dos filmes. Quando alguém refere-se a eles, é normalmente em tom de deboche, sinônimo de paródias e filmes de terror ruins. Mas, volta e meia alguém acerta a mão em um remake(raros momentos) e vem um filme que não é tão ruim e surpreende. Entendam: Sexta-feira 13 não é genial, nem incrivelmente original. Ele apenas utiliza de forma maestral e perfeita os elementos criados pela série e que transformaram Jason Vorhees no pesadelo de muitas crianças(inclusive essa que vos escreve). A história é comum: Jovens vão para o acampamento Cristal Lake, para passar um fim-de-semana de sexo e drogas e desaparecem. Na tentativa de achar sua irmã, o jovem Clay(Jared, de Supernatural) acaba encontrando outro grupo de jovens que começam a morrer misteriosamente. Não é brincadeira: o filme assusta. Dei pulos da cadeira em pelo menos metade do filme. O visual é bem utilizado assim como a fotografia. Destaque para as mortes, sanguinárias e a volta dos seios e do sexo, que desapareceram em muitos filmes para tentar uma censura mais leve. Vale muito conferir no cinema, ainda mais com o som estourando os ouvidos e te fazendo saltar da cadeira a cada momento.
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    O Lutador - A volta por cima de Mickey Rourke


    Diretor de talento excepcional, Darren Aronofsky sabe como ninguém conduzir atores e posteriormente, enchê-los de prêmios. Foi assim com Ellen Burstyn, em Réquiem Para um Sonho, e é assim com Mickey Rourke. Ator famoso nos anos 80, enfrentou uma série de problemas na década seguinte, e passando por más escolhas, acabou por encerrar uma carreira de impacto no cinema. Tudo por tentar realizar o sonho de sua vida e ser um lutador de boxe. Depois de papéis pequenos em várias produções recentes, finalmente veio sua chance de redenção. E é ela que o coloca no lugar mais alto novamente.

    A história acompanha Randy "The Ram" Robinson, lutador veterano de luta-livre, que teve um passado glorioso, mas continua na ativa sem tanto sucesso. Apesar de trabalhar em um emprego humilhante de supermercado, Randy ainda se prepara durante toda a semana, tingindo o cabelo, fazendo bronzeamento artificial e usando anabolizantes para fazer aquilo que sabe nos finais-de-semana. É numa dessas lutas que ele sofre uma parada cardíaca e é aconselhado pelo médico a não lutar mais. Mas, surge a oportunidade de uma revanche com seu mais antigo inimigo, o Aiatolá.

    Longe de todos os experimentalismos realizados pelo diretor em seus diferentes filmes, O Lutador opta por um tipo mais cru de filmagem. Como se fosse um documentário, a câmera segue o ator, filmando ora por cima de seus ombros, ora fora de enquadramento, deixando que a opoluência e presença de Rourke faça o seu trabalho. O roteiro é bem delineado com ótimas falas, que revelam mais sobre esse personagem em busca de redenção.

    A primeira comparação que surge a mente, é obviamente Rocky Balboa. Mas, no decorrer do filme nós vamos descobrindo que ambos são personagens bem diferentes. E Randy vive em um mundo muito mais cruel e real do que Rocky. Trabalhando em um balcão de frios, ele tenta manter o bom humor e trabalhar na reconstrução de sua vida longe das lonas. Reencontra a filha que abandonou desde jovem, tenta construir uma família por uma stripper que é apaixonado.

    É no decorrer dessas experiências que descobre um mundo mais egoísta que ele mesmo construiu durante anos, e que agora retribui na mesma moeda. The Ram, sabe desde o começo qual o seu lugar. O lugar onde é amado e reconhecido. São os maravilhosos os momentos finais do filme.

    A atuação empenhada de Rourke chega ao clímax nos minutos finais. A redenção do lutador? Ou sua derrota? Em um último momento ele ainda olha para o lado em busca de um fio de esperança que o tire dali. Mas é em vão. Randy está no seu lugar. E ninguém jamais irá tirá-lo agora.
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    Quem quer ser um milhonário? - A consagração de Danny Boyle


    A maior surpresa do ano, foi um filme que poucos esperavam repercurssão. Na verdade, é díficil achar muitas informações sobre Slumdog antes de suas indicações ao Globo de Ouro deste ano. A verdade é que o filme foi tratado como a produção independente e de baixo orçamento que é, mas mais como experimentação e longe do gosto da academia e outros. A primeira surpresa foi a premiação absoluta no Globo e posteriormente, nos demais prêmios que concorreu. Slumdog deixou para trás o choroso Curioso Caso de Benjamin Button entre outros favoritos. Mesmo com todo esse sucesso e rendendo mais de 6 vezes seu custo de produção, orçado em cerca de 12 milhões de dólares, aqui no Brasil, o filme sai apenas em março.

