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O Vencedor - David O. Russell apresenta o filme mais sincero da temporada de premiações

O Vencedor - David O. Russell apresenta o filme mais sincero da temporada de premiações

NOTA: 9,5 / 10

The Fighter
EUA , 2010 - 115 minutos
Drama

Direção:
David O. Russell

Roteiro:
Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson, Keith Dorrington

Elenco:
Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Mickey O'Keefe, Jack McGee

O diretor de Três Reis e I s2 Huckabees, apresenta um filme extremamente diferente de todos os seus concorrentes ao Oscar. O Vencedor trata da história real de um lutador, que vive à sombra de seu irmão, um ex-campeão viciado em crack. Depois de perder por anos, Mick tem a chance de finalmente virar a mesa, mas a constante interferência de sua família prova ser seu maior sabotador. Em meio a tudo isso, ele terá que enfrentá-los e nunca desistir sem conquistar seu objetivo.

E difícil descrever o que chama tanta a atenção de O Vencedor. Parece uma simples história de boxe que já vimos tantas vezes no cinema. Mas, o que mais se destaca, longe dos ringues é sempre a relação entre Mick e seu irmão, sempre pontuada por momentos de ternura e ódio. O reconhecimento que nunca parte da mãe (Melissa Leo em uma performance de perua que certamente vai lhe valer o Oscar) que privilegia o filho decadente em relação ao resto da família, a falta de apoio ao filho mais novo, as consequências que isso traz para a vida de cada um dos personagens.

Sem dúvida, a presença de Christian Bale como o irmão decadente Dick é o ponto alto dessa mistura que explode no momento mais tenso do filme. Viciado em crack, ele parece nunca ter noção da realidade e acha viver seus momentos de glória. Bale emagreceu horrores para entrar no papel do esquelético personagem e consegue roubar as cenas a qualquer momento. De longe, o papel mais justamente premiado na temporada. Destaque também para Amy Adams que aqui, perde toda a compostura de moça certinha e se torna uma verdadeira garçonete de bar, sensual e, ao mesmo tempo, desleixada, descartando os preconceitos contra sua atuação.

Em O Vencedor, a história por si só já é maravilhosa, mas David O. Russell dá o tom sincero dessa aventura. Não imprime uma marca pseudo-intelctualóide como Cisne Negro, não tenta apostar em uma trama intrincada como A Origem, não é emocional demais como Toy Story 3, nem teatral demais como Bravura Indômita. Consegue ser quase humilde na sua tarefa de contar uma história que merece ser vista e ouvida e relembrada. E com isso, ganha créditos suficientes para marcar o seu lugar como um filme que consegue capturar a essência do cinema sem se preocupar com adereços pomposos, quase como a atuação libertadora de Amy Adams.

2 comentários:

Natalia disse...

Perfeito a atuação de Bale. Sem duvida, o Oscar foi mais que merecido (o que já nao acho o mesmo de Melissa Leo).

Tb gostei da atuação de Amy Adams e embora o filme forçe as vezes com cenas que tentam fazer rir, de um modo geral, achei mto bom tb.

Abs!

Eduardo Westphal disse...

Parabéns pelo blog... foi uma grata surpresa descobri-lo em um domingo tão melancólico. O cinema nunca te deixa na mão! Vida longa e próspera!