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Los Angeles: Cidade Proibida - Ótimo roteiro, ótimos atores, ótimo filme


Um pouco antigo, mas tão atual como sempre. LA é uma homenagem em todos os sentidos ao gênero noir. Desde a milimétrica construção dos cenários e figurinos à composição dos personagens, o filme privilegia os diálogos e a história bem elaborada, ao desgaste físico e visual dos filmes de ação. Quando o espectador imerge na atmosfera de mistério da película, só consegue se libertar ao final das mais de duas horas da história.

Los Angeles no começo dos anos 50, faz de tudo para melhorar a imagem da cidade e atrair turistas e pessoas interessadas na vida agitada e sucesso fácil. Mas, o crime organizado teve seu chefão preso e o vácuo deixado por ele, começa a gerar guerras entre criminosos, para tentar galgar o tão cobiçado posto. Uma chacina vai reunir três policiais completamente diferentes: Jack Vincensse, um tira interessado apenas em fama e dinheiro; Bud White, fiel aos colegas e bom policial, mas cabeça quente demais; e Ed Exley, um incorruptível policial que quer crescer na corporação.

No trio protagonista, Kevin Spacey e dois novatos no cinema comercial americano, Russell Crowe e Guy Pearce. Trio forte, conciso e que se completa de forma homogênea e clara. O personagem de cada um sofre todo o tipo de pressão psicológica, física e moral. Seus egos e força são torcidos ao extremo. Os valores se invertem e são testados a seu limite. Qualquer outro ator que quebrasse esse trio não suportaria algo tão complexo. De longe, uma das melhores atuações de Crowe. Guy Pearce conseguiu pouco depois de LA seu papel mor, em Amnésia, de Cristopher Nolan. E Kevin Spacey, bom, o cara já tem dois oscars. Sua despedida no filme parece dizer: Ok, deixe os garotos mostrarem a que vieram. Claro que, num Oscar onde o favorito a melhor ator é Jack Nicholson, por Melhor é Impossível, e Robin Williams tem um de seus melhores papéis em Gênio Indomável, não havia chance para o trio parada dura de LA. Quem levou o troféu consolação, foi Kim Bassinger, linda e maravilhosa como nunca antes...(mentira, ela está absurdamente incrível em Mundo Proibido).

Curtis Hanson, o diretor mostrou que era melhor do que seus "sucessos" anteriores, Rio Selvagem e A Mão que Balança o Berço. Interessante que foi só quando o diretor assumiu uma produção pessoal que seu nome foi reconhecido. E não poderia ser melhor. Mais de 10 prêmios, em qualidade técnica e uma direção impecável. Tomadas certas e no melhor estilo noir, cadenciam a atmosfera, até explodir em uma sequência final digna dos melhores filmes do gênero.

Roteiro bem amarrado, leva o espectador a desvendar junto com os protagonistas o mistério principal. O filme é para quem realmente gosta de cinema e aprecia o estilo. Isso não significa que outros não irão gostar. Apenas que, se você conhece o gênero, entende melhor.

Quem levantou o careca dourado em 98 foi Titanic. Mas LA, chegou bem perto...

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