    O BLOG MENTEINCOERENTE é totalmente contra assistir filmes recentes na péssima qualidade de um computador. Foi com essa dor no coração, e para trazer para você a crítica em primeira mão(antes do Oscar) que me submeti a esse sacrifício. Pelo menos, foi deveras mais agradável que quando me submeti a este sacrifício.

    A história mostra o garoto Jamal Maliki, morador de favela, semi-analfabeto, que participa do programa popular QUEM QUER SER UM MILHONARIO?, e está há uma pergunta dos 20 milhões de rúpias. Mas, nesse momento é acusado de fraude e vai parar na delegacia local. É ali, que cada ato da sua vida vai tornando-se uma pista para entender como o rapaz chegou tão longe no jogo.

    O roteiro não-linear do filme, joga com três linhas temporais: a infância, o jogo e o interrogatório. A primeira cena já mostra o garoto sendo torturado e logo depois, o motivo óbvio: o apresentador do programa fala com desdém da vida de Jamal, garoto pobre que vai tentar mudar de vida. Nesse momento, são lançadas as principais discussões sobre o filme. A mudança de valores da Índia, antes uma colônia, transformando-se rapidamente no centro nervoso do mundo capitalista. Os costumes globalizados aqui, não são apenas as roupas de gângsters ou o cinema hollywoodiano, mas os conflitos religiosos entre muçulmanos e hindus, esse último sendo lentamente massacrado, até não passar de uma difícil lembrança a todos.

    Enquanto os meninos crescem, lentamente observamos como a sociedade muda e os leva juntos. Sabe-se mais da cultura inglesa do que da própria história do país. Exemplo disso, quando o rapaz é questionado sobre o lema da bandeira indiana e simplesmente não sabe. Em retribuição, diz aos policiais:"Mas eu sei quem roubou a bicicleta do policial na útima quinta. 'Como?' Todo mundo Juhu sabe, desde os cinco anos". Com a experiência de sua vida, ele vai passando pelas perguntas sem titubear. Claro, tudo isso é mero pano de fundo.

    A direção de Danny Boyle é frenética. Sua câmera para pouco, usa diversos tipos de captação, abusa das cores e temperos. Suas experimentações ao longo da carreira chegam ao ápice aqui. É sua pergunta de um milhão. Em certo momento, ele não elimina uma cena onde é proibido de filmar por seguranças.

    Os atores, mesmo que iniciantes, são tão críveis quanto a maioria que hollywood tenta socar em nossas vistas. E mais: eles sonham em ir para a equivalente indiana, Bollywood. Aliás, o próprio filme tem esse tom levemente debochado que os musicais extravagantes daqueles lados apresentam. Destaque para os créditos do filme, lindamente ilustrados e interpretados(não saia ao final da sessão).

    Slumdog é um filme rápido e ágil, com um Q de Cidade de Deus, mas muito diferente do esperado. Os protestos gerados na Índia por mostrar a pobreza como ela é, parecem sem sentido, até porque aqui no Brasil é algo mais que comum. Diferente das novelas globais que mascaram vergonhosamente a realidade do país, Slumdog mostra em uma cena, todo o conceito da verdadeir Índia. E claro, isso vai incomodar muita gente.

    A esperança fica sendo o principal selo do filme. Em um sistema antiquado e estúpido de castas sociais que o país ainda vive, as pessoas tem poucas chances de subir na vida. A maioria opta pelo crime. O programa de tv representa essa chance que poucos têm, mas ainda assim, uma chance de sair do mundo pequeno e sujo onde vivem.

    Por esses e outros motivos, você sai de Quem quer ser um milhonário? com uma ótima sensação de bem estar e com a certeza que todos os prêmios recebidos, foram justíssimos.

    E ainda sai cantando Jai-Ho.
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    Três Rapidinhas: Austrália, Sim, Senhor e Surpresas do amor



    Austrália - Dir: Baz Luhrman. Com: Nicole Kidman e Hugh Jackman. O novo filme do sempre diferenciado e por vezes genial Luhrman é diferente de seus filmes anteriores. Sem a vereda musical ou poética presente nos últimos dois filmes(Moulin rouge e Romeu e Julieta), Baz tenta construir um épico. A história mostra uma mulher determinada a salvar sua fazenda no continente selvagem do título. Lá ela conhece o Capataz, um homem misterioso que ajudará em sua viagem. O filme vai desde a competição para fornecimento de carne para o exército americano até o bombardeio da cidade de Darwin. É nessa grandeza que o filme se perde. Com seu começo western a história é divertida e com pitadas de aventura. Mas, a partir da metade da projeção, o filme perde o ritmo, repete ganchos previsíveis e acaba de maneira mediana. Baz Luhrman começou bem, mas terminou sem definir muito bem o que queria. E em um filme de quase três horas, isso pode ser um problema. Mesmo assim, um bom filme.

