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O Último Mestre do Ar - Ou "O Avatar que não deu certo"

O Último Mestre do Ar - Ou "O Avatar que não deu certo"

NOTA: 3 / 10

The Last Airbender
EUA , 2010 - 103 minutos
Ação / Fantasia

Direção:
M. Night Shyamalan

Roteiro:
M. Night Shyamalan

Elenco:
Noah Ringer, Dev Patel, Nicola Peltz, Jackson Rathbone, Shaun Toub, Aasif Mandvi, Cliff Curtis


Uma pergunta me assola há pouco mais de dois anos: o que houve com M. Night Shyamalan? Depois de filmes de imenso sucesso comercial e da crítica, nas últimas produções, ele parece ter perdido algo em seus filmes. Se em Fim dos Tempos somos apresentados para uma estúpida desculpa ambientalista em O Último Mestre do Ar temos que lidar com más atuações e um roteiro apressado. Foi-se o tempo em que o diretor conseguia nos manter presos por quase 2 horas e no final, virar completamente o rumo da história com uma revelação surpreendente. Mas, ainda há esperança para o diretor de Sexto Sentido, como seu último filme tenta de todas as formas possíveis mostrar.

Baseado na série de desenhos Avatar (nada a ver com o Avatar de James Cameron), o filme mostra um mundo dividido em quatro reinos: da água, do fogo, do ar e da terra. Quando o reino do fogo decidi conquistar os outros reinos, resta ao avatar, um herói que domina todos os elementos, trazer novamente paz ao reino.

A direção de Shyamalan encontra aqui uma história que não foi desenvolvida pelo próprio diretor, mas teve o roteiro escrito por ele. Ou seja, o fracasso total do filme pode ser jogado em suas costas. O que podemos dizer das técnicas utilizadas por Shyamalan são boas saídas para um filme convencional de aventura. As lutas deixam de ser picotadas para aumentar a velocidade e apostam em tomadas mais longas que privilegiam os movimentos coreografados dos atores. Por mais que os movimentos soem idiotas nas telas de cinema, pelo menos 4 cenas do filme merecem destaque: a luta com dominadores de Terra, a fuga da fortaleza de fogo, a luta no reino do Norte e a dominação do mar, feita por Ang.

A pergunta é: qual a utilidade do 3D no filme? Absolutamente nenhuma. As cenas ficam mais escurecidas e cansam os olhos na maior parte das vezes e em nenhum momento dão profundidade ao filme ou beneficiam de alguma forma. Junto com Fúria de Titãs o filme mostra que a conversão para 3D definitivamente é uma escolha errada.

O elenco é fraco, não há dúvida. Noah Ringer soa patético em suas cenas com falas e talvez, no último frame do filme consiga realmente esboçar uma emoção. Dev Patel só repete o rosto amargurado, longe do garoto de Quem Quer ser um Milhonário, bem como o resto do elenco que entra e sai de cena sem qualquer índice de dramaticidade em suas atuações.

O grande problema de O Último Mestre do Ar é seu roteiro. Fiel ao desenho, tenta condensar mais de 6 horas de história em menos de duas, o que acaba por não sustentar seus personagens e muito menos causar comoção nos momentos dramáticos do filme. Diálogos vazios e soluções fáceis derrubam a história que já pecava em outros aspectos.

De tudo mais, O Último Mestre do Ar é inovador em alguns aspectos, poucos momentos de brilhantismo de Shyamalan. Esses aspectos positivos ficam apagados pela falha monumental do resto da produção. Porque Ang é aqui um avatar amargurado, ciente do peso de sua tarefa mas com medo de assumi-la. Passa longe do rapaz ingênuo e divertido que cativou o público. A tomada de dominação do mar, aliás, parece jogar sobre seus ombros toda a responsabilidade que carrega como escolhido. E por isso a cena final seja a mais representativa de todo o filme, se você conseguir ficar acordado até ela.

3 comentários:

will disse...

Nossaaaa, chineleou, deu a mesma nota dos Mercenários =P

Bah, eu gostei e acho que o fato da gente ter visto dublado encobriu a atuação dos atores, só dá pra saber o quão bons ou ruins eles são na língua mãe.

Não gostei muito do Soka, ficou com uma personalidade muito diferente. E ele total matou aquela parte do cabelo do Zuko, que é um marco pra nação do fogo que depois ele corta pq a irmã dele queria levar ele prisioneiro...

Fora isso eu gostei bastante, adorei as cenas de ação, gostei da Katara, do Apa, do Momo, do tio do Zuko (apesar de ser bem diferente do originall)...

E o nome dele é Aang, com dois A!
=*

Felipe Rodrigues disse...

Um tanto quanto tendenciosa esta critica ao filme...
Como muitos outros filmes ja feitos com base em algum desenho ou anime, sempre ha o mesmo tipo de critica quanto ao enredo, bla bla bla...
Porem, eu que acompanhei boa parte do desenho "Avatar - A lenda de Aang", fiquei muito surpreso ao ver este filme.. Por mais que algumas coisas realmente tenham ficado diferentes, como comentado anteriormente pela Carol, tipo o Soka, o tio do Zuko e tal, no geral o filme ficou incrivelmente fiel ao desenho que lhe deu origem, semelhante de uma maneira que eu nunca tinha visto em nenhum outro filme...
Talvez, se fosse feito um Avatar engracado, um Soka atrapalhado e coisas desse tipo, o filme ficasse completamente sem graca, pois nao haveria como seguir uma historia em 2 horas com esse nivel de detalhes.
Acredito que o Shyamalan foi muito feliz em suas escolhas no geral, representando quase com perfeicao a personalidade dos personagens do desenho nestes atores...

Atenciosamente,
Felipe Rodrigues.

Misael Lima disse...

Concordo com você Felipe, o filme é muito fiel ao desenho. O problema é comprimir toda a informação de uma temporada em 1h40 o que parece ser muito em pouco tempo e acaba por tornar o filme raso muitas vezes.

Apesar disso, tem momentos do filme que me fazem acreditar que uma continuação possa ter um resultado ainda melhor