Existem personagens que ficam marcados no imaginário do cinema mundial como a reprodução perfeita de um sentimento ou perfil. Robert de Niro é o mais assustador e diabólico Lúcifer que o cinema já produziu. Suas aparições no filme não excedem os 10 minutos, em quase duas horas de filme. E mesmo assim, ele já conseguiu algo que ninguém conseguiu tirá-lo até então.
Tudo começa quando o detetive Harold Angel(Rourke) é contratado para procurar o cantor Johnny Favorite, para Louis Cypher, um empregador misterioso. Conforme inicia sua busca, Angel começa a ser atormentado por estranhas forças que parecem o impedir de completar sua missão.
Alan Parker tem um currículo invejável a muitos diretores de Hollywood. Seus filmes sempre lidam com a tênue linha entre a loucura e sanidade( The Wall ), e abordando questões polêmicas, como preconceito racial(Mississipi em Chamas). Em 87, quando Coração Satânico estreou, o filme passou despercebido pela maioria da crítica e público. Mas, o suspense bem construído, aliado às ótimas interpretações da dupla Rourke/De Niro, logo o transformaram em um clássico do terror cult.
E, realmente, o filme justifica esse título. Fugindo dos sustos comuns, o diretor consegue criar uma aura de suspense tensa durante toda a película. Os segundos finais são absolutamente assustadores. Mickey Rourke protagoniza de forma agoniante, colaborando para o tom perturbado do filme. O ator estava realmente inspirado.
No entanto, é De Niro quem está inigualável. Calmo, seu visual é simples e sua interpretação riquíssima. Coração Satânico é sem qualquer sombra de dúvida o auge desses dois atores. E vão ser pra sempre lembrados por isso.
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