    Sim, Senhor!(Yes, man) - Dir: Peyton Reed. Com: Jim Carrey e Zooey Deschanel. Fazia algum tempo que Carrey não voltava para o tipo de filme que o consagrou: a comédia escrachada. O roteiro não envolve muita diferença e lembra bastante seu filme anterior O Mentiroso. Mas, não há porque querer ser ranzinza. Alguns acusam o filme de ser um dejá vu, mas a verdade é que o filme não deve ser levado a sério. A premissa mostra um cara que nega a si mesmo todos os prazeres da vida. Sua vida muda quando ele participa de uma palestra motivacional onde aprende a dizer sim pra tudo. Claro, que isso (Narrador da sessão da tarde) vai gerar inúmeras confusões(/Narrador). O filme é engraçado, tem boas tiradas com elementos pop bastante conhecidos(aliás, as melhores cenas do filme) e toda a mensagem que esse tipo de filme normalmente traz. Destaque para a atuação sempre linda e fofa daquela coisinha chamada Zooey Deschanel. Então, leve uma pipoca, um refrigerante e esqueça as preocupações(e a cabeça) em casa.

    Surpresas do amor (Four Christmas) - Dir: Seth Gordon. Com: Vince Vaughn e Reese Witherspoon. Mais uma comédia romântica igual a todas as outras. Divertida, com lição de moral, mas bem previsível. Resta nisso aproveitar a dupla Vaughn/Witherspoon e os coadjuvantes famosos que completam o bolo e divertir-se. O título original mostra duas coisas: O quanto a tradução de títulos é precária por aqui e o que a história conta. Como ambos protagonistas são filhos de pais separados, a saída é ambos participarem do natal das quatro famílias. Não há muito a ser dito depois disso. Apenas relaxe e aproveite o filme e as presenças de Robert Duvall, Jon Voight e Jon Favreau(diretor de Homem-de-Ferro, que sempre tem participações nos filmes de Vince). Mas, falando aqui de cantinho: Vá assistir a algum indicado ao Oscar. Vale mais a pena.
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    Foi Apens um sonho - Uma análise ácida do American Way of Life


    FOI APENAS UM SONHO é um dos filmes que obteve boa repercussão nos cinemas norte-americanos e ainda por cima abocanhou o prêmio de melhor atriz para KATE WINSLET no globo de ouro, além de encarar os melhores filmes do ano, nas categorias de MELHOR FILME, MELHOR DIRETOR e MELHOR ATOR.


    A história é um romance adaptado do escritor RICHARD YATES e mostra um casal desiludido com a vida de casados. Sua vida parece mudar quando ambos decidem mandar as favas todas as regras sociais que o AMERICAN WAY OF LIFE representa, e se mudarem para a EUROPA, onde poderão realizar seus sonhos. Mas, a pressão da sociedade vai levar os dois ao seu limite entre o sonho e a realidade.


    O filme é uma visão ácida e crítica da sociedade média americana. A forma como um casal visionário e sonhador é afogado pelas regras impostas pelo meio em que vivem, considerados loucos por não darem valor aquilo que todos os outros desejavam. Aos poucos, a empolgação da mudança parece dar lugar a uma falsa razão que prende os sentimentos e impede o desenvolvimento pleno do amor. O personagem mais correto e realmente são do filme é considerado louco por derrubar as máscaras onde todos se escondem e revelar suas dores e feridas.


    Para essa missão, a escolha do diretor oscarizado SAM MENDES para o elenco foi impecável. Como protagonistas os ótimos LEONARDO DE CAPRIO e KATE WINSLET, repetindo a dobradinha de TITANIC, mas dessa vez com muito mais realismo. Como se os personagens do filme anterior tivessem continuado juntos. O filme rendeu a KATE WINSLET O GLOBO DE OURO de melhor atriz. Além disso, Foi Apenas um Sonho ainda concorre ao oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante, direção de arte e figurino.


    FOI APENAS UM SONHO é um filme forte, que coloca muitas vezes o espectador em frente a um espelho. Os erros são levados ao extremo da grosseria, os personagens parecem a ponto de explodir a qualquer momento. Um final surpreendente e pessimista da sociedade americana.

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