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Sanemento Básico, O Filme - Humor nacional que lembra os saudosos anos 80


Abaixo os detratores do cinema nacional! Tudo bem que não produzimos muitos blockbusters e filmes pipoca, que boa parte do cinema de entretenimento seja tão imbecil quanto a maioria das produções hollywoodianas, mas se tem uma coisa que sabemos fazer bem(quando acertamos o ponto) é o humor. E nisso, Jorge Furtado é um mestre. Depois de dirigir o excelente O HOMEM QUE COPIAVA e Meu tio matou um cara, ambos feitos em solo gaúcho(uma ousadia), ele vai além. Parte para a serra gaúcha e faz um belíssimo filme com temática social, muito humor e um cuidado técnico digno de cinema estrangeiro. É incrível o que Furtado consegue fazer com o pouco que tem e mesmo assim, tem um reconhecimento tão pequeno em solo nacional. Mas, vamos falar de Saneamento Básico, o Filme.


A história se passa na VILA CRISTAL, distrito localizado no interior de Bento Gonçalves. Lá, a comunidade se une para reclamar à prefeitura verbas para a canalização de um esgoto a céu aberto. Como não há dinheiro em caixa, a solução é produzir um vídeo barato para utilizar a verba do governo, destinada à produções artísticas. É então que surge a idéia de filmar o Monstro da Fossa.

Com um elenco inspirado e afinado, o filme mostra a realidade brasileira não de uma forma chocante e violenta, mas leve e bem-humorada. E consegue os mesmos resultados, senão, melhores. Enquanto no começo vemos pessoas preocupadas com as obras do esgoto, pouco a pouco, as prioridades vão mudando até se tornarem a qualidade e sucesso do filme. Mais uma vez, o jeitinho brasileiro leva a melhor e a pregação vai toda pela culatra. Ou será que o que está sendo discutido é o valor emocional que a cultura nos representa quando entendemos aquilo que ela significa realmente para nós?

O diretor Jorge Furtado transforma a serra gaúcha em uma mini Europa, com sua fotografia belíssima. Com muito humor irônico e mesmo pastelão, mas sem descambar para o ridículo, ele parece absorver bem a nova comédia, que começa a ser chamada de comédia do constrangimento, levada adiante por precursores americanos como STEVE CARRELL e WILL FERRELL. Essa originalidade é o ponto forte do filme. Assim também como as relações pessoais, que são críveis como só um brasileiro poderia fazer.

A melhor parte do filme todo talvez seja o fato do diretor não tentar forçar o sotaque gaúcho, como é comum a tantos outros. Ponto para ele que deixou fluir com naturalidade atuações e expressões. Dica para toda família no fim-de-semana

Um comentário:

Mateus Trindade disse...

-Olha quem vem lá.
-É a Silene, Silene Sigal.
-O que ela faz aqui a esta hora?

hsauhsaushuashaush

muito boa essa sequência.

Paulo José também perfeito e Camila Pitanga "10"