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O Povo contra Larry Flint


Já faz alguns anos que esse filme chegou aos cinemas e VHS do mundo. É interessante notar que o assunto permanece tão atual. Aliás, são poucos os filmes que podem ser considerados atemporais. O assunto censura e liberdade de imprensa são disfarçados descaradamentes na biografia de um dos maiores pornógrafos do mundo( e, com certeza, um dos caras que causou maior alegria em adolescentes americanos em todos os tempos), Larry Flint. No começo, dono de uma danceteria go-go, agenciava dançarinas e sempre procurava seguir seus princípios, de ganhar dinheiro sem exploração, mas "honestamente". Foi quando, após publicar um boletim com garotas nuas, viu uma fatia do mercado norte-americano praticamente intacta. E foi aí que nasceu a HUSTLER. Diferente da Playboy, a revista não se importava com os artigos escritos, mas em mostrar aquilo que todos queriam ver. Cenas de sexo sem pudor, cartuns que zoavam com figuras tradicionais e genitálias femininas. Todos pensavam que a revista estava fadada ao fracasso, pois uma sociedade tradicional e cristã como a americana jamais se corromperia por essa baixaria. Os números falaram por si só: mais de 1,5 milhão de cópias vendidas, com as fotos da primeira dama dos EUA.

O filme mostra o crescimento polêmico de Flynt e todos os processos que o empresário sofreu na sua vida. Sempre se apoiando na primeira emenda, Larry Flynt se tornou um ativista contra a censura e a favor da liberdade de imprensa. Preso inúmeras vezes, rapidamente ganhou o apoio de vários jornais importantes dos EUA. Sempre privilegiava o direito do público de escolher aquilo que gostaria de ver, ler, sem ter alguém que escolhesse por eles. É claro, que isso tudo para que pudesse ganhar mais dinheiro, mas nem por isso deixa de ser um ato que envolvia coragem e determinação. Afinal, a primeira emenda norte-americana, garante o direito do cidadão de se expressar como bem entender, sem caluniar ou difamar é claro. E uma democracia só pode funcionar baseada nesse princípio.

Tecnicamente o filme é rápido, apesar de longo. A história tem um roteiro bem desenvolvido e soluções técnicas inteligentes do diretor Milos Forman, vencedor de dois oscar e que dirigiu grandes filmes como Um estranho no ninho e Amadeus. Milos tem competência ao dirigir os atores, colocando o protagonista Woody Harelson em uma indicação ao oscar, por sua atuação canalha e humana. Courtney Love, viúva de Kurt Cobain, surpreende como a esposa amalucada, drogada e estranha de Flynt, de uma forma convincente. O jovem destaque Edward Norton(um dos meus atores favoritos), mostra talento como o advogado que defende eternamente o empresário. Todas essas atuações, sustentam bem o filme e mostram um trabalho excelente do diretor. Suas sequências tem um leve toque de humor, e nos fazem simpatizar com o insano e podre protagonista, em certos pontos da fita.

Um filme que nos faz, acima de tudo refletir, principalmente sobre como a liberdade de expressão e opinião é sufocada em nosso país, que se diz tão democrático.

2 comentários:

Juliane Soska disse...

alguém me disse que esse foi o filme mais legal que viu na sua vida...foi tu??

to perturbada...esquecida!

inté, compañero

Ana disse...

Acabei de assistir "O Povo contra Larry Flynt", que consegui, depois de tanto tempo, que faça parte da minha pequena e adorada filmoteca. Adorei e endosso sua descrição sobre esse filme que é irreverente, divertido e dramático, tornando-o envolvente. E "Dreamweaver" de Gary Wright, ouvi ao longo do filme e me apaixonei...amo esta música e amo este filme.