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Homem-de-ferro 2 - Menos conversa, mais pirotecnia

Homem-de-ferro 2 - Menos conversa, mais pirotecnia

Nota: 9,0 / 10

Iron Man 2
EUA , 2010 - 124 min.
Ação

Direção:
Jon Favreau

Roteiro:
Justin Theroux

Elenco:
Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Mickey Rourke, Samuel L. Jackson, Clark Gregg, John Slattery, Garry Shandling, Paul Bettany, Leslie Bibb


Era sem dúvida meu filme mais esperado do ano. Desde aquela cena pós-créditos fenomenal do primeiro Homem-de-ferro, a curiosidade sobre o futuro do Universo Marvel estava nas mãos da continuação de sua franquia carro-chefe. O Incrível Hulk passou longe do gosto dos fãs, talvez devido às complicações causadas pelo filme de Ang Lee. Vai partir deste segundo filme o sucesso ou não das próximas histórias(Thor e Capitão América estreiam no ano que vem e Vingadores em 2012). Os trailers deixaram claro o que esperar do novo filme. Desde os primeiros segundos de projeção, começa uma busca frenética pelas referências marvelianas, enquanto acompanhamos as desventuras de Tony Stark. Mas, sua grandiosidade reflete de maneira negativa no novo roteiro, que serve apenas de desfile para cenas de ação pirotécnicas, armaduras novas e o ego dos atores.

Em Homem-de-ferro 2, vemos que a revelação de que Tony Stark era o herói tiveram repercussões em todo o mundo. Assim, é hora de encarar o governo, rivais armamentistas e vinganças pessoais, com a ajuda da Shield e do Máquina de Combate.

Jon Favreau apareceu para o mundo após o primeiro filme e tinha que tornar a experiência dessa continuação tão surpreendente e incrível como a primeira. Para isso, construiu um início tão eufórico e explosivo quanto pôde. A cena da briga entre Whiplash e Stark em Mônaco é sem dúvida, a melhor parte de todo o filme. A nova armadura, o desafio, tudo é superior. Seja em Slow Motion ou mesmo acompanhando o herói pelos céus, Favreau superou suas próprias realizações. O que parece faltar à direção é um pouco de pulso com os atores. São nomes estelares: Robert Downey Jr. é o ator mais pop do momento, Sam Rockwell é especialista em papéis excêntricos, junte ainda Samuel L. Jackson, Mickey Rourke e Don Cheadle, atores conhecidos por sua força em atuar.

Nesse ponto, Downey ainda é o melhor em campo. Mas fica difícil acompanhar seu talento, com tão pouco espaço em cena. Nessa tentativa de equilibrar o tempo de cada um, Favreau deixa os espectadores confusos com tantas personalidades fortes que atuam de maneira excessivamente caricata. O destaque é para Cheadle e Rourke que são os mais controlados e convencem em seus papéis. O grande problema nesse quesito é Samuel L. Jackson. Depois de sua breve aparição em Homem-de-ferro, aqui ele ganha um papel maior como Nick Fury. Só que simplesmente não é Nick Fury que vemos, mas Samuel L. Jackson. O ator parece sofrer do mesmo problema de The Spirit, quando atuou de forma descontrolada deixando a desejar e mesmo prejudicando o filme. Parece que os diretores tem medo de contrariá-lo. Seus papéis são sempre cheio de gírias e sotaque. O personagem no qual ele é baseado tem muito mais seriedade apesar do humor negro que aplica. Nesse ponto é uma grande perda para a série, quando não temos alguém que é fundamental para a credibilidade do universo em que está inserido.

Falha também o roteiro quando Stark sofre um processo edipiano em relação ao pai aos 40 anos. Desnecessário bem como um romance esperado, mas também fora de tom.

A cena de ação ao final falha quando, diferente de seu predecessor, mostra muito pouco. Vemos apenas flashes pelo céu. Não existe o confronto psicológico imposto por Jeff Bridges. É notável a pressa com que o filme parece ter sido feito, com efeitos meio capengas em algumas cenas e sem o acabamento do primeiro filme nos créditos. São apenas voos e voos culminando em um embate. Nesse ponto, vale destacar Scarllet Johanson, linda e convincente como Viúva Negra. Sua cena de batalha é sem dúvida, melhor que a própria luta final.

Homem-de-ferro 2 não precisa de uma análise profunda. É um ótimo filme de ação descabida, se você não quer se ater aos detalhes. O positivo é que ele mantém em um alto nível o que foi realizado no primeiro filme e peca em pequenos aspectos. Vale a ida no cinema, ainda mais pela cena pós-créditos, mas nem por isso deve ter atenção: Vingadores não pode sofrer dos mesmos males. Os fãs merecem um pouco mais.

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