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Cobertura do 37º Festival de Cinema de Gramado



Como no ano passado, este ano participo da exibição dos concorrentes no Festival de Gramado, tanto latinos, quanto brasileiros. Começando no domingo, até o momento foram 6 filmes exibidos, dentre os quais, não assisti ao documentário brasileiro Cildo, em virtude de um churrasco com o pessoal do FL. Mesmo assim, nesse ano, a seleção de longas brasileiros tem deixado a desejar, como você confere agora:




Memórias do subdesenvolvimento, de Tomás Alea: Fora de competição o filme é considerado o melhor da cultura ibero latino americana. E não sem razão: No ápice da revolução cubana, ele contesta não somente o sistema capitalista, mas mesmo os problemas que a revolução socialista traz em seu ventre. E mesmo assim, foi exibido tanto em Cuba quanto na união Sovitética. Infelizmente, a sala praticamente vazia não agradou quem pretendia apenas conseguir um pedaço da global Dira Paes, homenageada da noite.




Quase um Tango..., de Sérgio Silva: A história de um homem que sai do campo em direção à cidade, depois de ser abandonado pela mulher, contava com Marcos Palmeira no elenco e o veterano Sérgio Silva por trás das câmeras. Resgistrado com ótima fotografia em câmeras digitais, o filme perde força em diálogos fracos e resoluções confusas, mas a competência dos atores gera carisma. Filme bom, mas poderia ser muito melhor. Vale ressaltar que a falta de nudez nos filmes do diretor pode representar uma perda da autoralidade e mesmo da independência de Sérgio.




A próxima estação, de Fernando Solañas: A crise no sistema ferroviário argentino após sua privatização, faz parte de uma série sobre a Argentina contemporânea do diretor. Apesar da longa duração, o curta pede um levante da população contra a falta de punição contra um governo agressivo e vendido. O tom irônico de certas passagens, mais a fotografia belíssima captam o espectador e o levam pra dentro da história cheia de incertezas e desgraças que não só nossos vizinhos, mas nós mesmos estamos passando.




A Canção de Baal, de Helena Ignez: Fomos avisados: esse seria o filme mais polêmico do Festival. Alguns amariam, outros odiariam. Faço parte daqueles que odiaram. Sem nexo, com diálogos teatrálicos e situações desnecessárias a diretora conseguiu extrair um sentimento dos presentes: o tédio. É o típico filme que as pessoas não dizem que não gostaram, por terem medo de serem taxadas de ignorante. Mas, não se engane: ele é ruim mesmo. Nos debates, quando confrontada, Ignez apenas repetia "não entendi...". Nós também não, Ignez.




A teta assustada, de Claudia Llosa: O melhor filme do Festival. Sensível, com uma bela fotografia, o ganhador do Festival de Berlim surpreende pela simplicidade, a calma e a excelência técnica que apresenta. A história mostra Fausta, uma peruana afetada pela doença imaginária que dá título ao filme, e que é transmitida pelo leite materno de mulheres estupradas durante a guerra. Aprisionada por esse medo e com a morte repentina de sua mãe, ela vai descobrir aos poucos que o medo é apenas uma escolha. Aplaudido com o entusiasmo da casas cheia, o filme é consagrado em Gramado como um dos melhores do ano.




Esse é o resumo dos 3 primeiros dias do Festival. Voltamos em seguida!

Um comentário:

M. Alice Bragança disse...

Uau, Misael! Quase chegando aos seis mil acessos... Legal!!! "Cildo" é o documentário sobre Cildo Meirelles?!? Eu queria ter visto... : )