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A Hora do Pesadelo - 1,2 Freddy vai te pegar, 3,4 quem mandou fazer um filme tão chato

A Hora do Pesadelo - 1,2 Freddy vai te pegar, 3,4 quem mandou fazer um filme tão chato

Nota: 4 / 10

A Nightmare on Elm Street
EUA , 2010 - 98 min.
Terror

Direção:
Samuel Bayer

Roteiro:
Wesley Strick, Eric Heisserer

Elenco:
Jackie Earle Haley, Kyle Gallner, Rooney Mara, Katie Cassidy, Thomas Dekker, Kellan Lutz, Clancy Brown, Connie Britton



Wes Craven provavelmente é o Stephen King dos cinemas. Seus filmes criaram mitologias do terror como poucos diretores foram capazes até hoje. É dele o brutal Quadrilha de Sádicos e a trilogia Pânico, que rapidamente se tornou um clássico do terror nos anos 90. Mas o seu ápice é o início dos anos 80, quando ele lança aquele que tirou o sono de toda uma geração, Freddy Kruger. O maníaco queimado que ataca nos sonhos teve inúmeras continuações nas próximas décadas e até enfrentou seu rival nas bilheterias, Jason Vorhees, mas nada que conseguisse aterrorizar tanto quanto seus primeiros filmes. O pior de Kruger era atacar quando as crianças mais tem medo: A hora de dormir. Claro, esse não é um filme para esse público. Mas quem nunca ficou acordado até mais tarde e assistiu escondido dos pais essa pérola do terro que é A Hora do Pesadelo??? Depois, bate o arrependimento quando passamos a noite em claro. Vale a pena cada segundo de medo quando acordamos intactos no outro dia.

Como todo bom remake, o novo A Hora do Pesadelo parte da mesma premissa para tomar seu próprio rumo. Um bando de adolescentes, interpretados por jovens de 25 anos, sonham com um estranho homem queimado que tenta assassiná-los. A solução é simples: não dormir.

A tentativa do diretor Samuel Bayer é tornar Kruger plausível, mas pra quê? A graça desse personagem é justamente sua irrealidade. A forma como os sonhos são manipulados sadicamente e utilizados contra o bando descerebrados de adolescente é a graça desse filme. De certa forma, o diretor até brinca com isso. Mistura a realidade e os sonhos, consegue criar clima para os sustos... mas falta instigar o medo. Você sai da sala ileso, e em poucos minutos esquece o filme.

Parte porque boa parte da 1h40 de filme, Freddy aparece talvez em pouco mais de 40 minutos, o que é pouco, visto que o filme é muito mais dele do que dos outros personagens. O lado bom é que pelo menos o gore não foi poupado aqui. É sangue que não para de jorrar e as mortes são bem chocantes visualmente. Outro ponto positivo é que Jackie Earl Harley é um substituto a altura de Robert Englund, apesar de não ser tão assustador quanto o Kruger original. O tom de voz de Jackie e sua tendência a papéis pesados ajudam a criar o estereótipo do matador de sonhos, mas falta um pouco mais do humor sem vergonha de Robert.

No fim, A Hora do Pesadelo tem seus momentos, mas perde no quadro maior. É, por vezes, entediante e didático demais. Vale como curiosidade e só.

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