Aglomerando

Aglomerando - Agregador de conteúdo

Análise Box Office: 4 fenômenos de bilheterias em menos de 1 ano!

Análise Box Office: 4 fenômenos de bilheterias em menos de 1 ano!

Menos de um ano e mesmo assim, 4 filmes tiveram trajetórias incríveis nas bilheterias mundiais. Depois de Batman se isolar mundialmente na faixa de 1 bilhão de dólares em 2008 e ser o primeiro filme a fazer isso em 4 anos(o último havia sido SdA: O retorno do Rei), parecia uma missão bem complicada conseguir superar essa marca. Em 2009, Mesmo com a entrada dos filmes em 3D estereoscópio, a diferença nas bilheterias era mínima e durante boa parte do ano, foram os filmes em formato convencional que dominaram o topo dos rankings internacionais.

É interessante notar que a arrecadação parecia seguir um curso natural com os blockbusters arrecadando as maiores fatias de público, com seus orçamentos exorbitantes e filas gigantescas. Em meados de outubro do ano passado, Atividade Paranormal, um filme independente e despretensioso, entrou em cartaz 2 anos após sua finalização. Sucesso em festivais do mundo inteiro e com uma premissa assustadora (que você pode conferir aqui), o filme custou míseros $15 mill dólares e não estreou mal. Apesar de serem apenas 160 salas de cinema, o filme arrecadou surpreendentes 7 milhões de dólares e conseguiu ficar entre os 5 primeiros em arrecadação, atrás de grandes produções, como Onde Vivem os Monstros, de Spike Jonze. Seu caráter fenomenal ficou ainda mais forte quando nas próximas semanas, Atividade Paranormal foi galgando posições e aumentando sua praça de exibição até arrancar o primeiro lugar em sua quinta semana! Nesse momento, já totalizava $ 84 milhões de dólares somente nos EUA. Depois de quase dois meses em cartaz, Atividade Paranormal fechou seu box office com 107 milhões de dólares nos Estados Unidos e mais $ 85 milhões mundialmente.
Essa quantia fez com que o filme fosse o mais lucrativo da história do cinema (o anterior era Bruxa de Blair, de 1997) e provou que o boca-a-boca ainda é uma poderosa forma de divulgação, batendo mesmo campanhas de marketing gigantescas e mostrando que uma boa premissa e um baixo orçamento ainda podem ser a saída para a megalomania hollywoodiana. No Oscar 2010, Guerra ao Terror veio reiterar essa ideia.

Depois de Atividade Paranormal, dezembro era esperado com muita ansiedade pelos cinéfilos de plantão. James Cameron prometia revolucionar o mundo com seu misterioso Avatar, um filme que diziam as más línguas, não empataria seu custo de produção, orçado em $500 milhões de dólares. A verdade é que todos temíamos pela empreitada de 10 anos de Cameron. Apesar de otimistas em relação ao resultado da produção, ninguém queria ver um dos diretores mais ousados e capazes do cinema atual, naufragar e dar razão aos estúdios que preferem impregnar cada filme com suas ideias e astros. Basta uma pequena pesquisa e você irá notar que todas as primeiras críticas em relação a Avatar eram otimistas e incentivavam o espectador a abraçar Pandora totalmente em 3D. Apesar do roteiro obviamente reutilizado, os outros detalhes desse mundo fascinaram a todos de tal modo, que apesar do início não muito empolgante, Avatar manteve uma arrecadação tão alta que tornou-se em pouco tempo, o filme mais assistido de todos os tempos. É claro que a segunda leva de críticas, quando ele já gozava de imenso sucesso, foi mais pessimista em relação ao resultado final, tratando Avatar com desdém e iniciando uma onda anti-Avatar que culminou em apenas 3 Oscar em março. Não que isso seja um problema, o filme fez o que estava proposto: estourar as bilheterias e, sua contirbuição mais importante, mostrar o 3D como futuro indiscutível do cinema.

A tarefa foi cumprida. Depois de Avatar, estúdios reprogramaram seus principais lançamentos para poder convertê-los ao formato, mesmo que isso não fosse a ideia inicial de Cameron, que pretendia que os filmes fossem gravados em 3D. Com o atraso dessas estreias, sobrou para Alice abocanhar a fatia de público sedenta por uma viagem cinematográfica com os famigerados óculos. Desde as primeiras notícias, Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton chamou muito a atenção dos fãs do diretor e de Johnny Depp. Os primeiros trailers empolgaram: um 3D aparentemente fascinante, um visual sombrio e personagens malucos. A empolgação era tanta que muitos diziam que este filme seria ainda maior que Avatar, menos de 4 meses depois de sua estreia. Mas, diferente dele, Alice não conquistou a simpatia da crítica que não poupa o filme por apresentar somente um visual estilizado. O público não se importa e abre o filme com impactantes R$ 116 milhões de dólares, só nos EUA. A quantia foi assustadora, mesmo para a Disney que não esperava um sucesso tão grande na primeira semana. É claro, que após um início tão forte a segunda semana não manteria um nível tão alto e o filme despencou quase 50%, ficando com $ 62 milhões, e em sua 4ª semana, já perdia a liderança, arrecadando $17 milhões de dólares. O filme foi maravilhosamente bem nas bilheterias, quebrando a marca de 1 bilhão de dólares mundialmente em quase 3 meses, menos de meio ano após a estreia de Avatar, algo nunca presenciado pela indústria do cinema em todos os tempos. Mesmo assim, a queda semanal de Alice mostrou que o cinema de 3D pode arrecadar muito dinheiro, mas não deixa de carecer de um pouco mais de cuidado na elaboração de seus roteiros e mesmo cuidado na conversão, já que muitas pessoas reclamaram de tonturas e dores de cabeça durante o filme.

Do outro lado da moeda, um filme que ninguém esperava muito, surpreendeu de forma espetacular a indústria do cinema. Como treinar o seu dragão da Dreamworks teve um começo modesto nas bilheterias. Os $ 43 milhões de dólares do fim-de-semana de abertura foram bem abaixo do esperado para um filme com custo de $ 165 milhões. Apesar da qualidade do filme, muito superior a outros lançados pela produtora, parecia que CTOSD conseguiria no máximo, empatar seu custo. Na segunda semana, o filme caiu para terceiro lugar, com $ 29 milhões de dólares e manteve-se assim, por mais duas semanas, até recuperar o 1º lugar em sua quinta semana de exibição! A partir daí, CTOSD mostrou que tinha ainda muito fôlego. Conseguiu se pagar e ainda rendeu mais de 60 milhões em lucro para a produtora, fora licenciamentos. Nos EUA, foram mais de $ 213 milhões de dólares e mundialmente, mais de $ 460 milhões ao todo. O filme foi a primeira animação, desde Procurando Nemo, a conseguir multiplicar tanto sua renda após a sua estreia e o primeiro filme desde Toy Story a ficar tanto tempo entre os 5 filmes mais vistos nos EUA, no fim-de-semana (foram 2 meses). Diferente dos outros filmes da Dreamworks, CTOSD não era uma aposta certa, visto que não parodiava outros filmes, não tinha referências pop e tratava-se de uma história original. Mesmo assim, com uma ótima campanha boca-a-boca, respaldo da crítica e outros meios que elogiavam o filme, a vida de CTOSD foi repleta de surpresas e recordes quebrados no cinema, além de garantir uma continuação (e, é claro, renovar nossa fé no cinema em 3D).

Nenhum comentário: