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Entre o céu e o inferno - Samuel L. Jackson e Christina Ricci dominam filme de cultura blues


A primeira cena do filme, remete a um documentário sobre blues nos anos 50.  O estilo é criado através da melancolia do compositor, eternamente apaixonado, eternamente sofredor. É aí que entra Rae, interpretada magnificamente por Christina Ricci(quem não lembra, ela foi a Vandinha em A Família Adams), uma garota que tem sérios problemas de ninfomania toda vez que seu noivo não está por perto. Quando ele, Ronnie vai para a guerra, é o estopim para que ela caia na cama de meia cidade. Enquanto isso, Laz, um fazendeiro músico de blues, recebe um belo fora da mulher de sua vida. O velho isola-se em casa na bebedeira e Rae, nas drogas e no sexo. O encontro dos dois, motiva Laz a tentar curar a garota e nesse processo curar a si mesmo. Nem que para isso tenha que acorrentar a menina ao seu aquecedor.

Essa premissa bizarra parece ser um prato cheio para uma comédia trash, com gags e piadas pastelão. Mas, nas mãos do diretor e roteirista Craig Brewer(Ritmo de um sonho), isso é prato cheio para uma análise profunda de dois personagens poderosos. O filme tem seus momentos cômicos, mas sua carga dramática é muito forte. Os personagens são reais, não meros fantoches sem alma. A tensão que existe entre eles parece real. A bela Rae, como o fruto proibido e serpente, enquanto Laz é um Adão pecador, que tenta redimir-se. Mesmo sabendo de sua fraqueza, ele não desiste. Em muitas vezes um sacerdote, outras um pai. É quando ele mesmo começa a reconhecer seus problemas e enfrentá-los.

Sam Jackson é ótimo e comedido como sempre. Sem contar que o próprio ator interpreta as músicas de seu personagem. Destaque para a cena final do bar, onde ambos provam da liberdade por poucos momentos, entre uma música e uma dança. Christina Ricci não tenta parecer bonita no filme: isso acontece naturalmente. Do seu descaso inicial com o mundo, a personagem transforma-se em algo muito mais forte ao seu final. Não acontecem curas completas. Como no mundo real, os personagens têm que aprender a conviver com esses problemas e superá-los juntos. 

Entre o Céu e o Inferno é um daqueles filmes que não tentam passar lição de moral, mas ensinar algo a seu espectador. E consegue com sucesso.

3 comentários:

Raquel Reckziegel disse...

Christina Ricci foi feita para fazer esse tipo de personagem.
Adoro o trabalho dela.

Juliane Soska disse...

tu tá postando uns filmes que eu não conheço...assim não dá!hahaha

Anônimo disse...

é bem melhor do que eu pensava! eu não esperava boa coisa do justin como ator, mas ele 'tá que tá'!
se parasse quando o cara não atira já seria um bom filme! mesmo assim, o filme segue e tem um final bem legal!
recomendo.