Aglomerando

Aglomerando - Agregador de conteúdo

A Órfã - Filme de diretor espanhol quase consegue. Quase...

A Órfã

Nota: 7 / 10


EUA
, 2009 - 123 min
Suspense
Direção:
Jaume Collet-Serra
Roteiro:
David Johnson, Alex Mace
Elenco:
Vera Farmiga, Peter Sarsgaard, CCH Pounder, Jimmy Bennett, Margo Martindale, Aryana Engineer

Eu juro que nessa resenha não vou contar o final do filme, como imprudentemente fiz em meu Twitter. A verdade é que o cinema de terror espanhol sempre traz produções acima da média. A Sétima Vítima, de Jaume Balagueró e o recente O orfanato, de Juan Antonio Bayona, levam o espectador a conhecer um outro tipo de terror. Um terror que sabe usar as técnicas de som como sustos, sabe como criar o suspense e a angústia necessária em seu espectador. Não são filmes perfeitos: continuam com alguns clichês desnecessários e mesmo uma certa morosidade. Mas, ainda assim, bem acima da média. A Órfã, do também espanhol Jaume-Collet Serra começa bem. Infelizmente, cai na armadilha de hollywood e torna-se motivo de chacota em seu momento mais importante.

A história mostra uma família que, após perder o filho mais novo em complicações no parto, decide adotar uma criança mais velha. Ali, conhecem Esther, uma menina prodígio de 9 anos, que sobreviveu por pouco em um incêndio que matou toda sua família adotiva. O problema é que algo maligno parece acompanhar a inocente Esther...

É uma história tradicional de psicopata que se infiltra em uma família, como "A mão que balança o berço" ou mesmo o abacaxi com Macaulay Culkin e Elijah "Frodo" Wood, Anjo Malvado. Aliás, essa última tem bastante influência sobre A Órfã, já que tem cenas bastante similares na construção da personagem endiabrada. Pra variar, todos na família aceitam bem esse novo estranho, exceto a mãe, que após um início de relacionamento harmônico com a Esther, parece manter um pé atrás e relacionar a jovem com as desgraças que acontecem.

E as cenas de mutilação e violência que o filme fornece, são suficientes para deixar você de boca aberta. A morte da freira à marteladas, a perna quebrada da coleguinha, ou mesmo o freio de mão solto, causam momentos de pura tensão, mesmo para o espectador mais cético. Nesse ponto, o desenvolvimento dos personagens e a competência dos atores, como Peter Sarsgaard e Vera Farmiga, e mesmo a menininha do inferno, interpretada por Isabelle Furhman, sabem carregar bem o segredo e o peso de seus papéis na trama.

Se não fossem os dez malditos minutos finais, o filme não seria tão inverossímil. A revelação causa gargalhadas nos espectadores, assim como a perseguição carregada dos clichês de assassinos, como Jason e Mike Myers. Frases de efeito e explicações estapafúrdias parecem ter sido deixadas para os últimos momentos, talvez como forma do diretor manter um certo respeito pelo resto do material.

A Órfã até vale o ingresso, mas tem muita coisa melhor para você assistir no cinema que vale mais ainda.

Nenhum comentário: