Aglomerando

Aglomerando - Agregador de conteúdo

As Crônicas de Nárnia - O Príncipe Caspian


Quando C.S. Lewis escreveu toda a série de AS CRÔNICAS DE NÁRNIA, decidiu como Tolkien, jamais liberar os direitos de filmagem para nenhum grande estúdio. Mas, ambos escritores fascinaram gerações, e a adaptação tornou-se apenas uma questão de tempo. O estrondoso sucesso de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, caminhou lado a lado com as fortes críticas que o filme recebeu. Príncipe Caspian melhorou muito em relação ao primeiro, mas isso não garantiu o sucesso do filme.

A história é totalmente independente do primeiro filme, o que torna mais fácil sua aceitação para quem não teve saco de assistir ao cansativo capítulo inicial da história. Claro, que muitos detalhes são perdidos de uma história para a outra. Os irmãos Pevensie retornam após um ano ao país de Nárnia. No entanto, lá se passaram 1300 anos desde que os grandes reis Pedro, Edmundo, Lúcia e Susana, desapareceram na caçada ao cervo branco. Nesse meio tempo, os Telmarinos, uma país vizinho à Nárnia, invadiu e expulsou as criaturas mágicas, estabelecendo um reino cruel na terra encantada. Quando o herdeiro original ao trono é quase morto por seu tio, ele toca a trompa de marfim, invocando os Grandes Reis do passado. E aí começa toda a história.

A verdade é que o filme perdeu muito a inocência do primeiro. Princípe Caspian tem uma história bem mais obscura e mesmo violenta. E talvez, esse pouco a mais de maturidade melhorou bastante tanto o roteiro como o resultado final. Alguns podem se escandalizar com a violência(porque, além de tudo, o filme tem uma temática cristã), mas Lewis conta em seu ensaio COMO ESCREVER HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS, que não deve-se ter medo de mostrar a morte para as crianças. A morte é um ciclo da vida e deve ser mostrado como tal. Agora, há formas e formas de mostrar a morte, e ela não deve ser brutal também...

As atuações dos protagonistas novamente não se mostram as melhores. Mas, vale a pena notar a evolução de alguns atores. Pedro é um exemplo claro disso. Apesar de ter melhorado muito, ainda deixa a desejar em alguns pontos. Não convence como o líder do grupo, assim como o próprio Caspian deixa a desejar. Já Edmundo rouba a cena quando aparece. O pirralho chato do primeiro filme, agora está mais maduro, com falas inteligentes e lutando muito bem. O pequeno garoto se puxou muito e é o melhor em cena, dos quatro irmãos. As garotas foram um pouco esquecidas neste filme, o que não faz muita diferença mesmo.

Excelente mesmo é a sequência da batalha final. Se o primeiro filme já surpreendeu com a qualidade técnica, o segundo surpreende ainda mais, pela qualidade estratégica implantada nele. No livro, Lewis narra a batalha de forma vaga. A solução encontrada pelos cineastas foi pensar em toda a estrutura narrada pelo livro e desenvolver uma batalha em cima disso tudo. (Eu estou me mordendo para contar as idéias que tiveram, mas isso estragaria muitas surpresas.) Vale dizer que quem se aventurar a suportar as duas horas e vinte de filme, não irá se arrepender. Aliás, tem uma cena no final que não precisava estar lá. Mas, eu devo estar ficando velho.

Nenhum comentário: