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3 em 1: Milk, Iris e O casamento de Rachel

Milk - Dir: Gus Van Sant. Com: Sean Penn, Emile Hirsch, James Franco e Diego Luna. O filme mostra a história do primeiro ativista gay eleito nos EUA para um cargo público, até sua morte, onde foi assassinado. Dirigido pelo incrível Gus Van Sant(de Elefante e Paranoid Park) e com atuação surpreendente de Sean Penn, o filme caiu no gosto da academia, se tornado um dos favoritos ao Oscar de melhor do ano. Mas, em um ano onde o cinema independente triunfou com Slumdog Millionaire, sobrou a Milk o reconhecimento pelo roteiro original de Dustin Lance Black e a atuação do protagonista, que derrubou Mickey Rourke, o favorito por O LUTADOR e principal vencedor da temporada. A história é narrada de forma esperançosa. Tanto que, apesar do final triste, a sensação ao final da projeção é otimista. Mas, o diretor não arrisca: nas cenas de maior peso, no relacionamento entre os personagens, não usa da força física que Ang Lee apostou em O Segredo De Brokeback Mountain. E funciona aqui, pois Milk é muito mais sobre política do que sobre o amor. Atrai assim, não apenas simpatizantes do movimento gay, mas aqueles que se identificam com as minorias que Harvey Milk representa.

Iris - Dir: Richard Eyre. Com: Judi Dench, Kate Winslet e Jim Broadbent. Existem filmes que servem apenas de trampolim para atores competentes. Dúvida deu indicações a praticamente todo o elenco, mas teve um desenvolvimento duvidoso(com o perdão do trocadilho). Já Iris tem outro fator curioso: as atuações transformam o resto do filme em apenas um pano de fundo. Se fossem pinturas de cenários ao fundo, ninguém notaria, tamanha competência da quadra no elenco, que justamente teve três indicações e levou o de melhor ator coadjuvante para Jim Broadbent, que destaca-se por sua performance como o marido da escritora Iris Murdoch, a quem o filme se refere. Assim, o diretor apenas acompanha os atores desaparecendo completamente em seus papéis e levando o espectador pela mão, em direção a um final lindamente triste. Essas performances excepcionais contribuem para um filme lindo, que merece ser assistido com um estado de espírito disposto a acreditar no amor.

O Casamento de Rachel - Dir: Jonathan Demme. Com: Anne Hathaway. Do diretor de O silêncio dos inocentes e com a bela Anne Hathaway é difícil um filme desses dar errado. Mudando para um estilo muito mais livre e espontâneo quando opta pela câmera estilo documentário, ele apenas segue as pessoas que fazem parte da vida da problemática Kim. Depois de passar quase um ano em reabilitação por dependência química, ela volta para o casamento de sua irmã Rachel. Ali, antigas feridas do passado serão finalmente expostas entre toda a família. Nessa análise, o diretor faz o espectador e mesmo a personagem acreditar que ela é o centro do filme. Em uma cena constrangedora, ela tenta atrair a atenção dos convidados e desperta na irmã o ciúme e ressentimento que há tanto tempo guardava. Esse processo conflituoso que ela instaura, gera uma reação, e o filme toma rumos inesperados. A interpretação de Anne é digna de sua indicação ao oscar e mostra que a moça só precisava de um bom projeto para se destacar. Um ótimo filme, emocionante em sua simplicidade.

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